Capítulo 1: Nickolas Keity (P2)

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A feira era enorme, eu me lembro muito bem de estar surpreso naquele dia, com as várias opções de livros... era incrível

— As Aventuras de Sherlock Holmes, exatamente o livro que eu estava procurando.

— Ah, finalmente um garoto de bom gosto para livros.

Era uma atendente da banca falando comigo.

— Hum? Sou? — Respondi.

— Sim, sim. Você é o primeiro adolescente que vejo hoje vestido de cosplay que não está comprando um mangá ou algo erótico...

— Tem gente que compra isso? Em público?

— Sim, por quê? Você compra isso na internet espertinho?

— Não, não! Eu nunca comprei isso! Jamais!

A atendente começou a rir e fiquei um pouco envergonhado.

— Ei, eu estava apenas brincando, garoto...

— Ah...

— Você parece um garoto bem inocente. Qual é o seu nome?

— Meu nome? Nickolas.

— Prazer, Nickolas. Como vai?

Ela cumprimentou.

— Estou bem, obrigado por perguntar.

Apertei a sua mão, cumprimentando de volta

— Você não vai perguntar o meu nome, seu sem educação? — Disse a atendente, brincando novamente.

— O quê? — Assustei-me.

— Hahahahah isso nunca perde a graça!

Ela riu do meu susto, achei aquilo bem sem graça e fiquei quieto logo após isso.

— Foi apenas uma brincadeira, garoto. Acalme-se.

— Qual é o seu nome afinal?...

— Olha, ele realmente perguntou, que surpresa. Me chamo Sammy, Sammy Queen.

Eu estava muito tímido. Ergui a cabeça e olhei diretamente para Sammy, percebendo que ela era bem diferente das outras pessoas, principalmente em relação à aparência. Sammy tinha cabelos incrivelmente lisos e longos, quase chegando ao chão. Além disso, seu cabelo tinha a mesma cor vermelha de suas sobrancelhas e olhos. Era bem notável que ela era bem mais alta que eu, parecendo ter cerca de um metro e setenta, enquanto a mim que tinha quase um metro e cinquenta nove

— Hum... Que nome diferente.

— Você está me elogiando, Nickolas? Você quer algo de mim, seu pervertido?

— Hã? Por que eu e-estaria fazendo isso? — Perguntei desesperado

— Eu sempre espero o pior das pessoas — Sammy dizia.

— Você tem um parafuso a menos, não é?

— Isso foi bem rude, Nickolas.

— Pena, não posso fazer nada sobre isso.

Sammy ficou surpresa, ela acabou soltando uma leve risada.

— Gostei do seu jeito — ela disse, me olhando.

Fiquei em silêncio. Eu não tinha notado ainda, mas era a primeira vez que eu estava saindo de casa e falando com outras pessoas.

— ... Gostou de mim? Mesmo não me conhecendo o bastante? — disse, cheio de dúvidas.

— Por que tive a impressão de que você nunca ouviu isso antes?

— Talvez isso seja verdade... — respondi.

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