Prólogo

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Notas

Está história é de autoria da moonysmirrorball, uma fanfic originalmente escrita no AO3
Estou apenas traduzindo.
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James pode ter um pouco de problema, e aqui está o porquê. Ele é um detetive brilhante, honestamente. Ninguém pode resolver um caso mais rápido do que ele, nenhum olho pode pegar o que seus olhos podem e ninguém pode decifrar as coisas como ele pode. Mas ele também sabe que ninguém faz painéis de visão sobre seus casos enquanto está na cama, que ninguém mais transforma sua própria cozinha na cena do crime para ajudar a entender como uma briga se desenrolou. Ele continua deixando os casos tomarem conta de sua vida, não consegue comer, não consegue dormir e não consegue sonhar. Não sem estar de volta às cenas do crime.

Mas não é por isso que James pode ter um problema, a verdadeira razão é que ele gosta disso. A coisa toda. Não dormir ou comer, fazer os painéis de visão, traçar as linhas entre os suspeitos e a vítima, transformar sua cozinha (ou quarto, ou banheiro, ou sala de estar) na cena do crime. Ele gosta de entrar na mente dos assassinos, entendê-los, entender suas ações.

Mas com o passar dos anos, as coisas ficaram um pouco... chatas. Sempre o mesmo motivo, sempre a mesma arma, sempre a mesma pessoa. Tornou-se uma espécie de rotina a maneira como ele trabalhava em seus casos. Ele não teria a excitação que costumava ter, ao pegar o bandido, a maioria deles nem eram bandidos, não aos olhos de James, eles eram apenas pessoas normais. Qualquer um podia matar hoje em dia, você não precisava mais ser um mentor do crime, você só precisava ter uma arma. Ou uma faca. Ou, se você fosse forte o suficiente, poderia simplesmente usar suas próprias mãos.

O cheiro de sangue é a primeira coisa que ele notou. Sempre é. Ele passou pela fita amarela da cena do crime para dentro do apartamento, andando com cuidado, os olhos tentando captar cada detalhe que pudessem, não querendo perder nada. A verdade, James aprendera, geralmente estava nas pequenas coisas. Às vezes, quando você vê um cadáver pela primeira vez, você chega à conclusão óbvia, como quando você vê um corpo enterrado com um crânio sangrando, você pode presumir que foi um golpe na cabeça que os matou, mas se você olhar de perto, no unhas, nos olhos e você pode ver a sujeira embaixo delas e então você sabe. Causa da morte, asfixia. Enterrado vivo. Bam. Mais um caso resolvido.

Então, sim, ele era bom no que fazia, sem dúvida. Mas quando você faz algo por tempo suficiente, você acaba se saindo bem nisso, pensou James. E fazia isso há muito tempo, tanto tempo que pensou que nada mais o surpreenderia, que via tudo o que havia para ver. Todas as coisas horríveis e sórdidas em que a mente humana poderia pensar, tudo o que o esperava, pelo resto de sua carreira como detetive, era mais do mesmo.

Oh, como ele estava errado.

James, pela primeira vez em anos, não conseguiu analisar os detalhes, ele achava que não havia nenhum. Tudo estava bem ali, olhando você nos olhos, desafiando você a olhar. Estava gritando "Aqui estou. Você me vê?". Tinha tanto sangue nas paredes que parecia que estavam pintadas de vermelho, espalhadas nos móveis, nos quadros, no chão, nos enfeites, era uma pintura do inferno, tudo vermelho. Mas, e aqui está o engraçado, fora isso, o apartamento era perfeito. Nem uma única coisa fora do lugar, nem um sinal de resistência, como se o sangue fosse simplesmente tinta vermelha espalhada para fazer uma obra de arte muito questionável. Mas era realmente sangue. James tinha visto o suficiente para saber a diferença.

"Potter?" Ele ouviu seu nome sendo chamado do quarto. Evans, sem dúvida. "Entre aqui."

"Chegando."

Era um apartamento muito bom, considerando todas as coisas. Apartamento de gente rica. A primeira coisa que ele pensou quando pegou o endereço foi que provavelmente era um crime passional, a esposa descobriu sobre a amante ou alguma merda assim, gente rica sempre tem amante, é um clichê do caralho. Ele perdeu a conta da quantidade de esposas furiosas e amantes cansadas que prendeu ao longo dos anos.

The blood in your mouth - JegulusWhere stories live. Discover now