Sexto sentido.

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POV ATENA.

Subi o zíper do meu vestido e virei um pouco de costas, para verificar através do reflexo do espelho se tinha ido tudo. Me inclinei para pegar meu perfume e antes que eu começasse a passar, fui surpreendida por Romero, que se aproximou e o retirou da minha mão.

- Que foi? — Perguntei confusa.

- Deixa que eu passo em você.

Sorri e afastei meus cabelos, para que ele tivesse maior disponibilidade a área do meu pescoço e nuca. Senti ele burrifar o perfume e depois vir com sua mão espalhando, me torturando.

- Se continuar assim, a gente não vai nem sair por aquela porta hoje. — Comentei, de olhos fechados.

- Você não sabe o quanto eu gostaria de fazer isso ser real.

Me virei para ele, afim de olhá-lo. Ele não parecia estar muito a vontade de ir até essa festa, o que automaticamente me desanimava um pouco, mesmo pretendendo contar da gravidez lá.

- O que tá acontecendo? Você não parece com vontade de ir.. — Acariciei seu rosto. - Conta pra mim.

- Não sei, só estou meio cansado, tive uma semana cheia e meio que fico também com o pé atrás, sabendo que ainda não estamos seguros completamente. — Engoliu em seco e desviou o olhar do meu.

- A gente não precisa ficar até o final, ficamos só o tempo necessário de marcar presença e depois a gente foge, que tal? — Dei a sugestão, sorrindo e tentando anima-lo.

- Acho ótimo, ficar no meio de várias pessoas quando na verdade eu queria tá sozinho com minha mulher, é torturador!

Soltei uma risada com seu comentário e fui me afastando, notando agora seus olhares sobre mim.

- Você tá muito bonita nesse vestido!

Pensei em retribuir o elogio, levando em consideração que ele também estava muito bonito naquele traje.

- Você diz isso estando maluco pra tirá-lo, tô errada? — Me gabei.

- Me deixe te elogiar, não me provoque com esse tom malicioso. Pelo menos, não agora. — Veio até mim, segurou minha mão e me fez dar uma rodadinha.

- Tá bom, você que manda. — Sorri, já pronta pra aproximar nossos lábios.

Escutei um barulhinho na porta do quarto e percebi a presença de um garotinho bastante emburrado.

- Eu não quero ir! — Cruzou os bracinhos.

- Oh meu amor, porque não? — Fui indo até ele, me abaixando um pouco.

- Essa roupa tá pinicando.

Escutei Romero rir e lhe encarei.

- Ele não tá acostumado a se vestir assim, talvez falte o costume. — O escutei dizer.

- Diz pra mim, onde tá pinicando?

- No corpo todo! — Fez menção, abrindo os braços o máximo que podia.

- Vai passar, é só você esquecer.

E se.. Where stories live. Discover now