15. revelações

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Dimitri

Minha vida nunca foi fácil, passei por momentos muito difíceis e hoje sou um homem sem amor. A dor e o ódio ainda me consomem.

Estou tentando fazer tudo diferente e dar um novo rumo na minha vida, mas sei que não vai ser fácil, principalmente depois da ameaça que sofri hoje, tenho que tomar algumas atitudes.

Antes de mais nada preciso contar tudo o que está acontecendo a Pérola, e se ela estiver disposta a ficar comigo independente da situação eu vou aceitar, deixarei ela decidir vou deixá-la a par de tudo sobre a minha vida.

Se ela recobrar a memória, vai ter que escolher entre viver ao meu lado, ou com a família dela, então não esconderei nada.

Estou cansado de sofrer. Preciso encontrar forças para seguir em frente e afastar o meu passado, superá-lo.

Respiro fundo e crio forças para contar um pouco da tragédia que foi minha vida.

—  Não vou contar em detalhes, vou fazer um resumo, está bem? —Meu coração parece que vai sair pela boca, seguro a mão de Pérola e a olho nos olhos, me preparando. — Conheci Cloe em uma festa, e fiquei apaixonado por ela, naquela noite ela estava muito triste, porque seu pai iria obrigá-la a se casar, por que precisava fazer alianças com as outros chefes da organização.

— Que organização é essa?

— É a máfia Espanhola que se alia com as outras máfias para ficar mais forte, o pai dela estava precisando de dinheiro e o casamento da filha era um elo nessa rede de acordos. É um tipo de organização crimonosa, que realizam operações clandestinas e perigosas, com contrabando e tráfico de armas, drogas, bebidas e até assassinatos encomendados.  — Passo as mãos no rosto e sinto um tremor, as incertezas me invadem, questionando minha capacidade de prosseguir.

— Como eu atrapalhei os planos do pai da Cloe ao me apaixonar por ela, tivemos várias brigas, seu pai queria proibi-la de casar-se comigo então fugimos e nos casamos em outra cidade.

Retornamos da lua de mel com a esperança de que seu pai fosse mais flexível. Entretanto as brigas eram constantes, até que finalmente ela engravidou.

Nesse período seu pai deu uma trégua,  pois eles amavam a filha e estavam alegres com a chegada do bebê. — Um nó se formou em minha garganta. Parei de falar, respirei fundo, parecia que o ar estava faltando.

Pérola passa a mão no meu rosto, e retira os cabelos colocando-os atrás da orelha, seu olhar de compaixão me reconforta e me encoraja.

— Continue! — Ela beija minha mão.

— Já era bem tarde da noite, Cloe estava grávida de 8 meses, saímos de uma festa e começou a chover, entramos no carro as pressas e eu dirigia até em casa, na metade do caminho a chuva aumentou, diminuindo ainda mais a visibilidade. — Paro por um instante, na minha mente tudo está acontecendo novamente, e esse sentimento é como se me esmagasse por completo. Pérola coloca sua mão no meu queixo forçando para cima, tento abaixar a cabeça mais uma vez, mas ela não deixa, vou tentando a todo custo desviar o olhar, pois uma lágrima insiste em cair.

Ela beija os meus lábios e sussurra com nossas bocas unidas.

— Eu estou aqui com você. — Meu coração dispara, mas não é de angústia ou medo, é um sentimento novo que ela traz com sua maneira de ser, tão delicada e doce. Ela seca as minhas lágrimas que agora insistem em descer.

Com a voz embargada eu continuo:

— Chego a um cruzamento, e o sinal está vermelho, quando o sinal se abre eu acelero o carro, mas o motorista do carro do lado direito fura o sinal e bate muito forte no nosso veículo, bem na porta do passageiro onde Cloe estava.

Encontro FatalWhere stories live. Discover now