𝙲𝚊𝚙𝚒́𝚝𝚞𝚕𝚘 𝚜𝚎𝚒𝚜

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Já é manhã e eu praticamente não consegui pregar os olhos. Não sai da minha cabeça o beijo que Tommy e eu demos, de madrugada em meu quarto. Eu gostei mais do que deveria, admito. Isso é completamente inapropriado eu sei, a diferença de idade entre nós é grande. Mas eu não consigo parar de pensar, e se ele não tivesse parado? O que teria acontecido?

- Bom dia Marta. - Cumprimento a cozinheira, ela está pondo a mesa de café da manhã.

- Bom dia minha menina, como você está? - Marta é uma senhorinha muito amável e simpática, ela me acolheu como filha desde que eu chegara a arrow house.

- Mais ou menos, não dormi bem esta noite.

- Bom dia senhoritas. - Tommy adentra o ambiente e o vejo com um cigarro pendurado nos lábios.

- Você não tem noção? Por Deus, são literalmente seis da manhã Thomas! - Num solavanco puxo o cigarro de entre seus lábios, ele parede frustrado.

- Quando foi que você ficou tão intrometida? - Ele diz sério e puxa o cigarro de volta. - Esta é a minha casa e as minhas regras!

Não o respondo, a raiva toma conta de mim. Grosso, é isso que Thomas Shelby é. Sem dizer mais nada me retiro do lugar e pego minha bolsa.

- Aonde pensa que vai? - Thomas me questiona autoritário enquanto eu saio porta a fora.

Rapidamente vou até o celeiro e solto minha égua, monto em cima de fúria da luz e corro para fora da propriedade. Não sei pra onde estou indo, só quero ficar longe de Tommy.

Algum tempo depois percebo que não posso simplesmente faltar no trabalho. Faço meu caminho para a casa de apostas a contra gosto. Não sei o que pensar, eu estou profundamente triste e magoada com Thomas. Estou me sentindo uma intrusa na vida dele. Na casa dele como ele mesmo disse! Preciso procurar um lugar pra alugar, não vou ficar nem mais um dia na casa de Thomas Shelby.

Quem ele pensa que é? Me beija de madrugada e algumas horas depois me trata igual lixo? Qual o problema dele.

Ao chegar na casa de apostas vejo que todos me olham como se eu fosse um alien.

- O que há de errado? - pergunto sem paciência.

- Tommy chegou a meia hora e esteve enchendo o nosso saco com o seu sumiço. Ele está uma fera. - Lizzie diz.

- Vou avisá-lo que você chegou. - Tia Polly rapidamente entra no escritório de Tommy.

Eu vou direto para o meu trabalho. Organizar papéis, reuniões, compromissos, fazer ligações etc.

Algum tempo depois tia Polly aparece.

- Ele quer vê-la.

- Estou bem aqui, se ele quiser que venha me ver! - Digo alto o suficiente para que ele ouça, já que seu escritório é bem próximo de onde estou.

- Arabela querida, faça o que estou pedindo. - Tia Polly se aproxima com ternura e me pede gentilmente para que eu vá até o escritório do homem.

Sem paciência alguma eu me levanto e entro no maldito escritório.

- O que você quer? - Digo curta e grossa.

- Você não comeu nada, Marta cuidou disso. - Ele aponta para um embrulho em cima de sua escrivaninha.

- Não estou com apetite. Era só isso? Tenho muita coisa pra fazer. - Digo séria.

- Sim, pode voltar ao trabalho. - Tommy ajeita o óculos redondo no rosto e volta a ler uma das muitas folhas em sua mesa.

Filho da mãe, ele não teve a coragem e nem a decência de me pedir desculpas.

Volto para meu trabalho e passo minha tarde inteira ali, não saí nem mesmo para almoçar. O relógio marca sete da noite, praticamente todos já foram embora. Menos ele.

𝓜𝔂 𝓼𝔀𝓮𝓮𝓽 𝓪𝓷𝓰𝓮𝓵 :: 𝐓𝐨𝐦𝐦𝐲 𝐒𝐡𝐞𝐥𝐛𝐲Donde viven las historias. Descúbrelo ahora