IV

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"O que não provoca a minha morte faz com que eu fique mais forte" - Friedrich Nietzsche

"O veneno foi injetado nas vítimas com uma agulha e foi diretamente na veia cubital mediana ou veia basílica mediana, na anatomia humana, é uma veia superficial do membro superior. Ela conecta a veia basílica e a veia cefálica e frequentemente é utilizada para punção venenosa, ou seja, retirar sangue ou introduzir medicamentos. Ela repousa na superficial à fossa cubital aponeurose do músculo bíceps branquial." Expliquei rapidamente o lugar onde injetavam o veneno.

Valentine's pov:

Eu acordei num lugar estranho, só havia uma pequena luz amarelada a iluminar o local, eu estava amarrada a uma cadeira então não havia muito que eu poderia fazer, olhei em volta e vi que o lugar estava todo sujo de sangue, várias facas penduradas na parede, e um cheiro a carne e a morto horrível.

Demorei até me habituar à iluminação daquele local, mas me habituei forcei a minha visão mais longe e vi, porcos, porcos, pendurados por uma corda e um gancho no teto, eu estava num matadouro, e eu conseguia ver pelas pequenas janelas as árvores à volta, um matadouro clandestino, que merda...

Era um matadouro que está totalmente fora da lei, no meio da floresta, iam demorar para me encontrar, só espero que o façam antes de eu estar morta...

Eu estava lá sozinha, a não ser que os porcos mortos contem como companhia, tentei fazer com que a cadeira caísse ao chão e tentei parti-la para me soltar, porém isso não deu em nenhum resultado, exceto cansar-me, a cadeira estava presa ao chão com uma bela camada de cola quente e pregos, fodasse...

Ouvi alguma coisa a abrir e vi um homem alto, de cabelos castanhos escuros, olhos azuis e pele clara, parecia estar na casa dos 30 e media por volta de 1,80, ele estava com um avental branco todo ensanguentado.

Desviei a minha atenção dele, e reparei que a minha cabeça latejava de dor, voltei a olhar para ele rapidamente e vi-o a mancar e com ataduras à volta da sua perna, onde eu lhe tinha espetado a chave de fendas, ri-me um pouco quando vi aquilo, mas a felicidade durou pouco, a minha cabeça começou a doer mais e estava a escorrer um fio fino de sangue pela minha cara.

"Tu foste mais complicada do que as outras, sua cabra" disse a aproximar-se de mim com um sorriso macabro.

"Achas piada não achas? Pois aquela chave de fendas vai fazer com que tu sofras mais..." ele continuou a falar enquanto se abaixava para ficar com o seu rosto à altura do meu.

"Sofra m..." tentei falar mas ele interrompeu-me "As bonecas não falam, e tu és a minha especial, vinda de França, na verdade fazes-me lembrar uma princesa francesa, sabes qual é?"

"Achava que tinhas que as bonecas não falam" disse sem nenhuma expressão no meu rosto.

Senti pressão na minha bochecha e virei a cara para o lado com a força da chapada que tinha sido deixada na minha face, eu mordi o meu lábio inferior inconscientemente e agora tinha lá um corte. "Não sejas atrevida, quem manda aqui sou eu, e era a Bela, da 'Bela e o Monstro', agora fica calada e não me faças destruir essa carinha linda." respondeu ainda com um sorriso perturbador dos lábios.

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Eu já estava farta de estar lá, é verdade ainda só tinha passado um dia, mas o sangue a escorrer-me da testa e do lábio era incomodativo, já para não falar no mau-cheiro que habitava aquele matadouro ilegal, ele durante o dia levou-me três copos de água e deu-me de comer duas vezes, também me deu mais algumas bofetadas por ser 'atrevida', porém eu não ia demonstrar medo, podia derramar todo o sangue do meu pequeno corpo, mas eu ia sair de lá com vida e segura.

Spencer's pov:

Eu, o Morgan e a Emily fomos a casa da Valentine, a porta tinha sido arrombada e por dentro estava um caos.

"Pretty boy, parece que a tua garota deu luta" disse a abaixar-se a com as luvas vestidas nas suas mãos e a pegar num prato ensanguentado e colocá-lo dentro de um saco de plástico.

"E não foi pouca, venham ver isto" chamou-nos a Emily do andar de cima, perto das escadas.

Subi as escadas junto com o Morgan e ficamos um pouco espantados com as pegadas e as pingas de sangue e um pouco mais atrás estava uma chave de fendas também coberta em sangue.

"A minha teoria é esta, a Valentine estava aqui parada com a chave de fendas nas mãos, o Unsub agarrou-a e ela espetou a chave de fendas na perna dele, depois atirou com a chave para algum lugar e começou a descer as escadas a correr, enquanto o Unsub ia a mancar e a pingar sangue, é por isso que as pegadas estão um pouco estranhas." a Prentiss explicou a sua teoria que fazia bastante sentido, após isso nós pegamos na chave de fendas e coletamos as amostras de sangue.

"Ela tem várias fotos da família, com os seus pais, a irmã, e até os seus avós ela deve mesmo amá-los..." disse um pouco cabisbaixo "eu prometo que te vou trazer de volta..." sussurrei enquanto tinha uma das fotos dela na minha mão.

Voltámos para perto da equipa, e contamos-lhes tudo que tínhamos e como é que o rapto aconteceu, a JJ esteve a falar com a irmã da Valentine e disse-nos que ela recebeu uma carta.

"A carta que ela recebeu tinha fotos da Valentine presa, e na última foto dizia que em breve receberia um vídeo" contou-nos ela a mostrar-nos as fotos.

As fotos foram passando de mão em mão até chegarem às minhas, eu estava acostumado a ver fotos destas todos os dias, mas alguma coisa nas fotos dela, fazia-me sentir diferente, eu queria protege-la e salvá-la o mais rápido possível.





Save Me - Spencer Reid🖤Where stories live. Discover now