11|o caos.

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Aquele palhaço que nos perseguiu outrora entrou no laboratório e o acertou com uma cadeira, deixando-o inconsiente, tirou uma faca de seu bolso, e... foi uma cena horrível, meu estômago embrulha em tentar descrevê-la, digamos que ele fez com Felipe o mesmo que fazem com os animais após o abatedouro.

Foi uma cena horrorosa, ver ele sendo fatiado, agonizando de dor, tentando lutar pela própria vida, enquanto algum lunático estava aparentemente satisfeito com aquilo.

Camilla assistiu e começou a se sentir mal após aquilo. Isso tudo só me deixa mais confusa, quem está se beneficiando com a nossa presença ali? E a que custo sustentam essas mentiras? Infelizmente não faço ideia de como resolver, mas vou tentar descobrir o que está acontecendo aqui.

[...]

O Eduardo entrou em meu quarto mais tarde.

— Como você está? Eu acabei de falar com a Camilla e ela está em choque... eu sinto muito, só achei que precisavam saber disso, minha reação foi exatamente a mesma que a dela, eu estou revoltado!— justificou-se com raiva.— Eu não era tão próximo ao Felipe, mas ele era gente boa, não merecia isso...

— Concordo, ele não merecia isso. Não precisa se desculpar, só não vamos ficar falando disso, tá— fui até ele e o beijei o abraçando e sussurrei — Não sabemos quem fez aquilo, muito menos em quem podemos confiar nesse lugar. Então apenas finja que nada aconteceu. — finalizei beijando o rosto dele e sorrindo enquanto me afastava.— O Felipe foi expulso porque mereceu, não temos que nos culpar por isso, e apesar de não ser uma pessoa ruim ele foi um babaca por terminar com a Camilla daquele jeito.— Finjo indignação.

— Melhor deixar isso pra lá... não gosto de me envolver nos problemas alheios.— conclui piscando para mim.— O que acha de sairmos para um passeio agora a tarde? É bom pra distrair a mente.

— Tá. Me espera na sala, vou me arrumar e já desço.— ele obedece e se retira.

Por mais que pareça paranoia minha, após aquele episódio da "festa" eu desconfio que existe grandes chances de estarmos sendo monitorados em tudo que fazemos, então melhor não verbalizar essa desconfiança, tudo pode estar sendo visto e escutado. Não sei porquê o Felipe morreu, mas não quero ser a próxima da lista.

[...]

Sai um pouco com o Eduardo, foi até tranquilo, batemos um papo aleatório.
Assim que voltamos para a casa, nos deparamos com um comunicado, aparentemente iremos realizar uma nova "prova" parecida com aquela do início, mas dessa vez com novas regras, iremos passar cinco meses seguidos na mata, agora a coisa ficou um pouco mais complicada para alguns, isso virou uma competição.
Segundo eles, as cinco equipes que se saírem melhor nas provas, irão ser encaminhadas para um local de especialização mais elevada.

O nível de dificuldade se elevou, agora teremos objetos cortantes, teremos que nos proteger de animais peçonhentos, ou qualquer outro tipo que possa ser um risco para nós.
Além disso, aparentemente haverá mais desafios, iremos competir contra as demais equipes, eles não especificaram muito, mas continuarão avaliando trabalho em equipe, resistência, resolução de conflitos, sobrevivência, perseverança etc.

Vamos ficar num acampamento especifico para nossa equipe, com direito a cabanas e alguns utensílios de uso pessoal, ao invés do Tablet, nos entregarão uma série de livros com informações das mais diversas, o livro será entregue com antecedência para podermos estudar, se acontecerem conflitos que gerem danos físicos a algum membro da equipe, todos estarão desclassificados e voltaremos para a casa.

Estão nos testando e não fazemos ideia do motivo, algo me diz que coisa boa não é. Querem nos separar aos poucos, mas qual o intuito disso?

No sábado iremos para o tal acampamento, passaremos a semana nos organizando. Eu não entendo essa mudança de planos repentina, até o momento eles queriam que nos aplicassemos aos estudos, agora a gente vai parar tudo e ir para o mato novamente.

Operação O19T23Donde viven las historias. Descúbrelo ahora