≀ ꒰ EG ꒱ ៹ ﹫chapter five, you ⋆◝﹆

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001 -
Então... Se preparem.

002 - Não esqueçam de comentar muito.





"Você"

Martina Valdez


ENTREI NO BAR E FUI DIRETO PARA o balcão, sentei na cadeirinha e me inclinei sob o balcão, sorrindo maliciosamente para o barman. Precisava agir como uma jovem universitária que queria apenas encher a cara, boba e ingênua, como se não tivesse a mínima ideia que o assassino dos meus estava sentado a algumas mesas a distância.

— Uma dose da bebida mais forte que vocês tiverem.

O barman me encarou, um olhar preocupado em seu rosto.

— Dia difícil?

— Semana difícil.

Forcei um sorriso, me apoiando no balcão de forma que meu decote ficasse em evidência. Os olhos do homem foram imediatamente para lá, quase me fazendo revirar os olhos.

— Vou pegar o seu pedido, moça.

— Obrigada, querido.

Pisquei para ele e quando o mesmo se virou, voltei a me acomodar no banco.

O suspeito está se aproximando — a voz de Aaron Hotchner soou no meu ouvido — fique calma, tente parecer relaxada.

Ficar ali e parecer relaxada estava sendo mais difícil do que eu havia imaginado, estava lutando para não ficar tensa. Ouvi o som do banquinho ao meu lado sendo arrastado e um arrepio gélido atravessou meu corpo quando olhei para o lado, dando de cara com o cara que havia destruído a minha vida.

O homem deveria estar na base dos cinquenta anos, olhos claros, gordo, pele branca e cabelo ralo na cor castanha.

Seus olhos focaram em mim.

— Olá.

Forcei um sorriso, tentando parecer confortável.

— Oi.

Eu havia imaginado diversas vezes como seria estar na frente dele de novo, depois de tudo, mas a minha imaginação não chegou perto de como estava sendo agora. Os olhos dele focaram nas minhas mãos, provavelmente procurando as queimaduras que eu escondia com uma intensa camada de maquiagem.

Ele havia mudado, provavelmente feito alguma cirurgia plástica.

— Você parece alguém que está tendo um dia difícil.

Ficar na frente do meu torturador e assassino dos meus pais havia tornado o meu dia difícil.

— Perdi minhas amigas esse mês — sussurrei, me deixando parecer frágil — em um momento elas estavam aqui e agora... Elas se foram.

Por sua causa, seu merda.

Ele colocou a sua mão em cima da minha, uma expressão simpática em seu rosto que me fazia querer vomitar.

— Eu sinto muito, por isso.

— Sua bebida, senhorita.

Me virei para o barman e peguei a minha dose, virando de uma vez só para conseguir aguentar toda aquela merda.

— Me chamo Jackson, qual o seu nome?

Olhei para ele, dando um sorriso tímido.

— Annabeth.

— Eu sou terapeuta, posso lhe oferecer uma terapia grátis.

Tive vontade de rir ao ouvir aquilo, era inexplicável o quão irônico aquela frase era.

Faça a conversa render, mantenha a atenção dele em você — o agente Hotchner murmurou — finja que está interessada.

— Não posso negar uma terapia grátis.

Principalmente quando o terapeuta era a fonte de todos os meus traumas.

— Talvez a música alta atrapalhe um pouco e todo esse barulho de conversa, que tal irmos lá para fora?

Temos uma equipe pronta esperando por vocês — a voz de Aaron soou.

Respirei fundo, meus pais lidavam com aqueles psicopatas todos os dias, eu conseguia fazer aquilo.

— Claro.

Paguei a minha conta e segui ele, ao invés de Jackson seguir para a porta da frente, ele fez o caminho até a entrada dos fundos, que eu nem sabia que existia.

Oh, isso é ruim.

— As pessoas resolveriam melhor seus problemas se falassem sobre eles — Jackson disse, com a voz profissional — e eu não sei você, mas eu adoro falar.

Eu lembrava muito bem do quanto ele gostava de falar, principalmente quando estava descrevendo cada coisa dolorosa que faria comigo. Respirei fundo novamente, tentando não ser levada pelas memórias.

— Eu não sabia que havia essa parte atrás do bar...

Jackson se virou para mim, me olhando com profundo tédio. No segundo seguinte, seus braços me agarraram e eu senti ele encostando o cano gélido da arma contra a minha cabeça.

— Martina, a fachada de garotinha burra não combina com você — ele resmungou — agora, você vai ficar quietinha e entrar no meu carro.

Meu coração acelerou, horas atrás eu estava determinada a me vingar desse desgraçado, mas agora só conseguia pensar que não era justo que tivesse sobrevivido quando criança apenas para ele me matar agora.

— Sabe, eu esperei muito tempo por esse momento — Jackson disse, enquanto me empurrava na direção do seu carro — você foi a única que conseguiu escapar.

Senti meus olhos lacrimejar, eu estava com medo.

— PARADO, FBI.

Congelei ao ouvir a voz de Aaron Hotchner, dessa vez não era ele falando no meu ouvido e sim gritando com aquele psicopata.

Jackson bufou, pressionando a arma com mais força contra a minha cabeça enquanto me virava para os agentes do FBI, atrás de Aaron, vi Spencer Reid, me encarando em pânico.

— Eu realmente acreditei que ela não iria envolver vocês nisso — resmungou — infelizmente, vocês não me dão muita escolha.

Derek Morgan avançou na nossa direção, com a arma apontada diretamente para o psicopata.

— Abaixa essa arma e solta ela.

— Sabe, eu passei os últimos anos imaginando como teria se eu não tivesse deixado ela escapar... Não posso falhar novamente.

Tudo aconteceu rapidamente, senti uma dor absurda e meu corpo caiu no chão, enquanto olhava para o céu estrelado, ouvi Spencer gritando o meu nome, então tudo ficou escuro.

END GAME | Spencer ReidΌπου ζουν οι ιστορίες. Ανακάλυψε τώρα