Capítulo 9

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Ucker: Ele é só um amigo, não é, Dulce Maria? — A maneira como os lábios dele se moviam me fez me aproximar. A necessidade de prová-los, senti-los sobre os meus, era tentadora.

Dul: Se eu te dissesse que somos mais que amigos... — Os olhos de Chris deslizaram dos meus lábios para os olhos.

Ucker: Então eu teria que me afastar de você. — Ele afrouxou os dedos em meu pescoço, mas, em vez de recuar, me inclinei para perto.

Dul: E parece que você lamentaria essa decisão. — coloquei a mão em seu peito firme. O cara era duro por baixo dos ternos abafados.

Ucker: Eu não corro atrás da mulher dos outros — ele disse, sem se afastar. 

Dul: Bom saber, Uckermann. — Ergui os lábios para perto, sentindo a respiração dele se misturar à minha. — Eu não pertenço a ninguém. — ele hesitou por um instante e então capturou meus lábios.

O beijo começou suave, preocupado em não se apressar. No entanto, quando ele passou a mão livre ao redor da minha cintura e nossos corpos se encaixaram, me abri para ele, encorajando-o a me provar. Quando ele o fez, enlouqueci. Ele tinha gosto de bourbon e sexo. E eu quis explorar aquele beijo durante horas. Ele beijava como se estivesse em uma missão. E talvez estivesse mesmo. Quem saberia dizer se beijar uma mulher diferente a cada semana não era algo corriqueiro para Christopher Uckermann? De alguma forma, não achava que fosse assim. Ele geralmente era muito reservado. Mas não ali... não com a língua dele explorando a minha e as mãos fortes apertando minha cintura. Cada elevação rígida do corpo dele se encontrava com as curvas suaves do meu. O beijo prosseguiu até que o meu peito se apertou com um aviso familiar. A excitação tinha que diminuir, ou eu poderia ter um ataque de asma. Algo frustrante em minha vida nos últimos anos. Um dos motivos que me mantinham solteira a maior parte do tempo: meus encontros eram, no máximo, mornos. Christopher estava ameaçando acabar com o ar em meus pulmões com apenas um beijo. Um calor me atingiu naquele beijo mortal. Me afastei, e Chris foi atrás de meus lábios. Tentei recuperar o fôlego, sem conseguir respirar fundo.

Dul: Espera — murmurei, se afastando.

Ucker: Foi demais? — Você não faz ideia. Estendi a mão, sentindo a cabeça girar um pouco. Meu inalador estava na bolsa. As duas respirações seguintes não satisfizeram a necessidade de ar. Em vez de tentar fugir de seus braços com uma mentira, lhe dei um pequeno empurrão e disse:

Dul: Não... consigo... respirar. — Ele sorriu, mas o sorriso se desfez quando percebeu que eu não estava sendo fofa.

Ucker: Você está bem?

Dul: Bolsa. — Ele me guiou até o banco do piano e me entregou a bolsa. O inalador fez seu trabalho, e eu voltei a respirar profundamente, recuperando o fôlego devagar. Chris se ajoelhou ao meu lado, observando-me com as mãos na lateral do meu corpo.

Ucker: Você está bem? — Constrangida, assenti.

Dul: Isso nem sempre acontece. — Ele franziu o cenho, preocupado.

Ucker: Quer que eu chame um médico? — coloquei a mão em seu ombro.

Dul: Não. — O aperto passou lentamente. — Geralmente eu consigo evitar. Não queria te assustar. — Chris apertou minhas coxas.

Ucker: Eu quero te deixar sem fôlego, mas não desse jeito. — sorri.

Dul: Pode adicionar beijo mortal ao seu currículo. — Ele segurou minhas mãos e as levou aos lábios.

Ucker: É sempre assim, belíssima?

Dul: Não. Só quando... — Admitir que tinha ficado excitada com um simples beijo não parecia certo, não logo depois da primeira vez que nos beijamos. Puta merda. Tinha acabado de beijar Christopher Uckermann. E ali, na ilha, bancando a namorada de Michael. O que havia de errado comigo? Tentei me levantar. — Acho melhor eu ir. — Chris me fez se sentar de novo.

