[𝐈𝐈]. 𝑪𝑶𝑵𝑻𝑹𝑨 𝑨 𝑽𝑶𝑵𝑻𝑨𝑫𝑬, 𝑼𝑴 𝑷𝑶𝑼𝑪𝑶 𝑫𝑬 𝑺𝑼𝑨𝑽𝑰𝑫𝑨𝑫𝑬

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— Faz isso de vez em quando.

— O que? — A voz de Nico estava cheia de tanta emoção que Belle poderia praticamente ver a cara que ele estava fazendo por trás de suas pálpebras – que ainda estavam fechadas. Imaginava a cara assustada que o Sr. D a fez identificar na "terapia" logo que ela chegou ao Acampamento após o acidente. Foi tão cômico para ela que quase sorriu.

— Vá dormir. — Um gemido sai dos lábios de Nico e em resposta a isso, Belle ergue no alto seu dedo indicador. — Sem choramingar. Nós não somos os únicos nesse Chalé.

— Mas-

— Ainda choramingando. — Ela aponta. Nico fica quieto e permanece assim por um tempo. Levando em consideração a maneira silenciosa com a qual se movera anteriormente, Belle presumiu que se retirou para a cama, mas assim que o ouviu limpar a garganta, Belle desejou poder ser possível revirar os olhos estando fechados.

— Eu estou com medo.

— E o que você quer que eu faça sobre isso?

— Não sei. Quando estou com medo, minha irmã-

— Eu não sou sua irmã.

Nico franze a testa, mas permanece imóvel em seu lugar. Com o passar dos segundos, a consciência da presença dele começou a irritá-la.

— Ugh.

O olhar cansado no rosto dela faz Nico se encolher e Belle joga as pernas para o lado. Outro suspiro a deixa e então marcha para o lado do espaço dele. Ele espera enquanto Belle puxa com brusquidão um lençol velho que tinha e o joga sobre a estátua – aquela estátua de Hermes havia sido colocada por alguns dos filhos mais velhos do deus com o único objetivo de assustar os novatos que não entendiam muito bem do mundo mágico. Pelo visto, estava dando certo.

— Pronto. Feliz? Ele não pode olhar para você se não puder vê-lo.

— Agora parece apenas um fantasma. — Nico diz, o medo ainda em seu rosto.

Um estalo ecoa pelo Chalé no momento em que a palma da mão de Belle encontra sua testa.

Medo de fantasmas? É sério? Belle estava prestes a lhe dizer para se acostumar com isso, mas antes que pudesse, uma ideia surge em sua mente.

O que quer que o fizesse me deixar em paz...

Rapidamente, Belle caminha até suas coisas, as mãos procurando por um marcador permanente preto – um dos muitos que pertenciam a Connor Stoll, que não podia ver alguém no Chalé Onze vacilando dormindo para rabiscar-lhes o rosto. Uma vez ao seu alcance, posiciona silenciosamente uma cadeira diante da estátua de pedra e ficando de pé sobre ela, desenha.

Dois círculos para os olhos e uma boca aberta sorridente.

Afastando-se para ver seu rabisco, Belle decide que era uma visão refrescante em comparação com o rosto geralmente estoico do deus – ela também não deixaria passar a oportunidade de brincar um pouco com a cara dos deuses.

— Melhor? — Ela pergunta, o tom ainda entediado enquanto fechava o marcador.

Os olhos de Nico se iluminam, um sorriso crescendo em seu rosto. Quem teria medo de um fantasma feliz? Ele acena alegremente e Belle desce, revirando os olhos com toda a situação.

Não. Acalme-se, Belle. Não há ninguém nesse Acampamento com a mesma visão sobre fantasmas além de você.

— Vá dormir. — Ela ordena novamente, e Nico acena, mais disposto do que estava há alguns minutos. Quando os dois voltam para sob as cobertas, o garoto olha para o outro lado do espaço mais uma vez.

𝐏𝐀𝐑𝐀 𝐎 𝐐𝐔𝐄 𝐄𝐑𝐀𝐌𝐎𝐒 𝐀𝐍𝐓𝐄𝐒 (𝐞 𝐭𝐮𝐝𝐨 𝐝𝐞𝐩𝐨𝐢𝐬)Where stories live. Discover now