Capítulo 23

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Lídia...

— Lídia, amor, espere.

Felipe apressava o passo para me alcançar enquanto eu instruía os cozinheiros sobre o jantar.

Carne, batata assada com queijo e molho branco. Era o que Aurora mais apreciava, e Lucian ordenou que fosse o prato principal da noite, desejando que sua rainha se sentisse em casa e relaxada.

Ele claramente ignorava a criatura que aterrorizava as noites da cidade.

— Sinto cheiro de problemas nessa Briana; meu faro nunca falha.

— Ela é só mais uma das loucas da cidade. — Finalmente, meu companheiro se aproximou o suficiente para entrelaçarmos os braços.

Caminhávamos juntos pela cozinha.

— Você viu como ela se referiu às bruxas? O que ela pensa que somos?

— Pelo que ouvi, ela realmente acredita que bruxas são um terror. — Felipe sorriu.

— Mais alguma coisa, senhora? — Perguntou um dos criados.

— Sim, deixem todas as luzes da casa acesas durante a noite inteira e façam uma fogueira enorme em frente à casa grande. Ah, e não precisam trancar portas e janelas com aquelas correntes gigantes e pesadas. — Respondi.

— E nem desperdiçar pó de café espalhando-o pela casa. — Acrescentou Felipe.

— Não podem dar uma ordem dessas; há um monstro horrível lá fora, sabiam? — Briana entrou de repente no cômodo.

— Desculpe, pensei que demoraria mais para entrar. — Falei, irônica.

Felipe sorriu.

— Falo da criatura que mata sem piedade, bruxa de fogo — ela olhou para meus cabelos, e eu revirei os olhos; a garota tinha um nome para cada tipo de bruxo gravado na mente — essa coisa é perigosa, não é à toa que está aqui há séculos e ninguém nunca conseguiu dar um jeito.— Rebateu Briana.

— Lucian está aqui agora, Briana, e posso garantir que essa criatura não se compara ao meu irmão. — Disse Felipe.

— Foi Lucian quem mandou dar essa ordem tão impensada? — Briana perguntou, incrédula.

— Com toda certeza. — Afirmei.

Briana suspirou e se virou para o criado, que observava tudo em silêncio.

— Falarei com Lucian a respeito disso; ele não está pensando direito, e tenho certeza de que uma palavra minha fará com que ele veja o perigo como realmente é.

Parece que alguém aqui não conhece o amigo como pensa.”

— Se eu fosse você, nem tentaria. — Falei.

— Por que não? Lucian e eu éramos bons amigos na infância, quase irmãos, um laço inquebrável. Imagino que minha opinião seja importante para ele.

— Ele poderia até ouvir você, mas Aurora concordou com a ideia, e a opinião dela para Lucian está em primeiro lugar. Então, se realmente acha que isso é um absurdo, aconselho tentar convencê-la primeiro. Com toda certeza, seu pedido será atendido por Lucian. — Disse Felipe.

— Não me sinto confortável pedindo favores aos prateados; prefiro pedir diretamente ao meu amigo. Não é possível que ele, sabendo que cresci aqui, não faça o que peço.

— Fica a seu critério, mas só uma dica: não trate Aurora como se fosse uma ‘coisa horrível’ na frente do meu irmão. Ela é uma rainha, a rainha dele, e Lucian não costuma ser piedoso quando alguém a ofende. — Felipe falou, firme.

Lobos- A Batalha Final| Livro 03| ConcluídoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora