Seu Nome É Jack

373 48 49
                                    

- Segure... Jenny, e brinque comigo!    - Rosnou alto.

- Droga!   - Me levantei em um sobressalto e vejo que já não estava mais no sofá onde eu adormeci.
E sim, estava no quarto do garoto   - Ah que maravilha. Aí!

Olhei ao redor do quarto.

- Eu sei que estamos no seu território! Mas não nos ferra, okay?! Eu não quero saber se tá furioso pela nossa incômoda presença! Essa casa é nossa agora!     - Mas a porta do quarto se fechou fortemente -  ... Espero... Espero realmente isso tenha sido um “até nunca mais”.




Noites escutas... Noites de vendavais e tempestades, noites nas quais eu tinha medo aos meus nove anos de idade, e sempre esperava o pior. Qualquer trovão, eu corria para o quarto de mamãe, eu me encolhia debaixo das cobertas, e ficava ali, recebendo o carinho dela sobre meu cabelo, meu coração se acalmava quando ela cantarolava, e dizendo que estava tudo bem.

Foi em uma dessas noites.. Que nós o perdemos.

Acordei assustada pondo a mão sobre meu peito, tentando controlar minha respiração; o vento forte assobiava lá fora, a janela tremia com força, e eu pudia ouvir as telhas soltas batendo.

Além da árvore do quintal se movendo violentamente, a janela tremendo. Soltei um palavrão e me sentei incomodada ao ouvir um novo som, um som de piso de madeira solta, como se alguém andasse sobre o mesmo.

- Jenny...   - Escuto uma voz arrastada e olhei para a porta vendo como uma fumaça negra, passando pela porta sem abri-la.

Me levantei e giro a maçaneta abrindo a porta e vejo um vulto descendo as escadas, e olhei para o corredor vendo o quarto de mamãe fechado. Rapidamente peguei uma lanterna de dentro do quarto apenas, e desci as escadas.

Acendi a lanterna e o vulto foi para a cozinha e saiu pela porta de trás, e assim eu fiz, e eu vi que o vulto adentra na barraca onde a antiga família guardava ferramentas.

Assim que toquei na maçaneta, houve um brilho dourado sobre a mesma e logo risadas arrastadas e altas soam. Me pergunto se algum vizinho escutava além de mim. Fechei os olhos e logo abri a porta e e me afastei rápido vendo um palhaço grande o qual gargalhava sem parar.

- Que porra...

O ser incolor apontou para mim com suas garras negras pontiagudas.

- Você! Foi você! Saía daqui! Saía!    - Ordenava enquanto ria descontrolado e bati a porta a fechando com força, me afastei e saí correndo para dentro de casa.

- Mãe! Mãe eu..    - Mas eu senti ser lançada no chão, parando na sala.

Sinto dores em minhas costas, pernas, e braços, ou melhor, corpo todo doía assim como minha cabeça; minha visão ficou turva e eu segurei o sofá querendo me levantar, mas senti um peso em minha barriga me empurrando para baixo.

- Não, não, não... A diversão só está.. Apenas começando, querida Jenny...   - Ele riu alto.

- Nos deixe em paz...   - Sussurro e apenas vejo a imagem borrada do palhaço incolor.

- Shhh, não se esforce para falar.. Ou para lutar.. Não vai conseguir... Agora... Durma...     - E minha visão ficou escura, perdi os sentidos e.. Desmaiei.





Acordo em um susto vendo o teto do quarto, e olhei ao redor.

Como isso..?

- Jenny, já está tarde, acorda!    - Escuto a voz de Karen me chamar e me sentei na cama e observei o quarto. Senti algo do meu lado, e me afastei rápido vendo pelúcias que havia jogado fora; as mesmas pelúcias velhas e rasgadas.

- Droga...    - Olhei em volta do quarto e percebo a coleção de quadrinhos. Me levantei e os vi empoeirados. Como isso..?

Respirei fundo fechando os olhos.

Não é real. Ele só está... Brincando comigo. Quer me assustar... E eu não vou deixar.

Abri os olhos mas tudo permaneceu como antes... Empoeirado e velho.

- Não é assim que as coisas... Funcionam por aqui...   - A voz sussurrou atrás de mim e me virei séria não o vendo.

- Tsc...  - Estalei a língua e me sentei na cama -   E o palhaço tem nome?   - Pergunto olhando ao redor do quarto, mas apenas recebo o silêncio em resposta.

Revirei os olhos e assim que olhei para o chão, havia um nome escrito com um líquido que aparentava ser tinta vermelha, e estava escrito um nome.

Jack.

- Jack... Então você tem um nome...  - Digo baixo e pisco alguma vezes -  E o que quer de mim? Eu não fiz nada à você!    - Mas dessa vez eu não recebi nenhuma resposta. Ou nenhum sinal estranho -  Okay... Vamos fazer um trato... Eu te dou... O que você quer... E você não machuca a minha mãe.    - Passa uns cinco segundos e me assusto quando a janela que estava trancada, acaba se abrindo trazendo um vento meio forte e o vento cessa rápido - Okay... Isso foi estranho.. Espero que tenha sido um sim.

Que legal, acabei de fazer um trato com o demônio da minha casa.

Após o café da manhã, eu comecei a desenhar; fiz diversos desenhos do que eu lembrava do palhaço, e a cada hora eu sentia alguém me observando de longe, e imagino o palhaço me olhando curioso e atento.

Minha mãe se aproximou e olhou meus desenhos por trás.

- Quem é esse?   - Pegou uma folha solta.

- Um palhaço que apareceu no meu sonho.

- Olha só.. Ele tem nome?

- Jack.  - Parei por alguns minutos para ver a reação dela, e essa apenas olhou o segundo desenho no qual eu desenha.

- Risonho.   - Diz de repente e ergui uma sobrancelha.

- O que...?   - A olhei confusa.

- Ele é risonho né? Jack Risonho. É um bom nome para um amigo imaginário.    - Sorriu e deixou o desenho no braço do sofá ao meu lado, e subiu as escadas.

E assim que ela saiu do meu campo de visão, a luz da sala piscou.

-  ... Jack.. Jack Risonho..?   - Ao dizer isso, a lâmpada acendeu, e começou a ter um brilho forte que aumentava, até que.. Ela apaga.   - Pelo visto, acertei.  - Sussurrei.

Peguei os desenhos e subi para o quarto os guardando em uma pasta, e fiquei pensando no que mamãe falou.

- Realmente é um bom nome.   - Senti algo estranho de dentro do quarto, e ergui o rosto vendo a luz acessa. Caminhei para o interruptor e o apertei na espera de apagar a luz, mas essa se apaga, e fica uns segundos assim até que ela pisca três vezes, pisca uma vez, para e pisca outra vez.

Eu fiquei tentando raciocinar e logo lembrei de um livro que já havia no quarto, e corri para achá-lo e o encontro de baixo da cama e Sorri achando minha solução.

Código Morse.

- Tá, tá... O... B.. R... Espere... Obrigado?   - Pergunto após a lâmpada citar todas as letras da palavra, e acabei por abrir um sorriso surpreso -  ... Isso é... Incrível.























~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

Notas da autora

E ae pessoas! E então?
Gostando? Odiando?
Prometo melhorar!!

𝐴𝑞𝑢𝑒𝑙𝑎 𝐶𝑎𝑖𝑥𝑎 𝑆𝑒𝑚 𝐶𝑜𝑟  {𝐽𝑎𝑐𝑘 𝑅𝑖𝑠𝑜𝑛ℎ𝑜}  Where stories live. Discover now