Irreal ?

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Ficamos por um belo tempo na cozinha, Karina fazia a janta e eu apenas ficava a observando. Em parte eu gostaria de ajudar, simplesmente amava cozinhar, mas acho que ela provavelmente não permitiria.

- Eu quero ir no banheiro.- falo a olhando.

- Está de fralda querida.- ela falou se virando pra mim com um belo sorriso em seu rosto.

Sabia que era uma cilada aceitar usar aquela fralda. Sua insinuação me incomodou, apenas neguei com a cabeça, não iria usar a fralda.

- Não quero usar a fralda, lembra ? sem fraldas.- falei com calma.- Você pode por favor me levar ao banheiro Karina ?

- Mamãe, pequena, tem de me chamar de mamãe, sim ?

- Desculpa, pode por favor me levar ao banheiro mamãe ?- perguntei sorrindo ao me corrigir.

- Venha, vamos lá em cima.

Concordei com a cabeça e desci da cadeira, fui até ela segurando em sua mão e me deixando ser guiada. Ainda não tinha visto todos os ambientes da casa, e na verdade não fazia questão de um tour, iria descobrir conforme fosse precisando usar. Seguimos no corredor de entrada entre a sala e a cozinha, subimos a escada e fomos pro banheiro principal da casa. Estranhei quando fui entrar e ao me virar Karina também estava entrando comigo.

- Eu vou usar o banheiro.

- Sim, por isso estou aqui.- falou se abaixando e colocando as mãos diante a barra da minha calça.

- Eu posso fazer isso sozinha.- falei dando um passo para trás.

- Venha aqui.- falou firme.

- Deixa que eu faço sozinha.

- Não vou pedir de novo Clarissa, por favor facilita. Já te vi pelada antes lembra.- falou ainda agachada.

Odiava a sensação de constrangimento que agora me invadia. Ela tinha razão, mas isso não diminuía, o meu constrangimento. Me aproximei dela novamente e fiquei olhando pra frente enquanto sentia ela abaixar a minha calça, e em seguida soltar a fralda que eu usava.

- Prontinho, tá vendo, não tirou um pedaço.- falou se levantando.

Sorri sem graça fazendo uma careta pra ela.

- Vira pra mim ver como tá o seu bumbum.- falou segurando em minha cintura e virando meu corpo antes que eu pudesse responder.- Mesmo bem branquinha, as marcas rodadas já estão saindo.

Me virei novamente e sentei pra fazer xixi, fiquei olhando pra frente enquanto fazia o xixi, ela não iria sair do banheiro, e provavelmente seria assim todas as vezes, realmente se adaptar seria doloroso. Quando terminei resolvi pegar o papel higiênico mas antes de terminar ela se aproximou e tirou da minha mão o papel.

- Você tá de brincadeira né ? Nem fudendo. Não.- falei fechando as pernas com força.

Assim que terminei de falar e cruzar os braços, senti um ardor em minha coxa, ela havia me dado um tampa.

- Vou precisar te bater a cada movimento que tiver que fazer ?

- A isso é mais constrangedor que o banho, por favor.

Senti outro tapa ser deferido em minha coxa.

- Para de me bater.

- Então obedeça.

Fechei os olhos e abri as pernas, preferi não pensar muito no que acontecia ali. Senti ela me puxando pra frente, para me manter de pé, e subir minha calça.

- Vou te deixar sem fralda e sem calcinha por enquanto.

Apenas abri os olhos e concordei, lavamos as mãos e seguimos para o andar de baixo novamente. Dessa vez preferi ficar na sala, deitada no sofá assistindo enquanto ela terminava de fazer a comida.

Fiquei deitada na sala vendo diversos desenhos que passavam, de certo modo não estava prestando atenção nos desenhos, apenas olhava pra tv como ponto fixo enquanto pensava sobre tudo, sobre as coisas que eu havia concordado em aceitar, quando decidi entrar nessa dinâmica. Não estava me arrependendo, aliás era o que eu queria, mas estava repassando os cenários com as possíveis situações em minha cabeça, quem sabe assim seria menos constrangedor quando acontecesse.

Fiquei por um bom tempo nisso, e talvez nem percebi que já havia passado um tempo considerável. Só voltei a "realidade" quando senti Karina se sentar ao meu lado e fazer um carinho no meu cabelo.

- Está com sono já ?

- Não.- respondi sorrindo em sua direção.

- No que estava pensando ?

- Em tudo, são muitas coisas novas, legais e constrangedoras.- falei me levantando, ficando sentada ao seu lado.

- Quer voltar atrás ?- perguntou simples.

- Não, claro que não.- respondi eufórica, jamais desistiria disso.- Eu quero tudo isso, é só que, tipo é muito irreal ainda.

- Irreal ? Os tapas que eu dei no seu bumbum são bem reais, só ver as marcas aí.

- Hahaha, bem humorada você né.- falei de forma irônica.

- Bom, vamos comer o papa sim ?- falou se levantando.

- Aham.- falei me levantando e a seguindo para a cozinha.

Ela me guiou até a cadeira e me pegou, me colocando sentada. Não me falou o que tinha para comer, apenas pegou um prato e uma colher para mim, colocando a comida para mim e para ela, logo vindo em direção a mesa e servindo os partos. Tinha arroz, purê de batata, carne moída e salada de alface, tomate e pepino. Em seguida a vi colocar uma mamadeira com um líquido rosa que eu julgaria ser suco de morango.

Antes de se sentar ela abriu uma gaveta, pegou um tipo de tecido e veio em minha direção. Quando se sentiu na cadeira ao meu lado, percebi que se tratava de um babador.

- Eu preciso mesmo disso ? Prometo não derrubar.

- Acredito em você, mas quero usar pelo menos essa vez, vai ficar uma gracinha em você.- falou se aproximando e colocando o babador em meu pescoço.

Ela deixou eu ir comendo sozinha, o que foi bem legal da parte dela, querendo ou não meu lado grande gostava de ter autonomia em alguns quesitos, nem sempre é legal quando fazem tudo pra você. Fui comendo de forma calma, gostava de tudo que estava no prato, exceto a salada, fui comendo o pepino, mas deixei num cantinho o alface e o tomate, não queria comê-los.

Terminei a refeição e senti o olhar de Karina diante de mim.

- O que foi ?- perguntei sem entender.

- Salada.

- Eu não gosto muito, mas comi os pepinos olha.- falei apontando pro prato.

- Nem sempre podemos comer apenas o que gostamos, termina a salada.- falou de forma firme.

- Não vou comer a salada.- falei tentando me levantar.

Antes de sequer desgrudar minha bunda da cadeira, senti Karina segurar meu braço, me forçando a continuar sentada.

- Já que não vai comer sozinha, a mamãe da o papa na boquinha.- falou pegando a colher e levando até minha boca.

Fechei a boca e forcei, a deixando fechada. Vi a expressão de Karina mudando, e logo senti um tapa na minha coxa. Assim que abri a boca para reclamar, senti uma colher entrando.

- Não quero ter que te bater a cada etapa do nosso dia, mas se precisar não irei evitar.- falou esperando eu mastigar.

Permaneceu me dando a salada na boca e se certificando de que eu não iria cuspir a comida.
Me sentia revoltada com a situação.
Assim que terminou de me dar comida, ela retirou o babador e levou os pratos para a pia, voltou e me pegou no colo, e logo pegou a mamadeira com o suco, o dando em minha boca.

Esperou eu tomar tudo e me levou pra sala enquanto lavava a louça da janta.

Pura inocência Where stories live. Discover now