𝙲𝚊𝚙𝚒́𝚝𝚞𝚕𝚘 𝚚𝚞𝚊𝚝𝚛𝚘

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Acordo de um pesadelo e não consigo pegar no sono. Me bate uma sede horrível, preciso beber água agora. Sabe quando você acorda morrendo de sede e se não beber água você sente que pode morrer a qualquer momento? Pois bem, estou nesta situação.

Silenciosamente desço a escadaria e me dirijo até a cozinha. Me sinto mal educada fazendo isso, mas eu não iria conseguir acordar uma das empregadas só pra me levar um copo de água.

Encho um copo com água gelada e a bebo.

- Insônia amor? - Tomo um grande susto com a voz de Tommy e engasgo com a água. Sinto aquela agonia de tossir muito e não conseguir respirar normalmente. Me sinto patética, que vergonha.

- Desculpe eu não quis te assustar. - Gesticulo desesperadamente para o homem me dar um tapa nas costas. Ele o faz e enfim minha respiração normaliza.

- Você quase me matou de susto Sr Shelby! - Exclamo pondo a mão no peito.

- Aceite minhas desculpas senhorita. Não tive a intenção. - Ele diz sincero.

- Está tudo bem. - Solto um risinho ele me acompanha. - A propósito, sim. Eu estou com uma insônia horrível. E você, o que faz acordado essa hora?

- Passando pelo mesmo. Não durmo bem a anos desde que voltei da guerra na verdade. É difícil desligar a mente...

- Bem, talvez eu possa ajudar. - Digo animada e depois fico envergonhada.

- Posso saber como? - Ele me olha curioso pela resposta.

- Digamos que eu tenha um bom histórico em fazer crianças conseguirem dormir, acontecia muito disso com as crianças do orfanato. Só tem um probleminha.

- Qual seria? - o homem diz, e eu só consigo reparar em sua beleza. Ele é totalmente lindo, por vezes me sinto perdida em seu olhar azul penetrante.

- Não tenho certeza de que meus dotes sejam eficientes para fazer um homem adulto dormir. - Respondo inocente. - Ele me olha de um jeito totalmente diferente agora.

- Tenho certeza de que serão eficientes. - Ele se aproxima e eu fico encurralada sobre o balcão.

- Vamos subir então? - Respondo um pouco nervosa com sua proximidade repentina, eu não posso ficar muito próxima. É capaz de eu esquecer como se respira.

- Você primeiro.

Subo as escadas e esfrego meus braços nus, a camisola de alça fina não me aquece o suficiente.

- Você está com frio. - Tommy diz e tira o roupão masculino de si e o coloca sobre meus ombros.

- Obrigada Sr Shelby. - me aconchego em seu roupão, e o cheiro é maravilhoso. Cheira a loção masculina e nicotina. De uma forma deliciosamente agradável.

Adentro o quarto do mais velho e observo tudo ao redor, na mesa de cabeceira há um porta retrato de Grace.

Tommy se deita na cama e me encara como se estivesse esperando para eu fazer a minha mágica e fazê-lo dormir.

- Admito que estou bastante curioso Arabela.

Fecho a porta, e eu me sinto um pouco desconfortável em estar no quarto dele, sozinha com ele. Em plena madrugada, solto um risinho de nervoso. Não tem vejo motivos para isso, eu estou aqui somente para ajudar o Sr Shelby a ter uma qualidade de sono superior, ele tem me ajudado tanto não é mesmo?

- Pode se deitar normalmente Sr Shelby. - Ele obedece e deita de barriga pra baixo.

- Agora eu quero que feche os olhos e relaxe. Quero que não pense em mais nada, se concentre apenas na minha voz e na minha mão. - Deito ao seu lado e começo a acariciar sua nuca, fazendo um cafuné lento e calmo. - Você vai deixar sua mente vagar para um lugar calmo e tranquilo. Neste lugar não existem preocupações, não existem problemas e nem responsabilidades. Só existe a minha voz e o seu descanso.

𝓜𝔂 𝓼𝔀𝓮𝓮𝓽 𝓪𝓷𝓰𝓮𝓵 :: 𝐓𝐨𝐦𝐦𝐲 𝐒𝐡𝐞𝐥𝐛𝐲Where stories live. Discover now