➳ 𝘤𝘩𝘢𝘱𝘵𝘦𝘳 𝘴𝘦𝘷𝘦𝘯

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[✓] CAPÍTULO REVISADO: 21-12-23.

"Querido diário,

há muito tem não recorro a você, uma vez que pensei estar tudo bem. Mas não está, sequer chega perto disso. Há um mês, mais ou menos, os filhos de vilões chegaram à Auradon. Pode-se dizer que esse foi o estopim para que as coisas começassem a desandar.

Apenas um pequeno exemplo do que anda acontecendo ultimamente. Mal, ou seja lá qual for o nome, está usando mágica de acesso para deixar as garotas da escola muito, muito bonitas. Primeiro foram os cabelos, em breve serão os lábios, as roupas... E onde é que eu fico? Você entende onde quero chegar, não entende? Enfim.

Mas meu maior problema, recentemente, está sendo em relação à Florence. Antes de tudo isso, éramos somente nós duas. "Melhores amigas para sempre, é o que falávamos". Mas agora as coisas estão... diferentes. Nós mal nos falamos, pois ela parece muito mais interessada em socializar com aquelas pessoas, especialmente o filho da Cruella.

Não quero pensar na possibilidade de ela estar gostando dele, oh não. Eu, mais do que ninguém, sei que muitos príncipes daqui da escola têm uma quedinha por Florence. Ela, por outro lado, nunca pareceu se interessar por nenhum deles. Agora, um filho de vilão?!"

Audrey foi interrompida por duas batidas na porta de seu dormitório. Quando disse "entre", Florence adentrou o cômodo, apresada. Carregava um livro nos braços, como de costume.

— Eu estou atrasada, me desculpe. — Florence disse enquanto lutava para recuperar o fôlego perdido na corrida até lá. — Eu tive alguns probleminhas antes de vir.

— Está tudo bem. — Audrey respondeu, indiferente.

Florence sentou-se ao lado da outra garota, esticando-se na cama. Pelo canto do olho, Audrey notou que Florence exibia um sorrisinho em seus lábios. Isso foi o estopim para que uma pontada de ciúmes lhe atingisse e, dessa forma, não pôde deixar de perguntar:

— Flor, lembra-se de quando éramos crianças, e você disse que contaria para mim quando estivesse gostando de alguém? — Olhou-a nos olhos. — E eu prometi que te aconselharia?

Florence olhou-a.

— Sim, eu me lembro. — Ela respondeu. — Por quê?

— Vou ser direta. Você gosta do filho da Cruella?

Florence arregalou os olhos, surpresa pelo questionamento da melhor amiga.

— O Carlos? Ah, não. Sem chance alguma. — Respondeu. — Ele é só meu amigo.

Audrey, mesmo ouvindo a resposta que queria em partes, ainda não sentia-se completamente convencida.

— É que... Vocês passam tanto tempo juntos. — Continuou.

— Foi como eu disse, Ad. — Florence respondeu, no início completamente certa do que estava dizendo. — Somos amigos. Eu descobri que ele não é nada do que pensam. Carlos é tão... Autêntico. É, acho que posso dizer dessa forma. Muito engraçado também. Nunca pensei que fosse rir de piadas tão insípidas. — A garota deu um sorrisinho.

Audrey suspirou. Ela sabia que Florence sempre fora muito distraída até mesmo para compreender seus próprios sentimentos. Sua resposta havia lhe dado a certeza que procurava, a certeza que tanto temia. Tinha que fazer algo a respeito, algo para salvar sua melhor amiga do que podia ser um caminho sem volta, assim como pensava.

A filha da Bela Adormecida deu um sorriso amarelo.

— Tudo bem. Confio no que você diz. — Mentiu. — Enfim, mudando de assunto. Já tem ideia do que irá fazer no recesso depois do grande jogo?

— Oh, tenho sim. Vou voltar para Corona e passar um tempo lá. — Florence sorriu. — Estou com tanta saudades dos meus pais que não posso esperar até o dia da família para vê-los. E você, o que irá fazer?

As horas passaram-se apressadamente e, por um instante, tudo pareceu voltar ao normal para Audrey. Quando o relógio indicou quatro da tarde, Florence deixou o quarto da melhor amiga e seguiu rumo à biblioteca. Precisava começar a leitura de um livro que há muito tempo estava em sua lista.

Deixou-se perder entre as altas prateleiras do espaço em busca de seu livro. Quando encontrou-o, não demorou para que se jogasse em uma das poltronas e começasse sua leitura. Estava no capítulo três quando sua visão escureceu repentinamente. Após o pequeno susto, a garota deu um sorriso e fechou o livro em seu colo.

— Carlos. — Ela disse. — Você sempre chega tão sorrateiramente.

— Pode-se dizer que eu tenho o dom para tal. — Carlos riu e sentou-se no braço da poltrona. Florence, por sua vez, endireitou-se. — Oi, Flor. Como foi seu dia?

— Normal, eu acho. — Respondeu dando de ombros. — E o seu?

— Um verdadeiro tédio. Tenho mais dever para fazer do que nunca em minha vida.

— Não se preocupe. Em breve o recesso chegará e você terá um tempo livre. — A garota tentou consolá-lo. — O que vai fazer nesse tempo?

Carlos pareceu confuso.

— Eu... Não sabia do recesso. — Confessou. — E, de qualquer maneira, não é como se eu tivesse muita coisa para fazer então... Acho que vou ficar por aqui.

Florence olhou-o com pena antes que uma ideia viesse ao seu encontro.

— Ei, tive uma ideia. — Disse. — No recesso, eu vou para Corona para visitar meus pais e matar a saudade. Por que não vem comigo? Se você quiser, claro.

Os olhos de Carlos pareceram iluminar-se.

— Ir com você...? — Ele perguntou como se estivesse tentando processar o que tinha acabado de ouvir. — Isso não seria... Estranho? Quero dizer, qual seria a reação dos seus pais quando me vissem lá? O que eles diriam, ou... todos os outros?

— Meus pais são gente boa, Carlos. Tenho certeza de que não se importarão de onde você vem, mas sim com quem você é. — Florence sorriu. — E então? O que me diz?

— Bem, desse modo... Como posso dizer não?

𝐈 𝐒𝐄𝐄 𝐓𝐇𝐄 𝐋𝐈𝐆𝐇𝐓; carlos de vilWhere stories live. Discover now