Capítulo 32 - Flutuando

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Eu engoli em seco.

— Você acha que ela vai descobrir como é que volta? — eu perguntei.

— Eu tenho esperanças que sim.

Eu me sentei ao lado da cama dela e segurei sua mão. Mas antes de qualquer coisa ele disse:

— Eyder tome um banho antes, pode usar o do quarto de visitas dessa casa, mas tome banho, ela é minha irmã.

Eu fui, depois fiquei ao lado dela com uma mão segurando a dela até amanhecer.

— Ayra —

Finalmente eu senti meu corpo bater na superfície, saindo da água que não acabava mais. Então senti a maciez em minha volta, muito confortável, meus olhos abriram com dificuldade, tremeram e então olhei e não vi nada por um instante, senti minha mão sendo segurada, e finalmente comecei a enxergar, tinha um abajur aceso. Fiquei feliz que lembraram de manter uma luz acesa. Olhei ao redor por um momento, mas eu me sentia fraca, e minha mão tinha um peso em cima dela.

Virei minha cabeça para ver o que era, então me surpreendi, era Eyder, dormindo profundamente, levantei minha outra mão com um pouco de dificuldade, eu realmente me sentia fraca, mas acariciei suas mechas de cabelo. Fiquei assim por um tempo.

Era como um sonho bom, queria ficar assim por muito tempo. Até deixei meus olhos se fecharem novamente por um instante, eu sentia paz perto dele, mas o que eu mais sentia era segurança. Apesar de saber o quão perigoso ele era.

Então abri meus olhos de novo, eu continuava a acariciar os cabelos de Eyder até que senti minha mão cair. Então virei meu rosto para onde Eyder estava, ele me olhava, parecia assustado, até que o vi esfregar os olhos. Então pensei será que eu estava sonhando? Afinal Eyder estava em uma missão.

Ele me encarava, então tocou em minha bochecha, eu pisquei os olhos duas vezes bem rápido. Me perguntava se ele estava bem. Me perguntava se eu estava bem por ver uma pessoa que não deveria estar ali. Mas eu me sentia fraca, as palavras não me encontravam para dizê-las.

Mesmo assim ali estávamos nós, olhando um nos olhos do outro. Sua face desfez a tensão e deu lugar a um sorriso. Ele sorria para mim, então senti meus lábios repuxarem, eu sabia que eu sorria para ele. Estávamos sorrindo um para o outro. Era bom. Mas as palavras ainda não me encontravam, e pareciam não encontrar ele também.

Foi depois de um tempo, que parecia eterno, de tão belo que foi, que finalmente ele encontrou as palavras:

— Você me deixou preocupado...

— Você está mesmo aqui? — não consegui evitar a pergunta.

— Sim, sou eu mesmo.

— Mas você não estava em uma missão?

— Eu voltei.

— Mas já, só faz 3 dias.

— Eu voltei ontem à noite, fez 5 dias ontem.

Eu levantei abruptamente o corpo para me sentar na cama e deu tontura.

— Calma — ele disse me ajudando a me sentar melhor.

— Eu apaguei por 3 dias — era a única coisa que eu conseguia pensar e dizer.

— O importante é que você acordou, ficamos com medo que você não acordasse.

Eu olhei para ele surpresa, era possível que eu não acordasse, isso me surpreendia.

— Espera... você está dizendo... que era possível que eu ficasse dormindo para o resto da minha vida? — eu perguntei perplexa.

Olhos BrancosWhere stories live. Discover now