Segredo

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                                     Coronel🤬

Não vou dizer que sinto falta da paz, porquê na real eu nunca tive.

Mas sinto falta de ter meus momentos sem estresse com o meu romance. Sinto falta de quando ela não era uma vítima.

Eu não devia ter proposto aquele encontro, ela não ia ter se machucado.

Observo o Cigano entrar na minha sala com uma cara nada boa.

Coronel: E aí?

Cobra queria falar a sós com o meu romance, como não confio 100% pedi pro Cigano ficar de olho já que o Pc tá fazendo outro trabalho pra mim.

Cigano: Como você mandou eu não escutei a conversa, só fiquei observando e o cara parece realmente preocupado.

Coronel: Hmm.

Cigano: Sei que sou pago pra trabalhar e não dar opniões...- ele me encara louco pra dar a própria opinião. Respiro fundo cedendo.

Coronel: Fala de uma vez, Cigano.

Cigano: Não acho que ele tenha algo a ver com a merda que aconteceu. Tu não notou porquê tava focado na tua mina, mas ele tava com um olhar de apavoro.

Olho pro Hugo esperando a opinião dele.

Hugo: Sinceramente, eu não sei se o cara ia ser maluco o suficiente em arriscar a vida da sobrinha depois de já ter perdido a mulher e o filho. Tinha muitas chances disso dar errado e terminar de um jeito ruim. Mas também não é um certeza, não dá pra simplesmente confiar em qualquer um.

Coronel: Tá com o cara que tava na moto?

Hugo: Só o da garupa, mas o filho da mãe não disse nada útil.

Cigano: Falando nisso o Cobra disse que quer falar com o cara. Ele sabe que acharam um deles.

Hugo: Não tô surpreso - ele me olha- Não da pra negar, mas deixar ir sozinho é burrice, tu tem que ir junto. Assim se tiver algo tu consegue pegar no ar.

Cigano: Ainda  acho isso tudo muito maluco. Tamo falando do noiado do Cobra, se quisesse afastar tua mulher  de ti já tinha te dado um sumiço. Ele não ter feito pra mim já é uma prova de que se importa. Mas essa só é a merda da minha opinião.

Aquele maldito churrasco do Grego.

                                       [...]

O cara que tava na garupa, o responsável por quebra o vidro tá perdidão.

O filho da puta não diz nada que me ajude. Ele olhou pra mim do mesmo jeito que olhou pro Cobra, Dante  e pro Hugo. Não parece conhecer alguém, ele tá apavorado.

Jorge: Eu já disse, o cara disse que tinha um trabalho pra mim, ele disse que  eu tinha que quebrar o vidro e assustar a garota. Então eu subi na garupa e fiz o combinado.

Cobra: Como é o nome dele?

Jorge: Ele disse que se chama Édson.

Cobra: Como ele é?

Jorge: Ele é alto e tem muitas tatuagens, o cara tem até a cara tatuada. Eu não sei mais nada sobre ele.

Observo o Hugo e sei que ele pensou o mesmo que eu.  O  cara que meu romance disse que tava de olho nela.

Dante: Ele disse a mesma coisa quando o Hugo perguntou - ele fala com o Cobra- Não tem mais nada a dizer, perdeu a utilidade.

Cobra: É- ele diz encarando o cara que já tá todo quebrado da surra que levou.

Jorge: Não faz isso, eu tenho família,

Cobra: A loira que estava no carro é a minha família, então eu quero mais é que tu se foda.- ele  me encara e eu simplesmente dou de ombros, também quero que esse maluco se foda.

Cobra da apenas uma olhada pro Dante e em questão de segundos a sombra da Maria Luiza tira a arma da cintura e da um tiro no tal Jorge.

A porta da sala onde nós estamos é aberta e meu irmão entra, olhando tudo com muita cautela.

Escorpião: Nem me esperaram pra festinha - bufo.

Cobra: Tenho um monte de merda pra resolver - ele se dirige até a saída mas para quando meu irmão chama ele- Fala.

Escorpião: Tu conhece minha vó? A Irene?- Cobra ri sem humor.

Pisco confuso e muito surpreso com a pergunta.

Cobra: É sei quem é- ele olha pro meu irmão suspira - Sabe, eu tinha fé que tu ia dar um sumiço naquela velha depois de tudo. Sabe, eu não julgaria. Não tem como te culpar.

Observo meu irmão engolir em seco abrir um sorriso falso.

Escorpião: Mas pode culpar a gente, principalmente o Coronel pelo que o D2 fez? Que curioso.

Ele olha pra mim e eu não gosto do jeito que ele me olha, como se eu fosse a porra do maior problema da porra da vida dele.

Então o filho da puta sai junto com o cachorro dele.

Coronel: Que porra de pergunta foi aquela sobre a Irene? - ele me ignora e vira pro Hugo.

Escorpião: Tu sabia que o plano do D2 não era matar o filho do Cobra e sim vender?

Mas que porra é essa?

Hugo: Eu não sabia direito o que o seu pai queria, o último mês antes dele tudo acontecer ele tava estranho, começou a usar droga demais e tava o tempo todo falando que ela não devia ser dele e não do Cobra. Mas sinceramente não achei que o D2 ia fazer aquela merda, matar a mulher grávida. Se eu soubesse não teria deixado acontecer.

Coronel: Que porra aquela velha maluca te disse?

Meu irmão me encara e começa falar.

                                         [...]

Desvio meu olhar do braço com os pontos quando ele chama meu nome.

Malu: Eu já disse que tô bem- ela segura meu rosto e me dá alguns beijos.

Porra, eu sei que a gente deu sorte e o ferimento não é nada demais.

O problema em si não é o que aconteceu, mas o que podia ter acontecido.

Desde que perdi minha mãe a única pessoa que eu me importei em manter segura e que tinha medo de perder era o meu irmão.

Isso até o Pc me chamar no radio e dizer que machucaram o meu romance.

Nunca tinha sentido meu coração tão acelerado e a boca tão seca.

Coronel: Meu romance.

Malu: Oi, amor - ela me encara com esses olhos incríveis.

Coronel: Eu gosto de ti- ela sorri e concordo - É sério, gosto pra caralho de ti. Tô falando daquelas paradas de paixão e sei lá mais o que.

Ele sorri e se aproxima sentando no meu colo.

Malu: Acho muito bom, porque ia ser uma merda ser a única apaixonada da relação.

Gosto tanto dessa mulher.

Por que o tio dela tinha que ser logo aquele merda?

Coronel: Não importa o que teu diz, não vou te deixar de jeito nenhum.

Malu: Eu também não vou te deixar e deixei isso bem claro na última conversa que tive com o meu tio. Se gostam mesmo de mim não vão me fazer escolher um lado.

Eu odeio aquele cara, mas nunca forçaria ela a escolher um lado.

Respiro fundo e beijo ela tentando me afastar um pouco dos problemas.

Amanhã vai ser um dia complicado. Por um milagre a dona Irene vai receber mais uma visita esse mês, a minha.