Guarde minhas palavras!

Start from the beginning
                                    

-Sim, meu filho. Sabe que eu não sei ficar de enrolação, não é?

-Sim. - respondo preocupado, com o que possa ser.

-Oliver, há pouco tempo descobri que haviam desvios de dinheiro em nossas empresas, procurei saber mais a fundo e, para o meu total desgosto, seu irmão, Thomas, foi o responsável por isso. Foram desviados dinheiro das empresas, do hospital e até de minha conta pessoal. Oliver, eu posso parecer estar calmo agora, mas quando eu descobri, eu explodi e senti uma dor terrível. - fala e faz uma pausa, respirando fundo. -

Meu filho, não tem dor maior do que ser apunhalado pelo próprio filho!

Em suas palavras, sua dor é nítida.

-Pai, quando o senhor descobriu isso e quem lhe contou? - pergunto, com o tom de voz mais baixo que o de sempre.

-Oliver, você já sabia, não é mesmo? - me levanto e vou até a janela de minha sala, imaginando a angústia de meu pai.

-Sim, pai! James e eu sabíamos, mas eu estava esperando um momento melhor para lhe contar.

-James sabe? Oliver, você sabe o quão explosivo ele é e também sabe que ele nunca se deu tão bem com Thomas. Não acho que ele deveria saber.

-Ele deveria saber sim, pai. Ele é seu filho, assim como eu. E sim, eu sei que ele é explosivo, mas não é certo que o deixemos de fora disso.

Ouço meu pai respirando fundo do outro lado.

-Bem, você está certo. Eu descobri na semana do chá da Olívia. Eu estava desconfiando e, um amigo de anos foi quem me confirmou. E quem me entregou todos os documentos foi Paul, que acabou me contando que já sabia disso, mas quis me poupar desse desgosto.

Meu sogro, realmente, cumpriu sua promessa e não disse que eu já sabia.

-Eu descobri há poucos meses. Benjamin me ligou para falar sobre as finanças e acabou me falando do desvio da época em que o hospital estava sob o comando de Thomas. Conversando com Meg, ela me lembrou de um amigo que Paul e você têm em comum, o Derek. E ele confirmou tudo. Contei para James, que o senhor já deve ter imaginado sua reação e marcamos de nos encontrar com Thomas em um Pub e, infelizmente, Thomas testou nossa paciência, resultando em... bem, o senhor deve saber. E, por suas atitudes, ele praticamente assumiu o que fez!

Ao dizer isso, acabo tirando um peso de minhas costas e, ao mesmo tempo, uma angústia por saber como meu pai deva estar.

-Oliver, eu não julgarei seu irmão e você. Sei que fizeram para me defender também. Mas eu preciso escutar da boca dele o motivo que o levou a agir assim.

-E o que pretende fazer, agora que já sabe? - pergunto confuso.

-Liguei para ele e marquei em um pub aí em Londres, hoje mesmo, às nove da noite. Se seu irmão e você puderem ir, eu ficarei agradecido. E lá, quero que ele me diga, olhando em meus olhos, o motivo de tudo isso. - sua voz está meio fanha.

-Estaremos lá! Nunca esqueça que o senhor jamais estará sozinho, enquanto James e eu estivermos aqui. Avisarei a James. Me passe o nome do pub, por mensagem e estarmos lá."

EntrelaçadosWhere stories live. Discover now