cap 3. Kimberly

82 18 106
                                    

Uma semana depois.
Estou sendo muito bem recebida e cuidada. Os funcionários são muito receptivos.

Mirella, a empregada, bate na porta, avisando que às 9:00 Dimitri estará à minha espera para o café.

Ouço o barulho da chuva caindo lá fora. O som é tão gostoso, me convidando para dormir um pouco mais.

Estou um pouco chateada, pois ainda não lembro do meu passado.

Também percebi que Dimitri tem me evitado.

Hoje vamos tirar algumas fotos para colocar no jornal, com o intuito de procurar a minha família…
Ao sair do quarto, desço as escadas e ouço sua voz vindo do escritório. Parece que ele está em uma ligação.

Chego próximo e bato na porta. Ele demora um pouco a atender provavelmente por estar finalizando a ligação.

Ao abrir a porta, ele não permite que eu entre, pois ele sai com um olhar sério e frio de quem vai matar alguém…
Disfarço que não gostei e demonstro a mesma seriedade que ele.

Odeio quando ele está assim. Nem parece a mesma pessoa.

— Bom dia, Pérola. — Sinto algo diferente cada vez que ele fala esse apelido carinhoso.

Pelo menos eu acho muito fofo vindo dele, que é todo machão.

— Bom dia, Dimitri. —  Respondo à altura, pois ele está muito sério hoje. Parece bravo.

— Vamos tomar café?

— Sim… — Meu Deus, que homem… Não consigo entender. Às vezes ele parece outra pessoa, mas agora está com essa cara de mal-amado.

Tenho que ser simpática e agradável.
Logo ele suaviza suas feições e me convida para acompanhá-lo em uma festa hoje à noite.

Onde nos juntaremos com seus sócios, Dimitri me explicou que será um jantar beneficente.

Aceito o convite. Não quero passar mais tempo sozinha.

No caminho de volta para a casa, o observo olhar constantemente para as minhas pernas. Sinto meu corpo deseja-lo.

Passamos em uma requintada loja de roupas de festa. Dimitri sai do carro e abre a porta, estendendo a mão para me ajudar a sair. Agradeço e mostro o meu melhor sorriso, mas ele nem muda sua feição.

Entramos na loja e uma mulher nos atende. Em seguida, traz vários modelos de vestidos, como Dimitri orientou.
Escolho três e vou até o provador para provar.

Coloco um vestido amarelo, estilo sereia. Saio do provador e Dimitri está sentado em uma poltrona.

Ele me olha de cima a baixo e nega com a cabeça, desaprovando-o.

Volto ao provador e coloco o segundo vestido, em um tom azul escuro, também modelo sereia, que modela o corpo. Saio do provador e olho Dimitri franzir a testa.

Este ficou muito bom, mas quero ver o terceiro.

— Já volto. — Falo mais baixo que o normal. Gostei desse. Não que eu precise da aprovação dele para escolher. Mas afinal, era ele quem estava comprando e não queria
desagradá-lo desta vez.

Sigo para o provador, experimentar o último vestido que havia escolhido. Um vestido preto de alças, com muito brilho, colado ao corpo e com uma fenda que desce da coxa até o chão.

Ao sair do provador, noto Dimitri fazer um O com a boca. Seus olhos brilham. Ele parece surpreso. Molha os lábios, fazendo uma parte de mim esquentar… Dou um sorriso quase imperceptível, mas ele nota. Seus olhos estão semelhantes aos de um lobo, pronto para devorar a presa.

Encontro FatalWhere stories live. Discover now