Volto correndo para a sala, e a vejo sentada no sofá preguiçosamente, e sua feição natural que parece estar entediada o tempo todo muda para um sorriso grandioso ao me ver, fazendo minhas bochechas esquentarem com o simples ato.

-- É tão injusto sua beleza nesse mundo. -- Se levanta em um pulo.

-- Obrigada. -- Sorrio sem jeito.

   Ela pega em minha mão, e sinaliza para irmos. Fomos pra fora do prédio, e estacionado em frente a portaria uma moto muito bonita, com seu escapamento vermelho e brilhante de tão limpa. Definitivamente a cara de Dahlia, e não esperava que fosse dela, só percebi quando a mesma soltou minha mão subiu na moto.

-- Não vai vir?. -- Se inclina pra frente, segurando na manopla da moto, e girando fazendo um ruído alto enquanto ela sorri orgulhosa.

   Só pude notar o quanto ela está muito atraente assim, e me aproximo devagar para admirar por mais tempo. Me sento atrás, e ela liga a moto já me causando um frio na barriga.

-- Nossa, como comprou essa moto?. -- Pergunto impressionada.

-- Ah... Digamos que peguei emprestada. -- Estende um capacete para mim.

-- Tú roubastes?. -- Estreito os olhos.

-- Roubar é uma palavra muito forte. -- Sorri atrevida. -- Me deixe te ajudar com isso. -- Vira seu tronco e coloca o capacete em mim, e prende ele em baixo para não sair. -- Ficou apertado?. -- Escuto sua voz abafada.

-- Está ótimo. -- Dou batidinhas em cima do capacete estranhando um pouco. -- E o seu?.

-- Esqueci de pegar um emprestado para mim. -- Se vira para frente.

-- Tu não és mais imortal. -- Digo humorada.

-- Eu tinha esquecido disso também. -- Levanta e abaixa os ombros. -- Agora me segura firme. -- Avisa e rapidamente abraço sua cintura.

    Ela dá uma volta com a moto antes de acelerar em direção á rua, e o vento que batia fazia seus cabelos voarem, e só não tinge meus olhos porque o capacete protege. Posso ver seu rosto com um sorriso leve através do retrovisor, e no mesmo momento nossos olhares se cruza e ela envia um beijo, me fazendo da uma curta risada baixa.

    Alguns minutos depois já estávamos indo para fora da cidade, em direção de um campo mais rural, me deixando mais curiosa para ver o que Dahlia fez para mim. Minha atenção foi tomada quando ela sobe com a moto em um morro, e chegando no topo ela desliga a moto e me ajuda a tirar o capacete e á descer da moto com cuidado.

-- Agora vai ter que confiar em mim, porquê vou tampar seus olhos e te guiar.

   Concordo com a cabeça e ela se põe atrás de mim, cobrindo meus olhos com suas mãos e me instrui á dar passos para frente, aos poucos. Estou ficando nervosa para  saber aonde estou indo, e me deixa certamente tensa em não ver nada em meu caminho, apenas sinto a grande brisa do vento bater em meu rosto, e logo ela para de caminhar, me fazendo congelar rapidamente.

-- Chegamos?. -- Pergunto baixo.

-- Chegamos, está pronta?. -- Fala com suspense, me deixando mais ansiosa.

-- Sim!. -- Exclamo apertando minhas mãos.

    Sua mãos aos poucos liberava minha visão, e entre seus dedos podia enxergar minimamente até que ela retira por completo, e toda aquela brisa do vento pareceu se intensificar ao eu notar que estou na ponta daquela ruína, que dá visão á cidade inteira.

    Ela apoia sua mão em minha cintura, e parece estar observando aquela paisagem ao meu lado, vendo as estrelas iluminarem todo aquele céu acompanhando a lua, no qual me despertou algumas lembranças de estar voando lá no céu, porém estar aqui no topo sentindo essa ventania me faz recordar de como é voar.

Laços ProibidosWhere stories live. Discover now