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《 Dia dos namorados》


-- Oi, o que houv-

     Minhas palavras são roubadas, e a única reação de imediato foi ficar boquiaberta diante de Dahlia segurando um buquê, sorrindo com aqueles lábios preenchidos por um batom vermelho mais escuro que seus cabelos, vestida toda de preto e jaqueta e calças de couro.

-- Não está brava comigo, né?. -- Fecha um olho com medo da resposta. -- Espero que não tenha se passado muito tempo, mas eu tenho uma explicaçã-

   A puxo pelo braço, e rapidamente selo nossos lábios sentindo o calor de seu corpo ao meu, seus lábios macios e sua língua estava... quente?. Separo o beijo e a olho de cima a baixo.

-- Sua boca... -- Antes que eu terminasse, me lembro de outra coisa. -- Os protetores! Me deixe tirá-los. -- Me viro rapidamente, mas Dahlia me impede de prosseguir e me puxa novamente chocando nossos corpos.

-- Não percebeu ainda?. -- Sorri vendo meus olhos confusos, e analiso todo seu corpo.

    Dou um passo para trás, e tomo melhor visão de sua silhueta, e quando percebo o que faltava meu corpo paralisa. Falta uma coisa, a única coisa que diferencia ela de um humano de verdade, a aquela áurea rodeando seu corpo, a áurea que somente um demônio teria ela não tem mais. Balanço a cabeça, e ela me olha sabendo que logo eu iria perguntar.

   A energia pesada que ficava quando ela vinha não está presente, eu deveria sentir a diferença. Me aproximo novamente dela, e seguro em seus ombros, encarando o fundo daqueles olhos verdes mais humanos possíveis, que brilhavam como nunca havia visto.

-- Tú... Tú não és mais um demônio?. -- Pergunto quase em um susurro.

-- Agora sou humana, igual á você. -- Abraça minha cintura.

-- A-ah, isso é sério?. -- Meu corpo começa a vibrar, e meus lábios tremem fazendo meus olhos lacrimejar. -- Tipo, tú és uma mortal como eu?.

-- Sim, passarei toda a minha vida com você.

    Meu coração se amolece ao ouvir, e caio aos prantos em seus braços, chorando e botando pra fora toda minha alegria de ter ela comigo definitivamente. Ela passa sua mão em meu rosto limpando algumas lágrimas, e sorrio incansavelmente ao olhar aqueles olhos atenciosos direcionados á mim. Porém desfaço o sorriso, fazendo ela ficar preocupada

-- Mas, tú não fizestes isso por pressão, não é?. -- Aperto seu ombro. -- Realmente quis?.

-- Celeste, você deixou o céu por mim, e eu deixei o inferno por você. -- Sorri levemente. -- Nossos sacrifícios para ficarmos juntas, e mesmo que eu não goste dos humanos, tendo você já é o bastante para mim.

-- Mas eu sou humana, e tú também é. -- Dou uma risada baixa.

-- Você é minha anjo, não é comparável á esses humanos. -- Faz um biquinho. -- Ah, e falando neles, tem essas datas especiais né?. -- Concordo com a cabeça. -- Trouxe seu presente. -- Estende o buquê á minha frente me fazendo lembrar.

-- Ah! Que lindo. -- Pego de sua mão, e admiro as rosas brancas com algumas vermelhas no meio.

-- E eu preparei outra surpresa... -- Diz misteriosa. -- Coloca um agasalho, que te levarei em um lugar. -- Põe uma mecha do meu cabelo para trás minha orelha.

-- Só um minuto!. -- Corro empolgada para meu quarto.

    Coloco o buquê em cima da cama, e abro as portas do guarda roupa pegando um vestido que se estende até os joelhos, e uma jaqueta jeans por cima. Visto rapidamente meus sapatos, e coloco brincos e um colar delicado de prata e jogo um perfume doce por meu corpo.

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