Ucker: Espera.

Dul: Eu realmente não devia estar aqui com você, assim... — Ele estreitou os olhos.

Ucker: Você disse que não pertencia a ninguém.

Dul: E não pertenço. Mas não é esse o ponto. — Havia um entendimento nos olhos dele, uma sensação de confiança que eu não estava acostumada a dividir com os caras com quem saía.

Ucker: Tudo bem, Dulce Maria. Vou deixar você fugir... por enquanto.

Dul: O que isso significa?

Ucker: Que não terminamos aqui.

Dul: Nada convencido, hein, Uckermann? — Ele não respondeu; ficou de pé e me ajudou a me levantar. — Posso fazer isso sozinha — disse quando ele começou a andar ao meu lado.

Ucker: Tenho certeza que pode. Mas não vou te deixar até que você esteja na porta do seu bangalô. — Discutir demandava muito esforço e, além disso, eu não era idiota. Meus pulmões ainda estavam um pouco sem fôlego, e me esforçar sem alguém por perto era uma receita para o desastre.

Dul: Tudo bem. — Chris riu e manteve a mão nas minhas costas enquanto me conduzia até o carrinho de golfe que me levaria as minhas acomodações.

...

Michael: Alguém chegou tarde na noite passada — Michael começou enquanto se servia de uma xícara de café.

Dul: Alguém foi dormir cedo na noite passada — Ele tomou um gole de café e fechou os olhos, com prazer.

Michael: Caramba, estou me sentindo bem.

Dul: O sexo faz isso com as pessoas. Cadê o Ryder?

Michael: Ele é madrugador. Decidiu dar uma corrida bem cedo na praia. Utah é desprovido de litoral.

Dul: Acho que nunca te vi brilhar assim, Michael.

Michael: Às vezes eu me pergunto como seria viver com alguém...

Dul: Como o Ryder?

Michael: É. Como o Ryder.

Dul: Michael, você sabe que o único jeito de descobrir é tentando.

Michael: Seria o fim da minha carreira.

Dul: Você não tem certeza disso. Hollywood manipula muitas situações para corresponderem às necessidades de mercado. Quem disse que você não pode manipular as coisas que o mundo sabe... ou pensa que sabe?

Ele estava refletindo sobre isso, podia ver. Quando Michael começou a fazer uma cara triste, mudei de assunto, confessando os pecados da noite anterior:

Dul: Eu beijei o Chris. — Ele ficou boquiaberto. — Ele me beijou, na verdade. Logo depois eu tive uma crise de asma, que droga... Mas, sim, a gente se beijou. — Michael estava sorrindo.

Ucker: Como foi?

Dul: Antes dos meus pulmões entrarem em colapso? Ótimo. Quer dizer, você já viu o cara?

Michael: Muito lábio, a quantidade certa de língua?

Dul: Como você sabia?

Michael: Foi só um palpite. — soltei um suspiro.

Dul: Eu não devia ter feito isso.

Michael: Por que não? Ele é gostoso e hétero. Perfeito para você.

Dul: Estou te acompanhando aqui.

Michael: Algo me diz que vocês não tiveram público.

Dul: Estávamos sozinhos.

Michael: Então qual é o problema? O Chris com certeza quebrou as próprias regras quando se permitiu fazer isso. Ele não me parece o tipo de cara que beija e sai por aí falando. Escuta, eu e a Karen ficamos casados durante um ano e meio. Nenhum de nós estava envolvido com alguém, e ninguém se machucou. Você está aqui me acompanhando. Da última vez que chequei, isso não era considerado um relacionamento nem aqui nem na China.

Dul: Mas...

Michael: Mas nada. Beije o cara, transe com ele, faça o que quiser. Eu não tenho nenhum direito e não diria nada para te desencorajar, independentemente do que possa resultar dessas férias. Além disso, não existem câmeras por aí tirando fotos e paparazzi fazendo perguntas. O lugar está fora do mapa. Com certeza eu vou voltar.

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