𝐏𝐀𝐑𝐀 𝐎 𝐐𝐔𝐄 𝐄𝐑𝐀𝐌𝐎𝐒 𝐀𝐍𝐓𝐄𝐒 (𝐞 𝐭𝐮𝐝𝐨 𝐝𝐞𝐩𝐨𝐢𝐬)

[𝐈𝐈𝐈]. 𝑵𝑨̃𝑶, 𝑩𝑬𝑳𝑳𝑬 𝑵𝑨̃𝑶 𝑽𝑨𝑰 𝑭𝑰𝑪𝑨𝑹 𝑩𝑬𝑴 𝑪𝑶𝑴 𝑶 𝑸𝑼𝑬 𝑸𝑼𝑬𝑹 𝑸𝑼𝑬 𝑨𝑪𝑶𝑵𝑻𝑬𝑪̧𝑨

O SUSPIRO DE BELLE SOOU ALTO NO silêncio da floresta. Ela usava uma calça de flanela preta e uma simples camisa branca confortavelmente mais larga do que ela. Já estava com seu pijama, pronta para dormir. Seu cabelo estava solto, gotas de água escorriam e pingavam, a toalha estava em suas mãos, mas sem usá-la.

Aquele dia havia começado realmente muito bem, – ela ajudou Nico com suas aulas de arco e flecha e esgrima, inclusive, teve que chamar Will Solace para curar o enorme corte em seu joelho que suas pequenas mãos desastradas fizeram em si mesmo enquanto se manteve o tempo todo agarrado a ela –, então evoluiu para um dia mais ou menos – era dia de aula de canoagem –, até que em um piscar de olhos, virou uma bagunça completa. Seus olhos – mais uma vez – se voltaram para seu pulso, seu olhar cheio de auto repreensão. Talvez uma boa caminhada pelo Mundo Inferior era algo que estava precisando....

Sentando-se no chão, envolveu suas pernas com seus braços e usando o joelho como apoio para a cabeça, ficou olhando para a paisagem noturna que normalmente lhe era reconfortante. Ela fungou e um brilho apareceu em seus olhos escuros; era oficial.... Estava de mau humor. Ela se odiava por isso. Mas se confissões tinham que ser feitas, se tinha que ser completamente honesta consigo mesma, tudo aquilo que aconteceu era apenas a metade de todos os problemas que assolavam sua vida já perturbadoramente complicada.

Seus olhos percorreram seu pulso novamente e seu olhar apenas endureceu mais. O decorando inocentemente, estava o objeto que era a fonte de seu ódio. O súbito desejo de agarrá-lo e arrancá-lo dali estava tomando conta dela, o que a levou a escondê-lo fora de sua vista; se fizesse isso – olhou para baixo novamente, chateada e fungou uma segunda vez – realmente se arrependeria de tal coisa. Apesar de ter uma grande tela em branco em sua cabeça, apesar de não ter memória alguma de quem realmente era, gostava de acreditar de que se conhecia bem o suficiente para reconhecer estar incomodada.

Ela deveria ter fugido para a companhia de seu pai... Deveria ter se ocupado com suas atribuições, pois nada era mais importante do que isso, nada. Especialmente não para o que Connor Stoll precisava dela; o que queria dela. Um sentimento de vergonha a tomou. Ela deveria ter previsto isto. Onde estava a coragem que sempre se orgulhava de mostrar?

"Já se passou um mês e prometi que esperaria por sua resposta, mas percebi que você está apenas tentando evitar a situação completamente. Preciso saber o que você sente por mim, se eu tiver uma chance com você... Estou falando sério sobre você."

Bom, acontece que Belle não está em condições para se preocupar com coisas como aquela... Não quando todos estavam cada vez mais preocupados com a Profecia – principalmente quando Thalia estava prestes a fazer dezesseis anos –, não quando Belle estava ocupada se preocupando em ser cuidadosa para não cometer algum erro que lhe custasse a vida. Não quando havia pessoas que já tinham alguém no qual amavam e estavam constantemente arriscando suas vidas naquele Acampamento e ela só...

Uma simples casca vazia...

Belle suspirou mais uma vez; aquele bracelete havia sido dado a ela por Connor naquela tarde. Ele apenas colocou o acessório em seu pulso enquanto Belle olhava em completo choque... Sim, definitivamente se conhecia bem o suficiente, para saber que o que sentia era puro choque. Sem perplexidade, sem timidez, sem nervosismo e muito menos sem as famosas borboletas do estômago... Na verdade, se sentia deslocada. Por que manteve a boca fechada? Por que ainda não conseguia dizer não? Belle tinha certeza de que não estava interessada em ninguém, era tão difícil de entender? Para ele, para os outros? Belle gostava de trabalhar, gostava de se sentir útil, então, o que os fazia pensar que teria tempo para pensar nisso quando estava se exaurindo no trabalho? Não era óbvio?