Minha amiga se aproxima, sussurrando em meu ouvido com determinação.
— Você pode ter escapado agora, mas eu não esqueci disso.
Relutantemente, Amália se une a Feer, adentrando o apartamento. Encontro-me sozinha do lado de fora, onde o som abafado de "Fill The Void" ainda ecoa.
Meus olhos se fixam na piscina à minha direita. Daria milhões para mergulhar nessa piscina de borda agora. A adrenalina que isso poderia proporcionar parece tentadora, apesar do medo.
Observo, intrigada, a ausência das pessoas que pagaram para estar no camarote. Não faço ideia do quanto desembolsaram, mas com essa vista panorâmica da pista, certamente não foi barato.
Sob a atmosfera eletrizante e a tensão no ar, eu saboreio a bebida de gosto misterioso enquanto observo a corrida de alta velocidade. O líquido transparente desce pela minha garganta, provocando uma sensação ardente e doce simultaneamente, como um segredo bem guardado.
Lá embaixo, a plateia ruge em êxtase, enquanto os carros deslizam pelas curvas desafiadoras. O carro verde mantém a liderança, mas o carro laranja musgo está em sua cola, determinado a ultrapassar.
— Aposto que o carro marrom ganhará. — em meio à adrenalina, uma voz rouca me surpreende, me fazendo pular no lugar.
É Hades, com seu charme sombrio e um cigarro entre os dedos. O medo se insinua, pois sua presença é intimidante, e eu não sei o que ele é capaz de fazer. Eu tenho medo ̶t̶e̶s̶ã̶o̶ dele. Ele se aproxima de mim.
As roupas e cabelos negros de Hades destacam seus olhos azuis escuros de forma hipnotizante. ̶J̶e̶s̶u̶s̶ ̶C̶r̶i̶s̶t̶o̶.̶
Minha mente me sabota, me lembrando do pequeno acontecimento do carro, sinto minhas bochechas esquentaram.— Por que o marrom? — pergunto, rindo nervosamente. — Ele não parece estar em uma posição muito favorável para vencer.
Hades responde com seriedade, seu olhar fixo na corrida, enquanto toma uma longa tragada do cigarro e solta a fumaça pelo nariz com um ar misterioso.
— O carro verde pode até estar na liderança, mas ele acredita que a velocidade é o único caminho para a vitória. — ele pausa dramaticamente, enfatizando sua próxima declaração. — O que verdadeiramente faz um vencedor nessa pista é a técnica, coitadinha.
Meus olhos se fixam no carro marrom, e o piloto demonstra maestria ao ultrapassar os concorrentes. Minha surpresa é palpável enquanto o carro se posiciona em segundo lugar.
A última curva é um momento de pura emoção, meu coração bate descontroladamente. Meus olhos seguem o carro marrom, tentando desesperadamente ultrapassar o verde. A tensão é palpável quando os dois carros colidem em uma curva desafiadora.
O carro verde gira fora de controle, e o destino do carro marrom permanece incerto. O som do impacto ressoa, e a plateia aguarda em silêncio. O sino toca, revelando o vencedor, enquanto os carros acidentados permanecem imóveis, uma cena que ecoará na memória por muito tempo.
Ninguém foi ajudar os corredores. Essas corridas não são o coração do Lado 69, por que deixam os seus competidores acidentados?
Meus olhos cravam no carro marrom, ele está completamente danificado contra a parede. O impacto, conserteza, deve ter ferido ou até matado o corredor.
— Ninguém vai ajudá-los? — pergunto, fixando meu olhar nos seus, cheio de compaixão.
— Essa é uma corrida de amadores, eles escolheram participar, vão enfrentar seus próprios desafios. — ele fala com a voz dura.
— Isso é tão cruel...
— Bem vinda ao Inferno. — um sorriso se expos em seu ̶b̶e̶l̶o̶ rosto. — Aqui não a compaixão, aqui é dedo no cu e gritaria, coitadinha.
Meus olhos encontram os seus, e neles arde uma fúria indomável. O medo que sentia por ele agora cede espaço à ira e ao ódio. Minhas palavras falham diante do turbilhão de emoções que me consomem.
Um rápido olhar para a pista revela a plateia celebrando o vencedor enquanto o sangue escorre dos carros destroçados.
Desvio o olhar, decidida a deixar Hades para trás, mas sinto meu braço ser agarrado. Ele está bem perto, sua respiração aquecendo minha pele exposta pelo vestido.
— Não me chame assim.
Hades se aproxima de meu rosto, sinto seu hálito contra a minha bochecha. Seus olhos se tornaram cinzas, como isso é possível?
— Você prefere que eu te chame de princesa? — pergunta, dando um sorriso de canto revelando as covinhas. — Ou de pequena presa?
Viro meu rosto, mas Hades pega no meu queixo me fazendo olhar para os seus olhos. Meu coração de acelera como um carro.
— Me responda, Faith. — suas palavras se tornaram fortes.
Eu gostaria de ter uma resposta afiada, mas as palavras parecem ter abandonado meu vocabulário. Ele me puxa ainda mais para perto.
— Vá para o inferno, Hades.
Hades solta uma risadinha maliciosa, revelando sua natureza ardilosa.
— Eu já estou nele, coitadinha. — diz de imediato. — Não acha que esse vestido está curto demais? — sua voz sussurra em meu ouvido, causando arrepios por todo o meu corpo.
De repente, ele rasga a barra da minha saia, expondo parte da minha calcinha. Seguro o tecido com as mãos, me soltando de seu aperto e me afastando dele.
— Lembra-se, você é só minha, nenhum outro homem pode encostar em você. — fala, dando risinhos. — Ou você prefere uma cabeça na sua caixa de correios?
— Vá se foder, Hades. — minha voz treme de nervosismo enquanto faço um gesto obsceno.
Ele responde com um sorriso cruel.
— Só se for com você, pequena presa.
Sua resposta me deixa paralisada por um momento, mas não vou permitir que ele me intimide. Com passos firmes, sigo em direção ao apartamento, deixando-o para trás.
Comentem e votem, me ajuda a saber se estão gostando da história e se devo continua-lá.
"Cada uma de suas preocupações não terão importância no futuro. Cada. Uma. Delas." — Kamal Ravikant.
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HEARTLESS
Teen Fiction+18| Sem Coração Na cidade de StaryVille é dividida em dois lados: o lado certo e o lado errado. Nela, existe uma regra importante que proíbe qualquer relação entre moradores de lados distintos, sob pena de severas punições. Faith sempre foi uma gar...
16) Pequena Presa
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