Aonde meu orgulho seria enfiado.

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Luciano

Não sei se vocês já tiveram que passar pela humilhação que é comprar um preservativo, ou pegar um no posto.

É um grande alerta para todos no recinto dizendo estou indo fazer sexo!

Martín, depois de ter me provocado ao extremo, com mãozinhas argentinas fazendo traquinagens na minha pele, me chutou da cama e disse que não faria nada sem camisinha e lubrificante e por isso eu tinha que comprar.

Ele basicamente me enxotou do apartamento com dinheiro na mão, um óculos escuro e com a missão de comprar nossos apetrechos sexuais.

Claro que eu ia. É óbvio que eu ia. De pau duro e tudo mais, porém eu fui.

O pior é ir comprar preservativo sendo uma pessoa conhecida. O meu lindo rostinho aparecia na TV direto, sou um jogador ótimo diga-se de passagem e ainda por cima cuido da porra de um país inteiro.

É tipo... óbvio que me reconhecem.

Principalmente por causa do futebol, afinal eu sou o rei do futebol, o próprio Brasil.

Eu tinha acabado de passar a humilhação de encarar a caixa da farmácia com dois pacotes da Prudence, um tubo lubrificante e ela olhar no fundo dos meus olhos (mesmo eu estando de capuz e óculos escuto) e perguntar:

- Eres Brazil, ¿verdad? ¡Soy tu fan!

E eu na maior cara de pau, com a merda de um moletom verde e amarelo e de havaiana no pé disse que não.

FALEI ISSO NO MAIOR NERVOSISMO COM O PIOR SOTAQUE APORTUGUESADO NO ESPANHOL!

Peguei minhas compras e saí correndo fingindo que não tinha acabado comprar camisinha de uma fã.

Aiai Luciano, é cada coisa que você faz pelo seu Tincho...

Quando cheguei na portaria do prédio, o senhor de cara fechada mas extremamente simpático que é o porteiro abriu pra mim dizendo que "O Sr. Tincho tinha falado que era pra deixar você subir direto."

Achei o apelido muito bonitinho mas ainda prefiro a versão brasileira.
Tintin.

Entrei no elevador sentindo meu calção começar a ficar apertado só de pensar em estar voltando para Martín.

Não o julgo por ter me tocado da cama para comprar camisinha. Até eu prefiro fazer com, mas não teria problema em fazer sem, até por que não era com a cabeça de cima que eu estava pensando naquele momento.

Quando o elevador abriu no andar e saltei pra fora na maior velocidade e abri a porta.

Entrei no apartamento e as luzes estavam todas estranhamente apagadas, estava começando a escurecer então deixava o ambiente numa meia luz intrigante.

- Voltei! - anunciei minha chegada tirando os chinelos e deixando no tapetinho ao lado da porta. Nenhuma resposta. - Martín? - perguntei andando, nada na cozinha - Loirinho? - nada na sala - Tincho? - nada no corredor, andei mais checando o banheiro no mesmo lugar, meu coração acelerou, nada. Segui andando até o quarto que estava com a porta fechada, totalmente fechada, não só encostada. Meu coração veio parar na garganta. - Tint...?

Minha voz morreu na garganta ao abrir a porta e ver aquilo.

Martín

Talvez me julguem por ter chutado Lu da cama e mandado comprar preservativos porém eu entrei em pânico.

Reunião De Trabalho E Nada MaisWhere stories live. Discover now