Capítulo 14

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Antônio andava de um lado para o outro, Golda  arrumava o cabelo em frente ao espelho e observava o marido, ela sabia que ele e Corey não se davam bem, mas nem sempre as coisas foram assim, a alguns anos atrás eles se davam muito bem , nunca se desgrudavam, ela até sentia ciúmes dos dois, mas com o passar do tempo eles foram se afastando, Antônio começou a trabalhar de mais e quase não parava em casa, não tinha tempo livre e isso foi deixando Corey um pouco desapontado, e então chegou um dia em que ele não se importava mais se o pai estava presente ou não.

— por que esse menino não me escuta ? Ele olha rápido para a esposa que agora estava indo em direção a cama e se deita.

— querido, ele só está passando por uma fase, logo vai mudar, só tente entendê-lo ela diz tentando acalmar o marido.

— que fase Golda ? Esse moleque é um ingrato, passei anos da minha vida trabalhando e ralando como nunca para dar um bom futuro para ele e agora isso ele diz batendo as mãos nas pernas indignado.

—  querido, o dia foi longo, venha diz ela batendo a mão na cama, venha descansar.

— não ache que vou deixar ele fazer o que quer, ele querendo ou não vai ter que entrar no eixo ele diz se sentando na cama.  Golda o olha com sinceridade e o toca no rosto.

— querido, tenha paciência ok ? Por mim ela diz num fio de voz, ele a amava muito, Golda foi seu primeiro amor,  a amou desde o momento em que a viu, ela era tão jovem e rebelde o que o fez rir ao lembrar.

— eu te amo ele diz pegando a mão dela e beijando.

— eu também querido ela diz com um sorriso terno.

O dia amanheceu e o sol estava brilhando como nunca, Corey acordou cedo, estava ansioso e mal havia conseguido dormir a noite passada, não parava de pensar em Índia e nas coisas que haviam acontecido, a ligação, a voz dela ao dizer que sim, que sairia com ele o deixou imensamente feliz.
A cortina balança o que indicava que ventava lá fora, ele se levanta e vai até a janela e contempla a vista, ah como o dia estava lindo pensou satisfeito.  Ele toma um banho rápido, vai pra sua academia particular, sim havia uma academia em sua casa, não era bem uma casa, estava mais para mansão. Ele faz alguns exercícios e sai para correr um pouco, o dia estava bom para isso, ele nem lembrava de quando havia acordado tão disposto assim.

Golda sempre tomava café com Antônio, todas as manhãs, ele lia seu jornal e ela sua agenda da manhã, ela trabalhava em sua empresa de estética, era seu pequeno tesouro. Ela não precisa trabalhar ou coisa do tipo até porque era muito rica, mas conseguiu convencer Antônio que cedeu a contra gosto.

— onde está Corey ? Ele pergunta atrás do jornal. 

— ele acordou bem cedo e foi correr, eu o ouvi cantarolar pelos corredores, parece feliz ela diz sorrindo de lado, tinha tempo que não via o filho assim, ele sempre andava bravo ou de mau humor, vê seu filho assim a deixava feliz. Antônio não pareceu dar muita importância para isso pois continuava atento ao seu jornal.

Do outro lado

India se deu o prazer de acordar tarde aquela manhã, ela abre os olhos e se espreguiça ao mesmo tempo, ela então lembra do que lhe esperava mais tarde e deu um frio na barriga o que a fez sorrir. Aquilo tudo parecia tão insano, em pensar que ela estava no Texas e agora estava ali, um lugar que não queria morar de jeito algum, mas que agora agradecia aos céus por estar bem ali naquele lugar.

— indiaaaaa, vem tomar café grita Luke do andar de baixo, como ele era chato pensou Índia se levantando.

Aquele dia iria ser agitado, ela tinha que fazer tantas coisas, arrumar o cabelo, a roupa, que roupa ela iria usar ? Ah pensar naquilo a deixava tão nervosa, ela nem sabia aonde ele a levaria e se fosse algo mais simples ? Ou chique de mais ? Ah ela ia enlouquecer, não podia perguntar para Corey, não queria que ele pensasse que ela estava desesperada ou algo assim.

— indiaaaaa, Luke a chama mais uma vez.

— eu já tô indo, meu Deus o que é ? Diz irritada. — o que foi ? Ela pergunta da escada.

— será que pode descer e tomar o café da manhã comigo ?

— olha, eu não sei se estou falando com você ela diz cruzando os braços.

— ah, ainda tá pensando nisso ? Ele diz como se isso fosse besteira.

— Luke, eu tô falando sério, vai ficar fazendo isso com meus amigos ? Dando um de doidão ou o que, agora ela já estava no fim da escada e encarava o irmão mais de perto.

— ok, foi mal, não vai mais acontecer... não muito.

— lukeeee ela grita.

— ok, ok, agora posso tomar meu café da manhã com a companhia da minha doce Irmã ? Ela olhava seria para ele e depois sorrir de lado. — é isso, quero esse sorriso lindo.

— não força, ela diz se sentando.

— vamos no cinema ? Pergunta Luke comendo a sua torrada.

— não posso... vou sair ela diz bebendo seu suco.

— sair ? Posso saber pra onde ?

— não, sem shows hoje, isso é importante pra mim ela diz suplicando.

— é aquele garoto ? Olha Índia, vai com calma.

— sei me cuidar bem, você me conhece, sabe como eu sou, relaxa um pouco ela diz e o irmão assentiu, ele sabia muito bem como era se ferir, feridas do coração demoram a cicatrizar.

YOU AND ME Where stories live. Discover now