*•••[2 - A salvadora]•••*
Cerca de três dias se passaram desde que os dois haviam se conhecido. Deixaram de andar pelas estradas quando encontraram uma antiga loja, sem nenhum Zumbi quando a acharam. Tiveram sorte por encontrar alguns suprimentos no interior do lugar.
Daryl e Camille passavam suas horas por ali, mas sempre usando um mapa dele para localizar onde estavam, ou para onde poderiam ir.
No meio de mais uma noite, a Gauthier comia uma refeição, se é que podia se chamar assim, a uma lata de conservas de feijão preto.
Daryl não estava muito longe, com o seu livro para aprender Francês sob sua coxa direita, mas seus pensamentos em algumas palavras que a garota já lhe tinha contado. Contando que tinha perdido seu irmão e sua tia. Mas ainda havia perguntas que ele queria fazer.
Deslocando-se de seu lugar, Daryl sentou-se no sofá, apoiando suas costas nele e deixando seu corpo relaxado. Soltou um assobio rápido, cativando e trazendo Camille para sentar ao seu lado.
— Você falou sobre sua tia. — Comentou o Dixon. — Que morreu um tempo atrás, antes de você me encontrar. Certo?
Ela franziu seu cenho em confusão. Confusão por ele trazer aquele assunto. Pensava que não precisava de voltar a falar sobre isso. Ainda lhe custava relembrar de sua tia. De sua morte. Do sorriso que deu mesmo sofrendo.
Tudo para a proteger.
Com suas palavras presas em sua garganta, ela balançou a cabeça positivamente.
Daryl assentiu, mantendo seu rosto sério quando partiu para outra pergunta, não sabendo bem como perguntar sem ferir Camille. Não queria dizer algo que pudesse a machucar.
— Eu tava pensando e... cadê seus pais?
A Gauthier olhou para ele com o rosto abatido.
— Minha mãe morreu quando eu nasci. - Disse, olhando no fundo dos olhos do Homem que estava consigo. — Nunca a conheci. Não vi seu sorriso e nem sua voz.
Daryl ficou em silêncio. Ia falar "sinto muito", mas sabia que não ias mudar nada. Nada que ela estivesse sentindo.
Arrumou sua postura, debruçando seu corpo para a frente. Deixou seus cotovelos sob seus joelhos e seu rosto entre suas mãos. Sua cabeça virada na direção dela, mostrando que estava prestando atenção.
Suavidade e empatia.
Eram essas as emoções que percorriam seu olhar, esperando que ela percebesse.
— É estranho. — Disse Camille, pousando sua cabeça contra a superfície suave onde estava sentada. — Como podemos sentir falta de algo que nunca conhecemos?
O Dixon logo percebeu o sorriso doloroso nos lábios da criança.
— Nunca a conheci. — A garota repetiu, guardando suas mãos em seus bolsos. Apertou seus lábios trêmulos, um contra o outro. — Ela me trouxe ao mundo e eu... nunca cheguei a dizer que a amo. Sem receber abraços apertos e quentes. Beijos de manhã e à noite. Histórias para dormir e.. — Camille largou uma risada curta ao pensar mais ou pouco. — Até mesmo perdi a chance de pequenas brigas sem noção.
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Found family • Daryl Dixon
TerrorA chegada de Daryl Dixon à França desencadeia uma violenta cadeia de eventos que inadvertidamente coloca em perigo um jovem no centro de um crescente movimento religioso. Mas Daryl se junta para cumprir seu trabalho de mensageiro. Com o passar dos m...