cap 5. Kimberly

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Alguns dias se passaram e nenhuma notícia da minha família, estou começando a perder as esperanças, com a ideia de que talvez nem tenha uma família.

Dimitri tem trabalhado muito, sai cedo e chega tarde, talvez está me evitando novamente, sinto raiva pela sua atitude.

Acho que fui usada, isso me faz odiá-lo.
Estou entediada, ligo a tevê e não tem nada de interessante para ver.

Vou pegar água na cozinha, já é tarde da noite, dou passos lentamente, pois não sei se ele está em casa, acredito que não está, mas se estiver, não quero acordá-lo.

Desço as escadas e vou até a cozinha, tudo está um silêncio e uma escuridão total.

Abro a geladeira e pego uma jarra com água, vou até o armário, pego um copo, sirvo- me.

Está calor, abro a cortina da janela e a luz da lua ilumina o ambiente.

Encosto as costas no armário e fico observando a lua, umedeço a mão e passo no pescoço tentando diminuir o calor que estou sentindo.

Assim que acabo de deslizar minha mão até o meu busto para colocá-la no armário, sinto um toque arrebatador, que me pega de surpresa e uni nossos corpos como um só, meus lábios
sentem os seus, sinto seu perfume marcante e irresistível tendo a certeza de que é ele.

Me rendo ao beijo, principalmente porque o desejo muito nesse momento.
Sou surpreendida com suas mãos em minha cintura, ele me levanta e nos direciona me colocando em cima da mesa, uma mão desce até a minha bunda, me fazendo arfar.
Nossas
línguas dançam como uma valsa suave. Nos afastamos já sem fôlego.

Ele se afasta e fala:

— Desculpas, não pude resistir a sua doce e magnífica presença. Mas quero que saiba que eu te desejo mais do que você pode imaginar.

Acho que por impulso levei a mão no seu rosto desferindo-lhe um tapa. Não quero apenas sexo.

— Não faça mais isso, não sou esse tipo de mulher, não quero ser usada e descartada, como já aconteceu no outro dia.

Saio correndo sem esperar uma resposta, estava de camisola branca curta, e um robe de cetim aberto, quase enrosquei a beirada na porta quando saio, mas evito olhar para trás.

Não quero mais olhar para ele.
Subi as escadas com o coração acelerado, não sei ao certo se foi emoção por ser beijada por
ele, ou foi pela voz da razão, de estar nos braços de alguém que só usa as mulheres a hora que bem entende.

Ao chegar ao quarto fechei a porta e me permiti chorar, estava com as emoções a flor da pele.

Estou magoada, pois na outra noite que fizemos sexo, ele saiu e não deu a menor satisfação.

O que tivemos foi delicioso, mas não quero ficar com a sensação de que sou um objeto de prazer.

Entretanto, foi a impressão que ele deixou, após me evitar a semana toda, chegando sempre tarde, que nem nos vimos. E agora ele se aproxima como se me possuísse.

Logo ouço batidas na porta, tentei enxugar as lágrimas, mas é inútil, meu rosto, as denúncias, não quero que me veja chorar assim. Só de olhar para meu rosto, qualquer pessoa entende que
estou em sofrimento.

— Sou eu, Dimitri, abra, por favor, precisamos conversar.

Abri a porta por respeito.

— Mil perdões, prometo que não terei mais atitudes como esta de hoje. — Ele fala bem sério, demonstrando frieza, percebo que está cheirando a álcool.
— Pois bem, assim espero, não sou uma qualquer, que você usa quando bem entender e descarta na primeira oportunidade.
Posso não ter memórias de quem sou, mas o que aconteceu na semana passada eu lembro.

— Realmente você está certa, mais uma vez me desculpe, não te considero como uma qualquer, por isso vim me desculpar. — cruzo os braços e confirmo com a cabeça.

Ele parece entender e me devolve o gesto com um sorriso singelo, nunca havia visto ele sorrir com tanta sinceridade...

Meu coração erra as batidas e agora sou eu que tenho vontade de beijá-lo, qualquer atitude positiva dele e eu me derreto toda, não posso fraquejar mais.

Que idiota estou sendo... Ainda bem que me contenho. Dou um sorriso contido em retribuição, tentando disfarçar meus pensamentos pecaminosos.

— Vou deixá-la descansar, boa noite.

Não deixo ele ir, estou tão entediada de ficar sozinha, que quando me dou conta, seguro seu braço.

— Fique um pouco mais, me sinto tão sozinha, você tem trabalhado muito, mal nos vemos. O destino nos uniu de certa forma, podemos ser amigos ainda. Conte-me como foi o seu dia? Obteve alguma notícia sobre a minha família?

— Até agora nenhuma notícia que nos leve até eles. Mesmo com as publicações na mídia.

— Já fazem mais de duas semanas e até agora nem uma notícia, estou desesperada, é muito ruim não saber de nada.

— Amanhã vou levá-la ao médico para examiná-la novamente, e tentar descobrir se podemos fazer alguma coisa para te ajudar a recuperar a memória.

— Tomara que tenha alguma forma de me recuperar mais rápido. — tento me convencer disso.

— Dimitri, em que você trabalha?

— Sou o acionista da maior empresa de telecomunicações da Espanha.

— Que interessante, você poderia me levar até a empresa algum dia desses.

— Com certeza, se der tempo, poderá ser amanhã mesmo, também quero te levar até a praia, para você tentar lembrar de alguma coisa.

— Vou adorar.

— Agora eu vou, pois já está tarde. Boa noite pérola.

— Boa noite Dimitri!

Ele se aproxima e meu coração acelera, sinto sua respiração bem próxima.

Imediatamente, quero esbravejar e não consigo, fico paralisada.

Ainda não entendo o que esse homem causa em mim.

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