s e c o n d p a r t

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DA N Ç A N D O  P E L A
L I B E R D A D E

          ELE ERA DURO e firme com as suas emoções, nunca demonstrava totalmente o que sentia e isso muitas vezes o fez perder pessoas que lhe queriam o bem, embora com tão pouca idade.

É difícil se abrir quando o mundo já se mostrou um lugar sem lei, onde aqueles que provam os seus sentimentos são pisados, sem receber nem o mínimo de volta. Daren estava cansado disso tudo, e, o único motivo que o fazia permanecer ali, encarando a mulher que tentava manter a postura, sem mostrar o quanto estava sentindo e precisava dele, era o seu coração.

Amanda, seu peito parecia cantar, querendo ir até ela e dançar até o esquecimento. Linda, um verdadeiro exemplo de mulher. Ele a observou, os traços delicados do seu rosto, os lábios leve e menores que a maioria, assim como o nariz e maçãs do rosto. Ela tinha a pele clara, portanto manchas vermelhas cobriam seu pescoço, indo em descida pelo ombro esquerdo e até o meio do braço — sua marca de nascença enorme. Às vezes desejava tirá-las, outras, se sentia bem e entusiasmada por tê-las, e ele a ouvia em cada versão.

Sua professora de dança, que o encantou com seu corpo, a malemolência dos movimentos, os swings que a faziam tão encantadora. Ele tinha se apaixonado na primeira semana que chegou para aprender dança, ela o deixou louco, então tiveram o primeiro contato depois de semanas de espera. Caramba, ele a quis insanamente, a desejou como nunca fez com outra mulher, um maluco ansiando por uma alucinação no final da tarde, quando se deita para dormir e o sono não vem.

Ela era isso para ele. Sua droga. Seu caminho. E ele a amava, majestosamente. Então, ouvir o que ouviu de seus lábios, o fez se sentir quase aloprado. Não podia acreditar. Não o faria de nenhuma madeira.

— Você está terminando comigo? — Indagou o rapaz, perdendo a paciência, encarando-a com tanto ímpeto que era como se uma fera tivesse rasgando seu caminho para fora de sua jaula.

— S-sim — a voz dela falhou, os olhos um mix de emoções, marejados ao pronunciar o que a mulher não teve coragem de admitir. — Não se sinta mal por isso, não é você…

Ele a interrompeu, cortando sua frase.

— Não sou eu, é você, certo? — Ela acenou, ele riu amargamente. — O quão patética você se ouve por dizer isso? Não espere que eu aceite essa sua frasezinha clichê de filmes. Quero ver uma atitude sua. Então, vá em frente. — Fez o caminho até a professora, cruzando os braços na sua frente.

— Quero terminar com você, Daren. Sem esses joguinhos, por favor, apenas… nós dois. Nunca fomos de machucar um ao outro, então, se me aceitar novamente como sua amiga, podemos continuar com as aulas — ela parou, uma gota rolando pelos olhos maduros, as íris castanhas boiando naquele mar de lágrimas.

Seu coração deu um maldito salto com aquela demonstração de fragilidade, ardendo como se estivesse sendo arranhado por unhas ferozes, um verme miserável drenando seu sangue. Ele não queria vê-la sofrendo. Porra, ele só queria pegar a mulher neste instante e balança-la em seus braços, até que tudo isso passasse.

— Eu não estou terminando com você. — Para ele só existia uma regra: saia com ela, ou com ela. E ele não ousaria desobedecer. — Isso só acaba quando tivermos entrado em um acordo onde ambas as partes estejam em conjunto. Eu não estou saindo daqui sem você, Amanda, me recuso a ir embora de mãos vazias. Não pode me olhar e dizer que está acabando comigo; eu não vou aceitar.

Sorrindo, mesmo com medo de que ela falasse sério sobre o término, ele não pôde esconder o prazer ao vê-la puxar o ar demoradamente. Se inclinou até estar com o rosto próximo, as íris atentas a cada marca de expressão dela. Podia até ser mais velha, mas ainda era uma mulher que arrancava fôlego por onde passasse, e só o pensamento de outro homem a desejando, o fez ranger os dentes e avançar.

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⏰ Last updated: Feb 08 ⏰

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