foi um sonho

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É a segunda vez no mesmo dia que ele encosta seu carro naquele mesmo local.

Agora já passava das duas da tarde e o sol reluzia no alto do céu, era uma tarde quente aquela.

Ramiro se dirige para dentro do bar a procura de seu garçom mas é impedido por Nice com todo o seu autoritarismo.

- Você não pode subir, o bar é meu e eu digo quem pode ou não entrar aqui, é melhor você manter distância daquele rapaz ele já está quase curado. - A megera fala enquanto bloqueia a passagem para os quartos.

- Oh serva de Deus, eu num me importo nem um pouco cum quem manda ou desmanda aqui, eu vô subir pra vê o Kevin e eu quero vê quem que vai me impidi.

Ele a tira da frente com certa brutalidade e sem ouvir a ladainha da mulher, caminha a passos largos até o quarto do outro.

Ao chegar lá a cena é pior do que ele poderia ter imaginado.

Kelvin estava sentado na cama com uma caixa de papelão grande à sua frente e outra em seus pés, ele tentava sem sucesso enfiar todos os enfeites coloridos, quadros e tudo que havia em seu quarto que não fosse "coisa de homem"

- Kevin... O que ocê tá fazeno? - Ramiro pergunta mmantendo o tom de voz baixo e se aproximando lentamente.

-Tô só... Essas coisas não fazem bem pra mim.- Ele fala seco ainda sem olhar para o outro.

- Pra que uma mudança interna aconteça de fato, é importante uma mudança externa. - A voz esganiçada de Nice filósofa entra no quarto atrás de Ramiro.

- Sim...- Kelvin responde como se fosse um robô programado pra dizer aquilo.

Ramiro bufa e já sem paciência empurra a mulher a força pra fora do quarto enquanto ela se debate, ele fecha e tranca a porta para poder falar a sós com o loiro.

Ele se abaixa e fica ali aos pés da cama proxino ao garçom.

- Oh Kevin...Eu fiquei sabendo que ocê tá pensano em deixar a cidade... deixar o bar, as meninas até...- Ele engole em seco, aquelas palavras lhe doíam.- Até eu...

- E-eu... Eu tô penando sobre isso Ramiro não tem nada decidido ainda. - Ele foge da tentativa de contato visual com o outro.

- Kevin se ocê tivesse a chance... Ocê ia mesmo me abandonar? Mesmo depois de ter mexido tanto cum minha cabeça? - Ramiro pergunta já sentindo o desespero tomar conta de si. - Eu e ocê nós fizemo coisa que eu nem sabia que dois homi podia fazê junto... num é possível c'ocê num se lembre...eu lembrei todo dia dessas duas semana viu, lembrei d'ocê... da gente junto, Kevin, num vai embora não...- Ramiro agora já desistiu de travar uma guerra com suas lágrimas, tudo que ele sabia era que precisava manter aquele homem ali a qualquer custo.

- Ramis...num chora não, é melhor assim...- Kelvin coloca a mão sobre o ombro do outro o oferecendo conforto.

Ramiro em um impulso gerado pela emoção se joga sobre o outro e toma seus lábios para si, os dois caem sobre o colchão com as bocas coladas.

O peão explorava cada canto da boca do outro com sua língua tentado demonstrar como ele sentia falta daquilo, como ele sentiu saudade e como ele não conseguiria viver sem aquilo.

Kelvin por outro lado, não o impedia, mas também não retribuia o beijo na mesma intensidade com a qual sempre fazia.

Suas mãos nao subiram pra agarrar os cachinhos do outro, mas seus lábios seguiam o ritmo da outra boca.

Ramiro se afasta quando já sente o ar faltar em seus pulmões, ele estava sorrindo, achou que finalmente conseguiria convencer o outro que aquilo era o que eles eram, e que eles precisavam estar juntos daquele jeitinho especial só deles, com seus apertões e seus beijos.

Our Feelings-KelmiroWhere stories live. Discover now