Capítulo 3

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Sana

Quando o caso chegou até mim, eu ainda estava dormindo.

Despertei com meu celular tocando desesperadamente. Olhei o visor e li o nome do meu chefe. No mesmo instante eu levantei meu tronco e atendi a chamada. Ele me contou o que estava acontecendo e precisava que eu fosse urgentemente até a Lex. A firma de Jihyo. Eu definitivamente achei muito estranho e pedi para que ele me mandasse todos os documentos, eu estaria chegando em 1 hora. 

Me arrumei o mais rápido que pude e fui pro carro já dando partida. No meio do caminho, quando parei no sinal vermelho, abri o arquivo no meu celular e comecei a ler. Segundos depois meu chefe me mandou uma mensagem falando quem era a advogada da acusação: Park Jihyo.

Depois de ler aquele nome, eu comecei a rir. Ri de nervoso, desespero e principalmente de diversão. Eu sabia que ela ficaria pilhada quando descobrisse que eu era a advogada de defesa, sabia que ela me foderia de jeito, mas eu estava até animada para isso acontecer.

E o que eu imaginava aconteceu. Quando ela me viu, senti sua confusão e raiva sendo direcionadas em mim como se fossem balas de canhão. Desde nossa faculdade era assim, eu gostava de tirar a paciência dela, era interessante ver e eu achava bonitinho como ela ficava vermelha. Depois de um tempo, percebi que ela realmente ficava brava e estressada comigo e então comecei a maneirar nas formas de tirar ela do sério. E eu acho que foi dessa forma que passei a me importar demais com ela.

Eu fazia ela enlouquecer quando testava a paciência dela, e eu gostava disso. Mas depois que vi ela chorar de pura raiva, percebi que não deveria ver tanto conforto nisso. Eu pedi desculpas e depois de um bom tempo ela me perdoou. Mas fiquei feliz quando descobri que nossa relação de gato e cachorro não iria mudar. Ela ainda gostava de me ver com raiva e me desafiar nas atividades da faculdade. Eu fazia o mesmo. E assim seguimos nossos anos na faculdade, isso até o último ano, mas isso é história para outra hora. 

Voltando à situação que aconteceu na Lex. Eu agi da forma que sou, fui direta no que queria ali e depois de receber a resposta, decidi sair com meu cliente. Acontece que meu cliente parece não ter muita consciência que bater no acusador daria para ele uma boa punição e vantagem para eles. Para minha sorte nada demais aconteceu e depois que saímos do prédio, eu dei alguns bons sermões nele, espero que tenha entendido. Não entro em casos para perder e me recuso perder esse.

Cheguei na Forseti e fui direto para minha sala, fechei a porta e me joguei na minha cadeira. Fiquei olhando pro teto e sorrindo imaginando o que isso daria. Pensei que logo receberia uma mensagem de Jihyo e ela não me decepcionou. Como achava, ela parecia estar muito estressada comigo, respondi ela e depois desliguei o celular. Precisava focar no caso até a hora que iria sair dali. 

Anoiteceu e fui direto para o apartamento de Jihyo. Assim como o meu, o dela ficava no centro de Seul em um prédio alto e novo. Entrei e dei boa noite ao segurança, eles já me conheciam e Jihyo tinha dado permissão para eu entrar e sair sem precisar avisar ela, tinha o mesmo no meu prédio para ela. Mas acho que no fundo ela gostaria de me proibir de subir. Fazer o que, né?

Como sempre, ela me recebeu com muito amor e carinho, me acompanhou até a sala e deixou um beijo na minha bochecha. Jihyo era muito gentil comigo. 

Eu conseguia entender a raiva que ela sentia, mas infelizmente não pude fazer nada. Junseok era cliente da Forseti há anos e não seria eu que acabaria com esse contrato. Eu não concordava com o que ele tinha feito para o próprio irmão, mas assim como Jihyo, eu defenderia meu cliente e cumpriria minha ética como advogada de inocentá-lo das acusações que sofreu.

