Chapter 8- Margherita

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Ainda na mesma noite, após Louis sair, ficou apenas Harry em casa com alguns seguranças de Tomlinson que nunca conversavam com ele, apenas mantinham uma postura silenciosa fazendo rondas pela porta principal do apartamento e vigiando as câmeras na sala. O silêncio opressor do apartamento parecia sufocar Harry, lembrando-o de que estava em uma espécie de prisão domiciliar há dois dias.

Enquanto vasculhava os armários da cozinha, Harry encontrou os ingredientes necessários para preparar uma pizza margherita. Ele começou a preparar a massa, suas mãos habilidosas trabalhando com familiaridade. Por um momento, a atividade na cozinha lhe trouxe uma sensação momentânea de normalidade, mas logo a lembrança de estar preso ali retornou à sua mente.

Enquanto a massa descansava, Harry divagava sobre o que estava acontecendo em sua vida. Será que estava sendo procurado por alguém? Seu nome estaria sendo estampando nas capas do jornais onde anteriormente ele escrevia as manchetes? Será que seus colegas de trabalho, sua mãe, seu pai e sua irmã estavam preocupados com seu desaparecimento? Sentia um aperto no peito ao pensar em todos aqueles que poderiam estar angustiados por sua ausência.

As lembranças do seu namorado também o atormentavam. A imagem do rosto de Christopher deixava um gosto amargo em sua boca. Ele se perguntava se Christopher/Rio sabia onde ele estava e se planejava buscá-lo, se estava preocupado ou se já tinha encontrado outra pessoa para substituí-lo, já que seu namorado fazia questão de lembrá-lo todos os dias o quanto era descartável e facilmente substituível.

Enquanto a pizza assava no forno, Harry caminhou até a janela do apartamento e observou a cidade lá fora. A vida seguia normalmente para as outras pessoas, enquanto ele permanecia preso em uma situação que não compreendia completamente. Sentia-se isolado e perdido.

A campainha tocou, interrompendo seus pensamentos. Ele se perguntou quem poderia ser naquela hora da noite. Quem atendeu a porta foi um dos seguranças de Tomlinson. Stive, o segurança, adentrou a cozinha e entregou uma encomenda sem dizer nada. Era uma caixa de chocolates com um bilhete. Harry reconheceu a letra de Louis e a curiosidade o levou a abrir o bilhete.

"Espero que goste dos chocolates, princesa. Tive alguns contratempos e só retornarei amanhã pela manhã. Há seguranças e câmeras pela casa, então nada de tentar gracinhas, esquentadinho. Com carinho, Louis."

As palavras de Louis trouxeram um misto de emoções para Harry. Por um lado, ele se encontrava surpreso, pois não era acostumando com mimos assim. O babaca de seu namorado não costumava fazer demonstrações de afeto. Por outro lado, sentiu um leve tom de ameaça na carta. Como ele cogitava que Harry poderia fugir? Levando em conta que dentro da apartamento havia seguranças com fuzis e armas de longo alcance. E provavelmente todo o entorno de sua residência deveria era protegido.

Voltando à cozinha, Harry retirou a pizza do forno, sentindo o aroma delicioso que se espalhava pelo ambiente. Ele cortou um pedaço e sentou-se à mesa para comer. Cada mordida era acompanhada de pensamentos tumultuados sobre sua atual situação.

Terminada a refeição, Harry levou os pratos para a pia e olhou para o relógio. Já era tarde, e ele sentia um cansaço imenso, tanto físico quanto emocional. No entanto, o sono parecia distante, afogado em um mar de pensamentos perturbadores.

Decidiu tomar um banho para tentar relaxar. Entrou no banheiro, deixou a água quente cair sobre seu corpo, mas mesmo assim, a tensão não o abandonava. Ele se perguntava o que estaria acontecendo do lado de fora daquelas paredes, o que seus amigos, sua família e colegas de trabalho estariam pensando sobre seu desaparecimento repentino.

Enquanto esfregava o sabonete em seu corpo, a lembrança dos momentos íntimos com Louis surgia em sua mente, mas dessa vez, as lembranças estavam misturadas com dúvidas e incertezas. Ele não conseguia negar a atração que sentia pelo moreno, mas também não podia ignorar o fato de que estava sendo manipulado e mantido em segredo por ele.

Ao sair do banho, enrolado em uma toalha, Harry caminhou até a cama e deitou-se, encarando o teto. Ele se sentia preso, não apenas física, mas emocionalmente também. Era como se estivesse preso em um jogo do qual não entendia as regras, e cada movimento que fazia poderia ser decisivo para o seu destino.

Sentindo-se exausto, ele fechou os olhos e tentou esvaziar a mente, mas os pensamentos não o deixavam em paz. As lembranças de seu passado com Christopher e a relação conturbada que tiveram continuavam a atormentá-lo. Ele se perguntava se algum dia conseguiria se libertar dessa prisão emocional.

À medida que a noite avançava, o cansaço finalmente venceu a batalha, e Harry mergulhou em um sono agitado e cheio de sonhos confusos. O tumulto de emoções o acompanhava até mesmo em seus sonhos, onde se via preso em um labirinto sombrio, tentando encontrar uma saída, mas sem sucesso.

Don't Let Me Down || L.SOnde histórias criam vida. Descubra agora