cap 2. Dimitri

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Estava correndo, como sempre, em uma manhã ensolarada quando avistei alguém caído na beira da praia.

Corri para mais perto e era uma moça, no momento, a achei muito bonita. Ela
tinha a aparência de uns 25 anos, aproximadamente.

Chequei para ver se ela estava respirando, toquei seu rosto com delicadeza, para retirar os cabelos da frente dos seus olhos e de sua boca bem desenhada.

Ela abriu os olhos e me olhou com espanto. Senti uma eletricidade percorrer meu corpo quando nossos olhares se conectaram. Nunca havia sentido tal sensação física, meu corpo se arrepiou apenas com seu olhar.

Quando fui tomá-la em meus braços, ela esmoreceu, desmaiando.

Consegui checar sua pulsação, mas me preocupei com o fato de ela estar com a cabeça sangrando.

Sem pensar direito, a levei para casa. Pois o hospital ficava a cerca de duas horas de distância, e eu podia ligar para o Doutor Versales – meu médico particular e amigo.

Meu segurança me ajudou a colocá-la no carro.

Fiquei perturbado. E se ela morresse? Tão linda, e parecia ser muito jovem.
Logo que chegamos em casa, a coloquei em uma cama no quarto de hóspedes e chamei a empregada.

Assim que entendi a real gravidade de tudo e me livrei daquele momento de
susto, liguei para o médico. Já estava passando da hora.

Por meu pedido, a empregada retirou as roupas da bela moça e as trocou por roupas limpas e secas.
E
nquanto eu esperava o doutor chegar, olhei no relógio impaciente.

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Dois dias se passaram e eu ainda não sei nada sobre a linda loira de pele clara e olhos castanhos que chegou como um furacão nessa casa.

Estou impaciente por ela não acordar. Não consigo descrever a intensidade do seu olhar, quando se cruzou com o meu naquela praia. Senti algo diferente naquele momento.

Sua presença despertou algo em mim que já estava morto há muito tempo.
Quando fui vê-la pela quarta vez em seu quarto, ela já tinha recobrado os sentidos.
Observei o modo como seu cabelo loiro, embora bagunçado, dava a ela um aspecto inocente.
Estava muito confusa e me fez várias perguntas.

Sua voz doce me encantou.

Infelizmente, ela não se lembra de quem é, deve ser por causa da pancada na cabeça.

Tento ser gentil, pois não é do meu feitio. A conforto, dizendo que logo ela vai se lembrar de tudo.
Isso tem se tornado meu mantra: ela vai se lembrar de quem é e voltar para a sua vida de antes.

Quando peço para retirar o curativo que ela usava, ficamos bem próximos. Sua respiração mudou com a minha proximidade.

Disfarçadamente, olho nos seus olhos e na sua boca, sem que ela perceba. Meu coração dispara…

Só posso estar maluco!

Brigo comigo mesmo internamente. Estou me sentindo um adolescente no colegial, quando se apaixona por uma garota.

Retiro a faixa que envolve sua cabeça e a olho fixamente nos olhos. Percebo que parei de respirar por um instante…

Me sinto um insano. Recobro minha postura de sempre, ficando em pé rapidamente.

Chego a me sentir estúpido com tal atitude. Mas como pensei, não posso ter nenhum sentimento por essa jovem.
Preciso que ela saia da minha casa o mais rápido possível.

‘’Que droga!’’ xingo mentalmente.
Até parece que fui eu que bati a cabeça, estou com um comportamento estranho.

Após ela dizer que não sabe seu nome, vem até mim a imagem de uma pérola e pergunto se posso chamá-la assim.

Bem, pérola é uma palavra vinda do latim, que tem semelhança com a lua,
assim como pureza e brilho.
É o que sinto quando olho para ela.
Agora ela deve pensar que sou um maluco… Deixo-a intrigada!

E digo que pérolas são delicadas e as encontramos no mar, assim como eu a encontrei.

Por que a mulher à minha frente tem que ser tão doce e delicada? Ela mexeu comigo de uma forma estranha.

Pronto, pirei de vez.

Nunca fui gentil com as mulheres a esse ponto, somente uma que realmente me teve por completo, mas por obra do destino não estamos juntos.

Quando me lembro desse fato, enrijeço a postura e a fito com um olhar sombrio.
Nesse momento, ela desvia o olhar para a janela.

Aviso que vão trazer o café no quarto e saio em seguida, pois estou precisando me afastar ou não vou resistir aos seus encantos.

Meus pensamentos sempre me levam á ela, tenho muitas curiosidades sobre essa loirinha encontrada na praia, que agora está na minha casa.

A noite toda fico imaginando como seria tê-la em meus braços.

Tento desviar esses pensamentos,  talvez foi um erro tê-la trazido aqui, amanhã terei que tomar alguma providência.

Encontro FatalOnde as histórias ganham vida. Descobre agora