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"O objetivo da guerra é a paz." - Aristóteles

Já se tinham passado dois dias e ainda não tinham descoberto de quem era o sague, eu estava nervoso, eu sei o que se passava comigo, eu só a tinha visto uma vez, mas quando ela foi contra mim o meu coração disparou, eu não sei o que é isto, não sei se é amor ou se é só uma paixãozinha, contudo eu sinto-me como se quisesse passar o resto da minha vida com ela, será que é o amor à primeira vista?

Mas não poderia ser isso, eu nem a conhecia, eu só a tinha visto uma vez, eu não sei nada sobre ela para além do seu nome, porém alguma coisa nela me chamou a atenção, talvez os seus cabelos encaracolados castanhos ou então os seus olhos também num tom castanho, os olhos profundos que ela tinha, eu poderia perder-me a admirar os olhos dela...

"Spence? Estás bem?" perguntou a JJ a aproximar-se de mim.

"Sim, estou bem... JJ, como é que sabemos quando nos estamos a apaixonar por alguém?"

Ela senta-se ao meu lado e sorri para mim "Cada pessoa tem uma maneira diferente de lidar com os sentimentos, não existe uma forma especifica para saber quando nos estamos a apaixonar, mas pelo que eu estou a ver tu pareces gostar muito dela."

"Eu só a vi uma vez, é claro que ela é bonita, educada e parece ser bastante forte e inteligente, por isso chamou-me a atenção, mas eu não gosto dela, acho eu..."

"Spencer os teus olhos brilham quando falas dela, e até pareces mais feliz, eu conheço-a a ela e à irmã dela, ela é uma boa pessoa, eu acho que deverias dar-lhe uma chance." ela disse a sorrir para mim e a levantar-se.

Dar-lhe uma chance? Mas e se ela não gostasse de mim? E se ela não gostasse de homens? E se ela só saísse comigo por pena? E se ela? E se ela? E se ela? A minha mente estava cheia de perguntas, perguntas que só se eu ganhasse coragem para a convidar a sair iriam ser respondidas, porém eu uma coisa eu sei, eu vou salva-la e depois vou convidá-la para sair, sim eu vou planear isso da melhor maneira possível...

Valentine's pov:

A minha dor de cabeça estava a matar-me, e o que aquele homem me fazia não me ajudava a sobreviver, pelo menos ele alimentava-me e dava um pouco de água, o cheiro nojento daquele matadouro já não era um problema, estou lá há uns 4 dias acho eu, mas não importa...

"Princesa... Está na hora de fazermos um vídeo..." Ele disse a entrar no mesmo cômodo em que eu estava e a posicionar uma câmara perto de nós de maneira a que nós dois aparecesse-mos.

Ele agora chamava-me princesa, pelo menos desde que ele disse que eu era igual à Bela do filme animado, durante estes quatro dias a minha vida foi o inferno, desde ter de ver a cara deste homem até ele me bater por eu estar a ser 'atrevida', não, não estou a ser atrevida estou a ser sincera, mas sempre costumaram dizer que as verdades doem, por isso...

A câmara estava ligada e ele estava-se a divertir a gravar-me, porém algo me dizia que aquele vídeo não ia ficar entre nós.

"Canta..." disse ele " Canta uma música do filme da 'Bela e do Monstro'...", continuou a falar " Eu sei que consegues cantar bem..."

"As bonecas não falam, tu mesmo o disseste" retorqui secamente.

Ele aproximou-se de mim com raiva e apertou-me o pescoço, "canta já, eu sei que a tua pequena Louise não ia gostar de ver a tia morta, por isso canta, ou morres..." ordenou ele.

"E-está b-bem" respondi com dificuldade por causa da falta de ar e da grande dificuldade a respirar.

"muito bem..." murmurou o mesmo a soltar o meu pescoço e a afastar-se um pouco.

"Dias de sol
Quando a vida em mim começou
E tudo o que a vida traçou
Jamais te abandono
Tremerei sem razão
Sem ter luz num belo refrão
Imortal é o coração
Se ele dos braços névoa
Ah, os dias de sol
Eu reviveria um só
Para devolver todo o resplendor
Oh, cantaria
Toda a mágoa destes dias
Enfeitiçados
E encantados à noite soltamos a voz
A tristeza é uma névoa
E perdurará a qualquer fulgor
Já fui inocente e puro
Sinto que perdi a cor

Não voltarei à minha infância

Que era chеia de esplendor

Há no pеito mudanças sem fim
Sou forte sem ser livre em mim
Dias de sol
Acredita, ir voltar
Amar traz luz
Rompe o céu e o sol ao brilhar és tu" cantei enquanto olhava para ele.

"Incrível, tu és a boneca perfeita..." disse a aproximar-se de mim novamente e passar as mãos nas minhas bochechas.

Tentei mexer a minha cabeça para que ele não me tocasse, mas assim que fiz a expressão dele mudou para raiva novamente. "Não te mexas" ordenou num tom autoritário, continuei a mexer a minha cabeça.

"EU DISSE NÃO TE MEXAS" ele aumentou o seu tom de voz e deu-me um murro na cara, contudo eu continuei a mexer a minha cabeça, eu não tinha medo dele e não o ia deixar pensar que eu tinha medo.

Ele estava a borbulhar de raiva, eu não parava de mexer a minha cabeça de um lado para o outro e isso estava a irritá-lo cada vez mais, eu não me importava se o irritava, com sorte ele faria asneira e assim encontrar-me-iam mais rapidamente, eu tinha visto vários documentários sobre serial killers, e para que fossem apanhados só foi preciso um pequeno deslize da parte deles, e era isso que eu estava a tentar provocar. Por exemplo, o Jeffrey Dahmer, se o Tracy Edwards não tivesse conseguido fugir ia ser complicado apanhar o Dahmer, só um pequeno exemplo.

Ele continuou a distribuir murros na minha cara, enquanto a câmara estava a gravar, e finalmente ele descoseu-se "TU NUNCA VAIS CONSEGUIR ESCAPAR, TU VAIS MORRER AQUI COMO AS OUTRAS, NÓS ESTAMOS SÓ OS DOIS NESTE MATADOURO, NO MEIO DA FLORESTA, SÓ NÓS AQUI, ESTE MATADOURO ESTÁ NO MEU NOME,NINGUÉM NOS VAI ENCONTRAR" gritava ele irritado, enquanto um pequeno sorriso não saía dos meus lábios.

Eventualmente ele parou com os murros, depois pegou na câmara e foi-se embora, já eu poderia estar a escorrer quanto sangue fosse da minha cara porque aquele sorriso vitorioso não me iria sair da cara, eu já sabia que muito provavelmente ele mandaria aquele vídeo à minha irmã, seria só uma questão de tempo até me encontrarem...





Save Me - Spencer Reid🖤Where stories live. Discover now