Chapter 37 - Castelos e xeque-mate

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Christopher.

Sua mente parecia traiçoeira, uma ilusão cruel que o fazia acreditar que seu agressor estava ali, de pé, com um sorriso venenoso no rosto.

— Olhe para você, Harry. Medroso, tão patético.

As palavras de Christopher ecoaram em sua mente, como se estivessem sendo sussurradas diretamente em seu ouvido. Harry sentiu um nó se formando em sua garganta, a voz familiar empurrando-o para o abismo de suas próprias inseguranças.

— Não, você não é real. Você não pode me machucar mais.

Mas a figura continuou a se aproximar, cada vez mais nítida, cada palavra um golpe doloroso.

— Você é ridículo, Harry. Incapaz de proteger a si mesmo, logo será descartado por Louis. Você é um erro, um fracasso.

O desespero inundou Harry, sua mente girando em uma espiral de autoaversão. E então ele viu, na mesinha ao lado da cama, a arma que Louis mantinha ali para sua própria segurança.

Sem pensar, ele agarrou a arma, seus dedos trêmulos fechando-se em torno dela. Ele a ergueu, a frieza do metal contra sua têmpora, e tudo dentro dele gritava por alívio, por uma fuga dessa dor insuportável.

— Pare! Por favor! — Harry gritou, sua voz carregada de angústia e desespero, ecoando pelo quarto como um lamento.

O grito cortante rompeu o véu de sua alucinação, trazendo-o de volta à realidade. E então ele viu, com clareza, Louis ao seu lado, seus olhos cheios de espanto, sua expressão uma mistura de choque e terror.

— Harry, não! — Tomlinson gritou, suas mãos estendidas na direção de Harry, como se pudesse impedir o terrível desfecho que estava se desdobrando diante dele.

O tempo pareceu suspenso por um instante, o mundo reduzido à cena diante deles. Harry tremia, a arma ainda pressionada contra sua cabeça, sua visão embaçada pelas lágrimas.

— Harry, olhe para mim — Louis implorou, sua voz um apelo desesperado. — Harry, pelo amor... por favor olhe pra mim! Eu estou aqui, nada daquilo foi real. Me entrega a arma, por favor!

As palavras de Louis penetraram na névoa de desespero que envolvia o mais novo, como uma lanterna brilhante perfurando a escuridão. Ele piscou, as lágrimas escorrendo pelo seu rosto, e lentamente levantou o olhar para encontrar os olhos preocupados de Louis.

A voz de Louis o puxou de volta do abismo do seu próprio tormento, envolvendo-o com a promessa de segurança e amor. Ele engoliu em seco, a arma ainda trêmula em sua mão. O metal frio parecia queimar contra sua pele, uma lembrança amarga do que estava à beira de acontecer.

Ele abaixou lentamente a arma, o gesto trêmulo e hesitante. Sua respiração irregular fazia o peito subir e descer de forma descompassada, e ele sentiu como se estivesse emergindo de um pesadelo terrível para a realidade reconfortante.

Louis se aproximou com cuidado, seus braços envolvendo Harry com carinho, como se temesse que ele pudesse quebrar a qualquer momento. O toque de Louis era uma âncora, uma conexão tangível com o mundo real, e Harry se agarrou a ele como se sua vida dependesse disso.

— Estou aqui, Harry. Você está seguro agora — Louis sussurrou, sua voz suave e reconfortante.

E naquela escuridão, com Tomlinson  segurando-o com firmeza, o mais novo começou a encontrar o caminho de volta para a luz. As palavras cruéis de Christopher ainda ecoavam em sua mente, mas agora havia outra voz mais alta, mais forte, a voz de Louis, que o lembrava de sua força, de seu valor e, acima de tudo, de seu amor inabalável.

Don't Let Me Down || L.SOnde histórias criam vida. Descubra agora