𝟐𝟓 | 𝐑𝐈𝐕𝐀𝐈𝐒

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A encontro sentada no meu sofá com o notebook colado na cara e o doguinho no colo. Sebastian, o Shih-tzu, que não sai da cola da minha irmã por nada.

Tini o trouxe da Argentina e decidiu deixá-lo na minha casa porque minha mãe não gosta de animais de estimação. O que fez com que minha irmã praticamente morasse aqui em casa com seu filhinho.

Eu não tenho animais de estimação porque não tenho tempo para cuidar deles devidamente. Mas Sebastian é um cãozinho lindo e amoroso. Eu o trato como se fosse meu sobrinho mesmo. Se Tini é mãe de pet, isso me torna tia.

— Só preciso terminar de mandar umas fotos pra cliente. — Ela informa, mal me olhando pois está concentrada na tela a sua frente. — Cinco minutinhos, ok?

Faço um joinha e vou pra cozinha. Estou faminta. Mesmo que eu vá para uma festa, vou ter que fazer uma boquinha antes. Não me alimentei direito o dia todo, minha barriga está até roncando de um jeito estranho que sei que vou acabar passando mal.

Preparo um pão integral com bastante queijo e encho um copão de suco de uva.

Fico sozinha ali na cozinha por só alguns minutos, olhando pra geladeira freneticamente enquanto encho a barriga, antes da minha irmã vir a meu encontro.

— Ah, eu não sei como é seu trampo lá no estúdio, mas ter que lidar com cliente exigente é uma porra — ela desabafa, pegando a garrafa de suco da geladeira e enchendo um copo também antes de se juntar a mim no balcão. — Sério. O prazo de entrega é amanhã. Por que diabos aquela vaca quer as coisas hoje?

— Clientes são assim mesmo — credo, estou dando conselho que nem minha mãe. — Lá no estúdio minhas preocupações envolvem meus superiores e rivais.

— Rivais? — Tini sorri, surpresa. — Que coisa de filme. E... falando em rivais, não sei se o Piquerez te contou. Do jeito que ele é fofoqueiro, provavelmente sim.

— Me contou o quê?

Não falo com Piquerez desde antes da viagem. Voltei e já me envolvi com as coisas no estúdio, principalmente por eu ter me classificado no teste. Acabei nem conseguindo focar em outras áreas da minha vida até então. Até agora quando tenho uma festa para estar presente. Uma festa do meu ex.

— Teve um evento esses dias, eu fui fotógrafa e pá — percebo minha irmã meio sem jeito com o assunto pelo simples fato de evitar o contato visual e girar aquele copo de vidro dezenas de vezes em sua mão. — Havia muitos jogadores presentes. De diversos clubes paulista. Aí rolou um after, fui convidada e... e acabei ficando com um jogador. Bom. Quer dizer, mais de um.

— Puta que pariu — meu coração erra as batidas e eu rapidamente levo uma mão ao peito. — Jogadores de quais times? Dios mio. Não estou preparada para ouvir que 'cê ficou com o Yuri Alberto.

— Quem?? — Tini fica desentendida, sem reconhecer o nome. — Você sabe que eu não acompanho futebol. E só estou ligada nessa rivalidade toda por causa de você e do seu ex que é do time que 'cê torce desde pequena. Não conheço os caras.

— Hum. Então... não ficou com o Yuri Alberto?

— Não. — Nem posso explicar o alívio em ouvir esse maravilhoso "não". — Mas eu devia? Pra ele ser a primeira pessoa que passa na sua cabeça, ele deve ser um rival bem gato.

— É, digamos que sim — encolho os ombros sem entrar em detalhes. — Mas ótimo, se não foi ele, acredito que não tenha sido ninguém do Corinthians.

— Não. Posso começar pelos mais aceitáveis — ela sugere e meu coração relaxa. Assim talvez eu aguente. Por isso assinto. — O Kevin foi o mais simpático. Ele tem um jeitinho engraçado que me cativou.

INTERE$$EIRA ━ palmeirasWhere stories live. Discover now