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001 - O Spencer vai enlouquecer com a Tina. O que vocês estão achando até agora?

002 - Não esqueçam de comentar muito.








"Escolhas"

Martina Valdez


COLOQUEI UMA MÚSICA ALTA TOCANDO dentro do quarto e sai pela janela, usando uma escada velha que estava presa a parede dos fundos da casa. Senti o ar gélido da noite e respirei fundo, ajeitando a jaqueta preta e o capuz que cobria meus cabelos descoloridos.

Eu já tinha uma grande desconfiança da verdadeira identidade do meu perseguidor, sabia como ele agia e principalmente, sabia que ele achava prazeroso prolongar as coisas o quanto possível. Até o amanhecer, eu enfiaria uma bala no meio da testa daquele merda, mas antes, eu faria ele sofrer como fez meus pais e eu sofrer, há dezessete anos.

O meu plano já havia sido traçado e não eram alguns agentes idiotas do FBI que iriam me impedir.

Dei a volta na casa e estava quase saindo do jardim quando ouvi uma tosse atrás de mim, lentamente me virei, apenas para ver a expressão nem um pouco surpresa de Aaron Hotchner olhando diretamente para mim. Olhei ao redor, apenas ele estava ali, sozinho.

— Oi.

Aaron Hotchner suspirou e enfiou as mãos no bolso.

— Eu imaginei que você iria provocar uma briga de propósito com Spencer, usando o lado emocional dele e depois iria seguir seus planos — comentou, como se estivesse falando da previsão do tempo — Sua mãe teria feito a mesma coisa, foi assim que previ isso.

Bufei baixinho, lembrando a forma como ele era próximo dos meus pais.

— Então você só deixou eu fazer isso e achar que estava dando certo o que planejei?

Ele me encarou, me analisando.

— Não — murmurou — na verdade, fazia parte do meu plano. Reid nunca concordaria em arriscar a sua vida, mas eu sei que você não vai parar, não importa o quanto a gente tente te proteger. Já sabemos quem é o nosso alvo e você também, então eu vou deixar você seguir o seu caminho se concordar em colocar uma escuta para podermos pegar o cara da maneira certa.

Agora que ele já sabia sobre os meus planos, não havia como não concordar com ele, então apenas suspirei.

— Ok... Mas quando pegarem ele, é melhor você acertar um tiro nele.

Aaron quase sorriu.

— Dois, por Marissa e John.

Concordei e segui ele até o carro, que só agora notei que estava estacionado em frente a casa do vizinho. Derek Morgan estava dentro do carro e me encarou, ele me encarou com atenção.

— Oi.

— E aí? — ele perguntou, então sorriu — planejando fugir?

Revirei os olhos e Aaron me encarou.

— Aliás... Não esqueça de me entregar a arma.

O encarei, totalmente incrédula.

— Desculpe?

— A maioria dos cidadãos americanos têm armas, agora por favor, me entrega essa que você escondeu dentro da jaqueta.

Fiz uma careta e entreguei para ele, que rapidamente a guardou.

Derek me encarou, havia uma expressão estranha em seu rosto que não consegui identificar exatamente o que era.

— Garota — murmurou — toma cuidado, ok? O Reid já passou por coisas demais e eu não faço ideia da relação de vocês, mas sei que ele ficaria mal se te perdesse.

Desviei o olhar, me sentindo desconfortável.

— Eu não sou suicida.

— Ótima forma de mostrar isso, indo atrás de um psicopata...

O ignorei, focando em Aaron Hotchner que estava arrumando o ponto no meu ouvido, para que eles pudessem se comunicar comigo. Dei uma breve olhada para a entrada da casa, com medo de que Spencer percebesse que algo estava errado e decidisse ir atrás de mim.

O que havia acontecido com ele desde que entrou na equipe de análise comportamental?

— Sabe, eu perdi as contas de quantas vezes vocês me convidaram para entrar na equipe — murmurei — Quem quer gastar toda a sua vida correndo atrás de psicopatas?

O agente Hotchner suspirou.

— Eu não penso nos psicopatas que vamos atrás e sim nas vítimas que a gente consegue salvar — explicou — às crianças que devolvemos para os pais, os pais que conseguimos evitar de serem mortos... Como os seus.

A porta da casa abriu e Spencer Reid saiu com uma expressão furiosa, desviei o olhar, me preparando para o que estava por vir.

— O que está acontecendo aqui?

— Vamos usar Martina para conseguir pegar o nosso suspeito.

Spencer me encarou.

— Você concordou em ser uma isca? — perguntou, incrédulo — E se as coisas saírem errado e...

— E eu morrer?

Ele ficou em silêncio e por um momento, foi como se eu tivesse sido transportada para a noite do nosso término. Os dois parados no meio da rua próxima ao campus, era noite e estávamos saindo do cinema e um temporal enorme estava caindo.

Eu percebi que ele estava agindo estranho e perguntei o que estava acontecendo até ele não aguentar e terminar comigo.

Nunca havia visto uma expressão tão desesperada no rosto de Spencer, ao menos, até agora.

— Temos profissionais capacitados para pegar o suspeito — ele retrucou — agora volta para dentro de casa, Martina.

Respirei fundo e o encarei.

— Nós dois sabemos que eu não vou voltar para dentro de casa e ficar esperando que vocês me protejam e peguem o cara.

— Tina...

Ele se aproximou de mim e agarrou o meu rosto, parecendo desesperado.

— Por favor — sussurrou — Eu não quero perder você.

Coloquei as mãos em cima das suas e tirei delicadamente do meu rosto, ele suspirou.

— Eu não vou morrer.

— E se ele perder a paciência e te matar?

Revirei os olhos e me aproximei dele, ficando na ponta dos pés e fazendo o que eu queria fazer desde aquela noite.

Eu o beijei.

Spencer congelou por um momento e então retribuiu, colocando as mãos no meu pescoço. Ele retribuiu o beijo como se estivesse desesperado, necessitado e com fome, demorei para conseguir reunir coragem para me afastar dele.

— Você não confia em mim?

Ele franziu a testa.

— Não é questão de confiar ou não em você. Esse cara está acostumado a matar e conseguir se safar por não deixar provas, ele está com a mira em você e é estupidez a gente simplesmente jogar você em cima dele.

O agente Hotchner respirou fundo.

— Reid, a garota não é uma civil qualquer — retrucou — Martina Valdez é extremamente capacitada, apesar da falta de treinamento... E ela vai fazer isso de qualquer jeito, sozinha ou não, então é melhor que a gente esteja apoiando ela e dando o suporte necessário.

Spencer Reid me encarou.

Por favor, fique viva.

END GAME | Spencer ReidWaar verhalen tot leven komen. Ontdek het nu