46 | Amor, loucura e pele

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Harry

— Senti tanta falta disso. Senti falta de tudo com você. — sussurrei ao encerrar o beijo.

Seus olhos se abriram e se colaram nos meus. Sua respiração estava pesada. Seu olhar baixou para a minha boca novamente, poucos centímetros separavam nossos lábios. Foi preciso muita força de vontade, mas eu me obriguei a não beijá-la novamente.

Catherine me olhou fixamente e começou a falar; dava para ver pela sua expressão e pelo tremor em sua voz que ela falava direto com o coração.

— Eu também senti, você não sabe o quanto. Nunca senti uma paixão dessas, nunca senti algo assim com ninguém. É tão assustador — Ela levou a mão do meu peito para o meu rosto.

— Eu sei que o que nós temos é intenso. Sei que é aterrorizante. Eu também sinto isso. Mas é real. É real e profundo. Eu achei que poderia deixar você. Achei que a distância faria com que isso acabasse, e então tudo seria mais fácil, mas não. — Parei de falar e balancei a cabeça. — Ficar longe de você está me matando. Eu me sinto perdido sem você.

— Eu também — ela murmurou — Estou cansada de ficar longe de você. Cansada de negar o que temos. Cansada de ter medo.

— Eu quero você. Eu escolho você. Vai ser diferente desta vez, tudo vai ser diferente. Quero que o nosso relacionamento dê certo.

— Nossa história é um caos de emoções emaranhadas, cometemos erros... muitos erros. — Inclinando-se para trás, seu sorriso se alargou. — Então, que tal se fôssemos mais devagar? Que tal se apenas...cada um seguisse com sua vida, empregos separados. Nos vemos quando for possível. Só, vamos devagar.

— Devagar? — Tudo entre nós tinha sido intenso demais, durante tanto tempo, que era difícil imaginar as coisas de outra maneira.

— Sim.

— Eu adoraria... tentar de novo. Vamos tentar... parar de magoar um ao outro. Dessa vez iremos com calma.

Seus lábios se separaram de leve e ela inclinou a cabeça para cima, como se quisesse que eu a beijasse. Meus lábios foram subindo até sua boca. Seu toque era suave e doce. Eu nunca tinha beijado ninguém que tivesse lábios como os dela. Eles faziam minha cabeça girar e me deixavam sem fôlego.

— Devagar Harry. Vamos devagar, se lembra?

— Certo. Mas fica difícil, sabendo que você está sem nada por baixo desse roupão.

— Tarado. — ela sussurra, sorrindo.

— Tarado? Diz aquela que não consegue tirar os olhos das minhas mãos.

— É verdade — confessa. — Mas elas são indecentes.

— Indecentes? — Sorri com a palavra. Levanto a mão, com a palma para cima, e então a viro lentamente, balançando os dedos. — Como isso é indecente?

— Ver você tocar piano é como assistir pornô. — Isso a faz abrir um sorrisinho.

— É isso que você gostaria de me ver fazer?

— Sinceramente, eu veria suas mãos folheando uma enciclopédia se fosse minha única opção.

— Não é sua única opção... Mas claro, tenho livros aqui...se quiser.

Me inclinei sobre ela e ergui seu rosto pelo queixo. Com o indicador, passeei sobre seus lábios. Delineei sua bochecha, mandíbula. Catherine permaneceu imóvel enquanto descia para o pescoço, os ombros.

— Caramba. Tocar em você foi uma má ideia.

— A pior— ela concorda, mas sua língua roça seu lábio inferior.

Ever since Veneza | H.SUnde poveștirile trăiesc. Descoperă acum