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 Maelie brincou com o garfo em sua mão, sentindo seu apetite diminuir após a sessão de estudo intensivo que tivera com seu tio, que decidira dar-lhe uma prova, para que seus estudos parecessem mais com os de uma escola usual

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Maelie brincou com o garfo em sua mão, sentindo seu apetite diminuir após a sessão de estudo intensivo que tivera com seu tio, que decidira dar-lhe uma prova, para que seus estudos parecessem mais com os de uma escola usual.

Após seus pais mudarem-se para fora, eles decidiram por deixá-la estudando com o professor Kirke, vendo que seria muito mais simples que matricular a garota no colégio mais próximo da casa, o que ainda seria um percurso longo.

Inicialmente, a ideia agradou Maelie, que sempre fora apegada ao homem de cabelos grisalhos, e que costumava aprender muito com ele. Porém, conforme o tempo passava, foi ficando difícil para Digory regular seu tempo de trabalho com lecionar uma estudante de ensino médio, o que acabou acarretando na diminuição de dias úteis estudando, e no aumento da carga horária diária.

Maelie poderia dizer que, caso estivesse em um colégio normal, teria deixado de ser a queridinha do professor para ser a aluna que passava com ajuda do conselho escolar.

— Nem tocou a comida, Maelie. — a voz suave de sua mãe a chamou, fazendo com que levantasse o olhar do chique prato de porcelana. — Está tudo bem?

Ela pigarreou, fitando os rostos preocupado de seus pais, e a expressão conhecedora de seu tio-avô.

Os Gauthier mais velhos haviam, finalmente, tirado férias do trabalho, e resolveram relembrar os velhos tempos e hospedar-se na residência Kirke. Maelie estava feliz com isso, passara mais de um ano sem vê-los, então ficar ao seu lado por algumas semanas era algo que a agradava.

Mas algo parecia errado, como se uma peça não estivesse no lugar correto. Priscilla e Auden, que eram um casal tão romântico e amoroso que até soava meloso, não estavam agindo assim muito frequentemente. Os olhares afiados em ambos os rostos era algo muito mais visto por Maelie que os olhares apaixonados que vira nas fotos de quando eram adolescentes e durante maior parte da sua vida junto dos dois adultos.

Isso preocupava a jovem. A ausência de conversa frequente, e a forma como os ouvia sussurrar agressivamente um para o outro na calada da noite, quando atravessava o corredor para seu quarto, era algo que lhe assustava, tendo se acostumado com as versões de seus pais que diziam-se conectadas por alma.

Ainda assim, o casal permanecia junto, dando seu máximo para alegrar a adolescente a quem deram a luz.

— Só não estou com muita fome, mãe. — Maelie murmurou, colocando seu garfo e sua faca sobre o prato quase intocado. — Posso sair por um instante?

Seus pais suspiraram, fitando um ao outro cautelosamente, e depois movendo seu olhar para o homem sentado à ponta da mesa. Digory deu de ombros.

— Pode, querida. — Auden acenou levemente, sorrindo para a mais nova.

— Obrigada.

Maelie levantou-se, sentindo suas pernas balançarem como gelatina. Ela esforçou-se ao máximo para não quebrar seu copo ao deixá-lo sobre a pia com suas mãos trêmulas, e seus pés inconscientemente fizeram seu caminho até seu quarto bagunçado.

THE ARCHER | as crônicas de nárnia²Where stories live. Discover now