Capítulo 8:

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A grande fuga

Sam acordou nauseado, ao tentar levantar sentiu como se seu cérebro dançasse em seu crânio, permaneceu apenas sentado com a mão na cabeça.

- Você está bem? - Sam reconheceu a voz do anjo e o encarou.

- Eu pareço bem pra você? - Sorian ponderou uma resposta, porém Sam não esperou por ela. - Parece que estou de ressaca sem nem ter bebido, que injusto. - Ele olhou em volta analisando o lugar. - Imagino que estamos em algum tipo de prisão, certo?

- Correto. - confirmou o anjo.

- Ok. E por que você está aqui?! - No momento essa era a maior curiosidade de Sam, que crime o tão certinho e careta Sorian poderia ter cometido para ser preso?

- Bem, eu ataquei um padre... - começou Sorian, mas Sam desatou a rir sem deixar que ele terminasse.

- Você atacou um padre?! - Disse Sam em meio aos risos. - Cara, o que eu não daria para ter visto isso.

- Foi necessário, ele estava sob efeito de hipnose demoníaca. - Sam parou de rir no mesmo instante. - Eu tentei fazê-lo se libertar, mas não consegui. Tive que nocauteá-lo, os fiéis entraram na igreja e me viram com o homem nos braços. Não tive oportunidade de me explicar. Os oficiais me acusaram de heresia e tentativa de assassinato e me trouxeram para cá. Já faz algumas horas.

- Que merda! - Exclamou Sam. - Se o demônio está infiltrado na igreja será muito difícil de encontrá-lo, ele pode ter todo o clero sob seu controle e ainda os fiéis que ele pode influenciar sem nem precisar da hipnose. - Ele fez uma pausa, pensando. - Já decidi. Vamos fugir dessa prisão meia boca e ir embora dessa cidade o mais rápido possível.

- Não podemos ir. - Protestou Sorian.

- Você me ouviu?! Não poderemos fazer nada aqui. Se ficarmos vamos apenas ser mortos!

- Ainda assim, não posso abandonar essas pessoas. - O anjo insistiu. Sam respirou fundo controlando a raiva.

- Fale por você, eu vou embora agora. Se você quer ficar e bancar o bom samaritano o problema é seu, morra sozinho.

Sam levantou cambaleante se apoiando na parede cheia de limo às suas costas, sentiu que poderia vomitar a qualquer instante. Caminhou até Draken que ainda estava dormindo e o chamou, o filhote levantou a cabeça piscando os olhos ainda sonolentos, levantou e caiu logo em seguida, ele parecia confuso, tentou levantar-se de novo e dessa vez se manteve de pé, vomitou dois segundos depois.

- Vamos, monstrinho, seja forte. Temos que sair daqui.

- Monstrinho - Draken repetiu meio enrolado. Sam o olhou com os olhos esbugalhados, surpreso, girou a cabeça lentamente em direção ao anjo em busca de uma confirmação de que ele não estava alucinando por causa da substância alquímica em seu corpo.

- Não sabia que ele podia falar - Sorian disse confirmando para Sam de que não foi o único que ouviu o filhote falar.

- Ele não podia. Não até agora pelo menos. - Sam respondeu.

Não houve tempo para eles se preocuparem com as novas habilidades de Draken, passos firmes e pesados foram ouvidos no andar de cima, para logo em seguida o alçapão ser aberto abruptamente. Botas pretas e muito bem engraxadas apareceram descendo os degraus. Um homem humano trajando a farda azul escura dos Patrulheiros pisou no último degrau, posicionando-se ereto com as mãos atrás das costas. Era alto e tinha os ombros largos, no peito exibia algumas medalhas douradas polidas a ponto de se ver no reflexo, tinha uma idade avançada - para um humano - e uma aura imponente, ameaçadora para algumas pessoas. Ele analisou cada um dos três prisioneiros em silêncio por longos segundos.

A Última  Esperança - Os RenegadosWhere stories live. Discover now