Me beija

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Martín

Eu acordei com a cama vazia.

Levantei de supetão, me sentando na cama e coloquei a mão no lugar onde ele estava deitado. O lençol estava frio. Completamente gelado.

Esperei por sua voz vindo de algum lugar da casa mas tudo estava em silêncio. Completo silêncio. Apenas a minha respiração.

Meu coração começou acelerar.

AimeuDeus.

Aquilo não podia estar acontecendo de novo. Não podia ter sido coisa de uma só noite.

Carajo, eu postei foto no meu Instagram.

Não. Luciano não faria isso comigo.

Lu não faria amor comigo e me deixaria pela manhã.

Saí da cama, pelado diga-se de passagem, pensando no que eu faria, no que eu diria, caralho que perrengue, e quando eu estava prestes a começar a chorar no chão, eu escutei o chuveiro.

É, eu acho que devo ligar para minha terapeuta.

Corri até a porta do banheiro e abri com uma força desnecessária, fazendo ela bater na parede. Ele levantou a cabeça assustado.

Lá estava ele. Peladão, tomando banho e aqui.

- Lucho! - falei entrando no banheiro e fechando a porta - Você tá aqui!

Corri até o vidro que nos separava e sem pensar muito, eu abri o box e me joguei lá dentro, caindo nos braços musculosos e firmes dele.

Aqui. Ele está aqui. Comigo. Ele não me deixou.

- É claro que eu tô aqui. - Luci levou a mão até meus cabelos e fez carinho deixando eles bagunçados e levemente molhados- 'Ce achou que eu tinha ido em bora?

Inspirei seu cheiro, apesar dele não viver na praia e passar a maior parte do dia em um escritório, ele conseguia ter cheiro de mar. Era surpreendente, era ele.

Tudo dele é intenso. Luciano não seria ele mesmo se não fosse a intensidade das coisas dele, da personalidade dele, da vida dele, do amor dele.

Até da socada dele.

Esfreguei meu nariz no seu cangote e abracei ainda mais seu corpo, esmagando nossos peitos juntos. Nunca mais eu o soltaria.

- Eu... quando eu acordei e não vi você... - fechei os olhos deixando ele me levar até estarmos de baixo da água morna do chuveiro -... eu achei que, sei lá...- respondi pela metade afundando meu rosto na sua pele morena e quente.

- Sei lá é foda, Tintin - respondeu brincando dando um beijo na minha bochecha direita e aproximando a boca do meu ouvido - Mas eu entendi, vida. Eu nunca vou te deixar sozinho, e sabe porquê?

Afastei meu rosto do pescoço dele para olhar nos seus olhos. Senti minhas bochechas ficarem quentes.

Talvez fosse pela água, talvez fosse por estar pelado no banho com meu paquerinha, ou talvez fosse por que simplesmente era Luciano que me olhava...

- No sé - disse tirando um cabelo molhado que estava quase dentro do olho dele - Me conte.

Ele abraçou a minha cintura e virou me deixando com as costas na parede. O choque de temperatura entre a parede gelada, a água morna e o corpo quente dele fez minha cabeça delirar.
Estar com Lu era estar nas nuvens.

- Porque eu te amo.

Eu sorri aquele sorriso derretido, de quando você sorri mas tem vontade de chorar porque está tão feliz que não consegue nem sorrir porque está super feliz, mais que um sorriso pode transmitir e daí você chora.

Reunião De Trabalho E Nada MaisWhere stories live. Discover now