➳ 𝘤𝘩𝘢𝘱𝘵𝘦𝘳 𝘵𝘸𝘭𝘷𝘦

669 97 9
                                    

A ideia havia sido de Harry, que insistiu que ainda faltava algo. A princípio, Florence não entendeu o que ele queria dizer com aquilo, porém, quando notou onde estava, pôde enfim compreender. Mesmo um tanto contrariada, decidiu arriscar.

O interior do "Curl Up & Dye" era grande e repleto de cores, com música tocando em alto volume. Florence observou o espaço até notar uma garotinha varrendo um dos cantos do cômodo. Quando a mais nova percebeu sua presente, tomou um pequeno susto.

— Oh, sinto muito. Eu não queria te assustar. — Disse, cautelosa.

E lá se foi a regra de não pedir desculpas.

— Não, está tudo bem. — A garotinha sorriu. — Nunca te vi por aqui antes. Como se chama?

— Meu nome é Florence. — Sorriu. Dane-se as regras. — Prazer em conhecê-la.

— Florence é um nome tão lindo! — Exclamou. — Meu nome é Dizzy Tremaine.

Tremaine... Esse não é o sobrenome da Lady Madonna... A madrasta má da Cinderela?

— Esse lugar é incrível. — Florence comentou. — Você... Já tem uma lista de clientes?

— Uma bruxa aqui e outra ali. Eu mais limpo, esfrego e varro. Varro até ficar muito cansada. — Dizzy respondeu com um ofego, deixando a vassoura de lado.

Florence não pôde deixar de sentir pena dela. Aparentemente, a Lady Tremaine havia passado de madrasta malvada para avó malvada, o que não mudava muita coisa.

— Hum... Dizzy. Você entende dessas coisas. Tem alguma ideia para mim?

A jovem Tremaine não respondeu, observando-a por um segundou ou dois antes de conduzi-la até uma cadeira vazia. Era nítido que Dizzy estava, no mínimo, impressionada. Mas, por sorte, não fez pergunta alguma. Quando pareceu ter alguma inspiração, sorriu.

— Até onde eu posso ir? — Perguntou.

— Até onde você quiser. — Florence sorriu. — Me surpreenda.

E de fato Dizzy o fez. Quando a mais nova virou a cadeira para o espelho quebrado, Florence quase não se reconheceu. Seu cabelo louro agora tinha mechas na cor magenta, uma mistura entre vermelho e o violeta. Tremaine também fez sua maquiagem, nada exagerado, e que lhe caiu muito bem. De fato, lembrou-se de quando Mal e Evie chegaram em Auradon. O estilo era parecidíssimo, perfeito até demais para si. Mas tinha que reconhecer: era bonito.

— Dizzy... — Florence disse, ainda surpresa. — Isso... Céus, ficou perfeito!

— Fico feliz que tenha gostado! — Dizzy exclamou, alegre.

— Para que toda essa demora?! — A voz de Harry ecoou pelo cômodo. O rapaz agora estava escorado na entrada, claramente impaciente. Quando seus olhos se focaram em Florence, ficou sem palavras. Não admitiria em voz alta senão sarcasticamente, mas ela estava bonita. 

[...]

— Para onde estamos indo? — Florence perguntou. — Não aguento mais andar.

— Pare de reclamar princesa, estamos quase chegando. — Harry respondeu.

E ele estava certo. Quando a garota menos esperava, haviam chegado no que era conhecido com Baía dos Piratas. O ar era salgado, haviam pessoas por todos os lados (certamente de uma única tripulação, pois todos pareciam se conhecer) e um grande navio ancorado próximo da costa. Era bonito, de um jeito torto, e bem iluminado. 

— A Rainha de Copas tem muitos filhos, a história é que você é um deles. — Harry começou a explicar, chamando a atenção dela. — E eu te encontrei e te achei perfeita para se juntar a nós.

— Não posso. — Florence rebateu. — Eu...

— Se quiser ficar viva, essa é a única saída. — Hook interrompeu.

Florence estava uma pilha de nervos quando embarcou no navio. Claro, a maioria dos olhares foi direcionado para si. Tratou de manter a calma e agir conforme seus amigos haviam lhe ensinado. Harry, por outro lado, parecia gostar da polidez, uma vez que exibia um sorriso convencido. Guiou a garota até o mastro superior, onde uma garota estava escorada.

Suas roupas eram de um tom azul claro, assim como algumas tranças em seu cabelo, que também exibiam cinza, branco e preto. Tinha um olhar confiante, até mesmo um pouco dissimulado, como se fosse - e talvez fosse - melhor do que muitos ali.

— Quem é essa? — A garota perguntou assim que se aproximaram.

— Florence. Filha da Rainha de Copas. — Harry tratou de responder rapidamente. — Encontrei ela roubando uma loja e pensei que poderia ser uma adição importante à tripulação.

— Ela? Filhinha da Rainha de Copas? — Ironizou.

— Sabe que eu tenho bom olho. — O rapaz insistiu. — Florence, esta é Uma.

— Filha da Úrsula. — Uma estendeu a mão em forma de cumprimento. — Saiba que confio muito em Harry e sei que ele nunca erra quando se trata de recrutamento. Então... Bem vinda.

Florence apenas assentiu, admirando a estrutura do navio.

— Aqui é legal. — Disse, enfiando as mãos no bolso da jaqueta.

— É um navio antigo, mas dá para o gasto. — Uma deu de ombros.

— Imagino... Se houvesse pinturas nos mastros, ficaria melhor.

— A novata então quer uma intervenção? — Uma sorriu ladino. — Sabe pintar?

— Eu me esforço.

— Ótimo. Pegue as tintas e pode começar. Tem algumas no porão. — Respondeu. — Harry, vamos. Pegamos algo que certamente é valioso. — Sorriu. — Um príncipe.

Florence arregalou os olhos.

— Um príncipe? — Perguntou, surpresa.

— É, eu sei. Chocante. Parece que alguém cansou do castelo e veio tirar férias na Ilha dos Perdidos. — Uma riu, sarcástica. — O príncipe Ben tem um gosto estranho.

𝐈 𝐒𝐄𝐄 𝐓𝐇𝐄 𝐋𝐈𝐆𝐇𝐓; carlos de vilWaar verhalen tot leven komen. Ontdek het nu