Eu e ela brigamos por causa disso. Nenhuma de nós iria dar o braço a torcer. E a noite acabou da forma já esperada pela gente. Por incrível que pareça, qualquer briga que tenha com ela acaba dessa forma: jogadas na cama, sem roupa e com sono.

Em certo momento da noite, eu me levantei e fui ao banheiro. Joguei uma água no corpo e vesti uma blusa dela. Saí do quarto e fui na cozinha pegar qualquer coisa pra comer. Quando terminei, iria voltar pro quarto, mas parei quando vi a porta do escritório dela aberta. Eu pensei muito no que fazer naquele momento. Poderia entrar e ver o que a família Kim tinha dito pra ela, ver as possíveis provas que ela tinha e assim acabar com aquele caso de uma vez.

Eu dei um passo na direção da porta.

Park estava dormindo profundamente no quarto e sabia que não iria acordar tão cedo. A mulher tinha um sono muito profundo. Iria entrar e ver. Mas eu parei no segundo passo.

Não estava certo.

Jihyo confiava em mim e eu confiava nela. Nós duas temos éticas parecidas e concordamos em poucas coisas, mas uma delas é bem clara: odiamos trapaça. Eu não podia fazer aquilo, não importava o que minha vontade de vencer me mandasse fazer. Infelizmente, nós duas caímos do lado oposto dessa vez, mas não vou ser eu que vou usar nossa relação para benefício próprio.

Você tá muito fodida! 

— Valeu, Mina! — Respondi minha amiga pela chamada de vídeo.

Já era um novo dia e de novo eu estava na Forseti vendo o caso, até que Mina e Momo me ligam. Estávamos longe, então essa era a forma de comunicação atual.

Por nada! — Momo riu ouvindo a mais nova. Eu revirei os olhos.

Quando a Nayeon me falou que vocês estavam no mesmo caso, mas de lados opostos eu pensei: A Terceira Guerra Mundial vai acontecer! — Momo quem falou dessa vez. Cocei minha testa.

Eu, Jihyo, minhas duas amigas e mais algumas amigas nossas, tínhamos nos formado juntas na faculdade de Direito da SNU, mas cada uma tinha seguido por um caminho ou firma diferente. Eu e Jihyo nos tornamos advogadas civis, cuidamos de casos que envolvem o cotidiano pessoal. Momo era uma procuradora e Mina era advogada criminal, ela sim que vê a bagaceira toda acontecer, se algo desse merda, era ela quem eu chamaria para me defender.

— Porque me ligaram mesmo? Vocês não tem, sei lá… Um corpo pra ver ou alguém pra caçar?! — As duas riram.

Ter, tem! Mas gosto de ver você se lascar! — Momo falou e Mina concordou.

Mas você não parece tá muito satisfeita com algo.

Aí está! A advogada criminal sendo uma advogada criminal! Mina sabia reconhecer problemas de longe, ver mentiras e mandar, até quem parece o mais santo, ir para o inferno. Sempre foi assim, por isso digo que ela escolheu a profissão certa!

— Não tô! Muitas coisas estão acontecendo e estou me vendo em um grande dilema pessoal!

Coloque dilema nisso!

Quer compartilhar? — Momo falou amansando a voz.

— Não! Você vai me caçar se disser! 

Consegui mudar o clima da conversa e então puxei outro assunto. Precisava esquecer esse caso por um momento, precisava conversar com elas e quem sabe sair para beber. 

Precisava tirar Park Jihyo da minha cabeça no momento!

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• hey people! aqui está outro cap! espero que tenham gostado!! volto logo

• quem viu o filme de fnaf hein??? tenho muitas coisas pra surtar, mas ainda não posso contar spoiler pra quem não viu, hihi

soph.

Alongside the Enemy - SaHyoWhere stories live. Discover now