●)♡ [𝟭 - 𝗧𝗼𝗴𝗲𝘁𝗵𝗲𝗿]

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Mas seu olhar rapidamente ficou rígido e seu aperto na lança mais forte quando tentou acabar com o morto que não estava morrendo. Mais uma variante. E estava dando trabalho.

Soltando a garota por momentos, ele colocou seu braço esquerdo para o ajudar. Logo tendo a surpresa, junto de azar, quando a mão do infectado agarrou em sua pele.

"— Merda.", xingou mentalmente, reprimindo os sons de dor que queriam escapar de seus lábios e elevou sua força, conseguindo finalizar aquela variante após duros minutos.

Uma vez já tendo terminado tudo. O silêncio voltou ao lugar. Daryl deixou a lança pousada sobre umas placas de madeira e se sentou no chão, segurando seu braço esquerdo, verificando a queimadura em sua pele.

Alguns minutos depois, após cessar seus murmúrios de dor e pequenos xingamentos, levantou o olhar para ver a garota afastada. Demasiada afastada. Mas mesmo assim com seu olhar sobre Daryl e a ferida do mesmo.

— Pode se aproximar. — Disse enquanto baixava seu olhar para ver seu ferimento mais uma vez. Mas acabou notando que ela não se moveu. — Não vou te machucar. — Suspirando, tentando suavizar sua voz para falar com ela. — Eu prometo.

Mas não adiantou.

Ficou observando-o. Seus pequenos olhos transbordando curiosidade, mas também medo. Havia algo na garota que começava a incomodar o Dixon. Ela não o queria ouvir, ou não parecia ouvir. Cada palavra que saiu da boca do Homem, pairavam pelo ar silencioso, não entrando nela. Daryl suspirou, mas não pode deixar de a abordar de outra maneira.

Afinal... era só uma criança.

Ignorando a ardência em seu braço. A dor que o consumia por minutos, como se a queimadura estivesse comendo sua pele, ele encurtou a distância entre ambos em passos curtos. "— Está tudo bem.", era as únicas palavras que abandonavam sua boca para tentar não a assustar.

Não entendendo o que ele dizia. Não por não falar Inglês, mas sim por usar aparelho auditivo e, o mesmo, estar em suas baterias finais, ela acabou por retroceder alguns passos. Posteriormente, parou quando Daryl se ajeolhou na sua frente.

— Calma. — Ele suspirou quando seu polegar limpou uma sujeira no rosto dela. — Viu? Não te machuquei. Agora me responda.. você está bem?

Daryl se manteve à espera. Deixando sua mão direita descansar em um de seus joelhos. Seu braço esquerdo para baixo, parado ao lado de seu corpo.

— Você está bem? — Ele voltou a repetir, quando não obteve resposta. O que começava a tirar sua paciência era o silêncio. — Você está...

Suas palavras repetidas prenderam em sua garganta. Seu olhar se focou no rosto dela, vendo finalmente e pela primeira vez, o aparilho auditivo que ela usava.

Aquilo explicou tudo.

Ele se sentiu idiota por dentro. Percebendo que estava falando para o nada durante aqueles sete minutos. Ela não estava ouvindo e ele apenas falando e falando. Uma curta, nervosa e genuína risada escapou de seus lábios enquanto se levantava.

Um gesto vale mais que mil palavras. Provavelmente Daryl já tinha ouvido falar sobre isso, mas agora tinha absoluta certeza que era verdade. Pois assim poderia desvendar gestos de tédio, medo, alegria e alguns sinais de abertura. Era adequada para a situação à sua frente. Com apenas alguns gestos, o Homem aumentou seu novo começo de relação com a mais nova. Com a garotinha na frente de seus olhos.

— Meu nome é Daryl Dixon. — Simplificou, em libras, esperando por uma reação dela.

Quando o viu falar em libras, ela arregalou seu olhar em surpresa. Logo mudando para conforto e abertura.

Found family • Daryl DixonWhere stories live. Discover now