O sol nasce trazendo arrependimentos

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O sol já raiava alto no céu quando Kelvin despertou de seu sono.

Ele não fazia ideia da hora, e definitivamente essa era a menor de suas preocupações no momento.

Sua cabeça demorou alguns segundos para assimilar oque estava acontecendo, a enxaqueca estava forte por conta das bebidas que tomou na noite anterior.

A luz que emanava da janela já era o suficiente pra fazer seus olhos doerem e ele tentar protege-los com o antebraço, por um segundo até esqueceu do homem alto que repousava serenamente ao seu lado.

E quando se deu conta da burrice que havia feito ele amaldiçoou até a vigésima geração de sua família.

-Merda...- Foi tudo o que conseguiu dizer enquanto sua cabeça lutava pra ter um pensamento racional com aquela dor infernal.

Jorge se mexe e acorda lentamente, abre os olhos e quando vê Kelvin deitado ao seu lado abre um lindo sorriso amarelo.

Ele ajusta sua posição pra ficar deitado de lado apoiado sobre o cotovelo.

- Que bom que você não fugiu...- ele diz brincando de caminhar com os dedos na barriga de Kelvin.

- Eu devia ter fugido.- É o que Kelvin responde segurando sua mão e a tirando de si.

- É... convenhamos que transar com um desconhecido não é lá a decisão mais sábia que alguém já tomou na vida mas também tá longe de ser a pior...- Ele diz rindo da situação e aproveitando pra esfregar sua cabeça no peitoral desnudo do outro.

- Você tá muito engraçadinho, e foi mesmo uma decisão péssima, agora eu preciso ir, afinal...- Kelvin se levanta e ainda sentado na cama começa a procurar suas roupas.- Eu ainda tenho trabalho a fazer hoje, deve tá todo mundo me procurando no bar e se eu não aparecer pra desmentir possíveis teorias de onde eu dormi essa história não vai terminar bem.

- Você realmente achou a sua decisão de dormir aqui tão ruim assim? Não era o que parecia ontem a noite... quando você me implorou pra não parar...- Jorge percorre toda a região das costas de Kelvin com as pontas dos dedos. - E porque você precisa tanto assim desmentir as pessoas? O que de tão ruim elas poderiam teorizar?

- Em primeiro lugar, não vai se achando não viu, porque eu lembro muito bem de você passar a noite tentando me seduzir, e em segundo lugar...- ele se vira pra olhar nos olhos de Jorge enquanto fala. - Eu tenho medo que a história que se espalhe não seja a de que eu seduzi um turista gostoso mas sim que eu dormi com um certo amigo que tá sempre comigo. - Ele termina a frase com um sorriso forçado e se levanta de vez pra pegar o resto de suas roupas espalhadas pelo quarto.

- Aahh esse povo é tão linguarudo assim? Se bem que seu "amigo" não ia ficar nem um pouco feliz né?

- Acredite quando eu digo que eu conheço muito bem aqueles fofoqueiros até porque alguns me chamariam de fofoqueiro sênior, e não, ele definitivamente não ia gostar de ouvir essas histórias.

- O que na minha opinião é uma tremenda burrice, pra mim seria um privilégio que as pessoas soubessem que eu fiquei com alguém como você...

- Sério, se o golpe tivesse um nome ele com certeza se chamaria Jorge.- Kelvin ri enquanto termina de se vestir.

- Vai dizer que você não gosta?

Kelvin caminha até a cama novamente mantendo o olhar fixo no do outro, quase encosta seus lábios nos lábios à sua frente e pronúncia um sonoro.

-Não.

- Vou aceitar como um sim, quer esperar eu tomar banho? Eu te dou uma carona de volta pro bar, afinal se eu te trouxe nada mais justo do que eu te devolver né?

-Você tem exatos cinco minutos antes que eu desista dessa ideia.

Jorge então levanta e vai em direção ao banheiro, mas não antes de provocar Kelvin o convidando para tomarem um banho juntos, o qual foi respondido com um tapa em seu braço e mais um não.

Logo ambos estão no carro a caminho do Naitandei, enquanto Jorge tenta dar seus melhores argumentos sobre o porquê Kelvin deveria aceitar tomar café da manhã com ele.

- Chegamos, e não, você não pode entrar, se o Ramiro estiver me procurando por algum milagre divino a última pessoa que eu quero que ele veja é você.- Kelvin sai do carro apressado batendo a porta nem se importando com as possíveis objeções do outro.

- TE PEGO ÀS DUAS PRA ALMOÇAR?- Jorge grita.

- NOS SEUS SONHOS BABY. - Kelvin grita em resposta.

As meninas do bar notando uma movimentação estranha na entrada correm aos tropeços para ver oque estava acontecendo.

Jorge sai com o carro enquanto Kelvin caminha até as moças que já se empilhavam aos montes pra saber da fofoca em detalhes.

- Viu Berê, você me deve 50 reais, eu disse que não era o Ramiro.- Luana estende a mão pra cobrar o dinheiro da aposta.

-Minha vida sexual tá sendo assunto assim cedo cedo é?- Kelvin diz enquanto entra e senta num dos banquinhos do bar.

Ele logo é seguido por todas aquelas mulheres que se amontoam ao redor dele ansiosas para ouvir tudo que ele tem a contar.

- Kelvin explica logo essa história que ninguém aqui aguenta mais de curiosidade, quem era aquele bonitão do carro? Todo mundo fora a Luana achou que você finalmente tinha se acertado com o Ramiro.- Berenice diz.

-Ai gente eu falei que não tinha como ser aquele bruto do Ramiro, por mais que ele possa até querer o Kelvin a devoção dele pelos La Selva é maior, nunca que ele ia deixar isso pelo Kelvin.- Luana rebate enquanto puxa um banco pra se sentar também.

- Nossa Luana seu jeito de me motivar é diferente, eu aqui sofrendo e você aí falando essas coisas do meu Ramiro.- Kelvin faz uma falsa cara de choro e coloca a mão no peito pra ser ainda mais dramático.

- Tá é longe dele ser seu, e não parece que você tá tão triste não, sabia que num branquelo feito você qualquer coisa deixa marca? - Luana pressiona o dedo indicador na região arroxeada que se encontrava no pescoço do loiro.

-Aii! Isso dói oh.

-Você é mais mulherzinha que nós todas juntas.- Berenice brinca e todas caem na gargalhada.- Mas e aí princesinha, vai ou não contar pro seu jagunço preferido?

- Olha gente eu sei que vocês acham que eu e o Ramis temos uma linda história de amor só por que ele vem me ver com frequência, sempre me defende e porque nós demos apelidos carinhosos um ao outro mas como a Luana disse "ele ainda tá longe de ser meu".

- Eu disse que o Ramiro tá longe de ser seu mas também disse que ele te quer, isso é inegável, ele não parou de vir te ver nem quando a mulher dele veio pra cá. - Luana tenta confortar o amigo.- Por isso eu acho que você deve contar vai ser melhor se o Ramiro ouvir da sua boca.

De repente uma voz já conhecida é ouvida, ela é alta e grave como de costume.

- Que que tem eu? - Ramiro pergunta parado na porta do bar.

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Desculpem a demora, já tava pronto há um tempo só falta revisar mas aí o filme de vermelho branco e sangue azul lançou antes do previsto e enfim prioridades, mas espero q estejam gostando dessa história tanto quanto eu❤

Our Feelings-KelmiroOnde histórias criam vida. Descubra agora