𝙲𝚊𝚙𝚒́𝚝𝚞𝚕𝚘 𝚘𝚗𝚣𝚎

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Sinto o vento beijar minha face e o céu parece uma aquarela. De tantas matizes que eu nem sei dizer, especialmente e encantadoramente lindo. Os raios solares trazem o contraste perfeito para o amontoado de cores, por outro lado meu coração está aflito. Sinto uma lágrima solitária escorrer por minha bochecha. A cada dia que passa eu sinto que a minha paixão pelo homem de olhos azuis só cresce, forte e avassaladora.

Acho que Tommy tem brincado com os meus sentimentos. Meu coração dói em pensar nessa possibilidade. Talvez eu esteja sendo ingênua, tão jovem e tão tola. Que trágico.

- O que meu irmão aprontou para você estar com essa carinha triste? - Ada se junta a mim na varanda da casa, ela tem um cigarro pendurado nos dedos.

- Acho que estou apaixonada. Droga Ada! Por que Tommy tem que ser tão Tommy? - Digo frustrada.

- Eu te avisei. - Eu lanço um olhar mortal para a mesma. Ela levanta as mãos em rendição. - Mas, eu acho que talvez seja recíproco o seu sentimento.

- Não seja boba Ada! Cai na real. Thomas Shelby nunca se apaixonaria por ninguém, quanto mais por mim! - Digo olhando o pôr do sol a frente.

- De todo modo, não posso permitir que passe sua sexta-feira assim. Noite das garotas baby, coloque o seu melhor vestido e a sua melhor maquiagem. - Ada diz me arrastando para dentro da casa.

- Ada, eu não trouxe nada apropriado.

- Eu lhe empresto! Sem desculpas querida. - Ela abre o closet enorme, recheado dos mais lindos vestidos. Um em especial chama a minha atenção.

- Gostei desse! - Pego o vestido vermelho sangue do cabide.

- Ah, esse foi presente do Tommy. Eu nunca o usei pra falar a verdade. Acho ele estava esperando por você! Experimente.

Coloco o vestido e ele se encaixa perfeitamente em meu corpo magro.

- Eu gosto, mas não quero chamar muito atenção. - Indago preocupada.

- Você chama atenção respirando, Arabela. - Ada revira os olhos. - Ficou belíssimo em você! Já está decidido, vai tomar um banho e se aprontar sairemos às sete.

***

Faço todo meu ritual de embelezamento, me sinto plena e bela. Ada tinha razão, esse vestido estava me esperando para ser usado. O maldito tem um ótimo gosto.

Adentramos o pub que mais parece uma casa de shows. Diría que é o lugar ideal para duas moças decentes tomarem umas bebidas e se divertirem até altas horas. O lugar está bem cheio, passeio meus olhos pelo ambiente e subitamente me sinto arrependida de ter saído de casa.

Pobre do meu coração.

Em uma mesa bem nos fundos eu avisto Tommy sentado bebendo seu habitual whisky. Uma mulher loira está sentada em seu colo de maneira provocativa. Sinto meu estômago se revirar. Por que estou sentindo vontade de chorar? Não encontrei nenhuma resposta coerente.

- Venha Ada, eu quero pedir uma bebida. - Ela não viu o irmão, e eu quero esquecer a cena vista anteriormente. Não vou dar ibope pra isso, eu vim aqui hoje para me divertir com Ada. Nada de Thomas Shelby.

- Dois martinis por favor! - Ada pede para o bartender.

Viro de uma só vez e sinto minha garganta arder com a bebida alcoólica. Não muito depois eu tomo outra dose, e depois outra e mais uma. Ops, perdi as contas.

Ada saiu para dançar com um rapaz muito bonito diga-se de passagem. Eu fiquei sozinha pra variar, mas não tem problema. Eu não preciso de nenhum homem! Os homens são uns grandes desgraçados e não merecem a minha atenção.

𝓜𝔂 𝓼𝔀𝓮𝓮𝓽 𝓪𝓷𝓰𝓮𝓵 :: 𝐓𝐨𝐦𝐦𝐲 𝐒𝐡𝐞𝐥𝐛𝐲Où les histoires vivent. Découvrez maintenant