Don't Let Me Down || L.S

Chapter 5 - Cativeiro

— Harry, você precisa entender que há muito mais em jogo do que imagina — começou Louis, seu olhar sério refletindo a gravidade da situação. — O seu namoradinho -diz com desdém- não é apenas meu traficante rival, ele irritou pessoas poderosas além de mim. E isso coloca você em perigo.

O jornalista nunca imaginaria que sua vida estivesse tão entrelaçada com uma perigosa disputa entre traficantes. No entanto, ao mesmo tempo, ele sabia que estava diante de uma oportunidade única de obter respostas para as perguntas que o atormentavam.

— Por que eu estou envolvido nisso tudo? Eu não pedi por nada disso — protestou Harry, sentindo-se impotente diante das circunstâncias.

Louis assentiu com seriedade. — Eu sei que pode parecer loucura, mas é a única forma de garantir que você esteja seguro.

— Eu não posso ficar aqui para sempre, Louis. Eu tenho uma vida, um namorado e... — ele parou por um momento, lembrando-se das estranhas ligações que escutou entre Christopher e Nick. — E parece que meu namorado está envolvido nisso também.

As lembranças do relacionamento com Christopher agora pareciam distorcidas. Cada momento de carinho e afeto que eles compartilharam era ofuscado pelas mentiras e pela violência que ele havia sofrido nas mãos do namorado. As palavras duras, os insultos e as humilhações ecoavam em sua mente, cortando como facas afiadas.

As lágrimas continuavam a cair, e Harry sentia como se seu coração estivesse sendo partido em mil pedaços. Ele não conseguia entender como alguém que afirmava amá-lo poderia causar tanto sofrimento.

A sensação de impotência era avassaladora. Ele estava preso em um jogo entre traficantes, envolvido em uma situação que estava além do seu controle. Sentia-se como um peão, usado por Louis e pelo Rio como uma ferramenta em sua disputa sangrenta.

Louis apertou os lábios, compreendendo a angústia de Harry. Ele sabia que a situação era complicada e que não podia prendê-lo indefinidamente. No entanto, ele também sabia que não podia simplesmente deixá-lo ir sem garantir sua segurança.

— Harry, eu entendo que você está assustado e magoado, e eu sinto muito por isso. Mas eu não posso simplesmente te deixar ir agora.

Harry fungou, secando as lágrimas com as costas das mãos. Ele olhou para Louis, seus olhos verdes carregados de emoção. Por mais complicado que fosse aceitar a situação, ele entendia que estava correndo perigo, e talvez Louis fosse a única pessoa que poderia mantê-lo a salvo.

— Eu só queria que tudo isso fosse um pesadelo, que eu pudesse acordar e voltar à minha vida normal — sussurrou Harry, com a voz embargada. — Mas eu sei que não posso fugir disso, não posso ignorar o que está acontecendo.

Por que Harry Styles não tentou fugir? Por que ele não lutou com o louco que o sequestro? Ele estava sem amarras e sem algemas, não tinha contensão física alguma. A sua maior prisão era mental, o jovem não tinha o porquê de lutar. Ele já estava morto por dentro há tempos, a depressão, a ansiedade, a anorexia a síndrome de Borderline o consumia. Para ele, morrer seria um favor, uma sentença de misericórdia.

Harry olhou para Louis, sentindo uma mistura de medo e esperança dentro de si. Ele não sabia o que o futuro reservava, mas por algum motivo, ele sentia que havia algo diferente em Louis, o louco. Talvez fosse a intensidade do olhar do mais velho ou o toque reconfortante de suas mãos, mas havia algo sobre Louis que o fazia acreditar que ele estava ao seu lado.

Enquanto Harry ainda tentava processar tudo o que havia acontecido, a porta do quarto se abriu lentamente, revelando a figura de uma mulher mais velha, elegantemente vestida como uma governanta. Ela carregava uma bandeja com café da manhã e sorriu gentilmente ao ver Harry acordado.