ɪᴍᴀɢɪɴᴇs ღ ⓀⓅⓄⓅ

❥O Garoto que Sorria

Grupo: Enhypen
Membro: Jungwon
Apelido: ??
Escritora: Hannie

...

A chuva que caía servia como música de fundo da minha tristeza junto da voz raivosa de meus pais que brigavam, eu saí lentamente pela janela do quarto e caminhei pela chuva até não saber mais diferenciar minhas lágrimas das gotas que caiam incessantemente.

Era interessante como parecia que o clima nebuloso combinava tão bem comigo, de certo modo era reconfortante. Eu não era a única que chorava, não hoje.

Da mesma maneira que a chuva e o céu escuro combinavam comigo, o sol e o límpido céu azul combinavam com ele. O garoto sorridente, eu o chamava assim por conta de seu sorriso cativante, era lindo de se ver. Ele treinava no ringue de Taekwondo todos os dias, sem falta. E eu vinha lhe ver todos os dias, sem falta.

Sua alegria me deixava curiosa, era difícil para mim entender como alguém conseguia sorrir tão pura e naturalmente daquela maneira, ele parecia estar familiarizado com aquela felicidade. Isso me mantinha perto dele, não exatamente perto mas de modo figurado, eu não conseguia me afastar dele, sentia uma profunda vontade de observa-lo, se não podia a todo momento, pelo menos uma vez por dia era suficiente.

Eu me sentava no parque em uma das mesas de piquenique, tinha a visão perfeita dele treinando. Mesmo quando era derrotado ele sorria, quando vencia, sorria, e quando cometia um erro, ele geralmente dava uma gargalhada, rindo de si mesmo.

Nunca soube o seu nome, nunca me atrevi a perguntar. Ele era como uma miragem e eu tinha medo de me aproximar e vê-lo desaparecer para sempre. Por isso, mantinha minha distância.

Assim que cheguei, pude vê-lo mais uma vez, treinava há algum tempo, por isso parecia cansado, porém, seus olhos ainda estavam brilhantes e seu sorriso se fazia presente brilhando como os raios do sol, apesar do dia chuvoso.

O observei treinar com atenção, sentada sob a chuva, ignorando o fato de estar encharcada.

Ao fim do treino pude vê-lo sair ao lado de seus amigos, eles abriram a porta se surpreendendo com a chuva torrencial que caia. Todos procuraram abrigo no telhado que se estendia pelo hall de entrada da academia.

Seu professor foi embora ao passo que cada um de seus amigos também, deixando-o sozinho, ele se sentou em um banco, encarando o céu com seriedade. Pegou seu celular e conversou com alguém por um tempo, foi a primeira vez que vi sua expressão triste, até seus olhos mudavam, meu coração se apertou.

Ele se levantou guardando suas coisas em uma mochila, por instinto me levantei também. Com as mãos sobre o rosto, tentando se proteger da chuva, o vi atravessar a rua tão rapidamente que não notou o carro que se aproximava. Tudo passou muito rápido, o carro o atingiu com força, lançando-o do outro lado da estrada e derrapando até bater em um poste.

Corri desesperada em sua direção, ele estava caído virado para cima, o sangue se misturando a água da chuva, peguei seu pulso para checa-lo agradecendo por ver que ele estava batendo.

Com as mãos tremendo procurei em meus bolsos mas por conta da chuva não havia trago o celular. Olhei ao redor, impossibilitada de conter as lágrimas, com a visão embaçada pude ver sua mochila caída a alguns metros, corri até lá pegando seu celular e discando desajeitadamente para a emergência.

Chegaram depressa, duas ambulâncias, uma para o motorista, outra para ele. A moça me permitiu entrar na ambulância com ele. Instintivamente segurei sua mão, estava fria, eu não conseguia parar de chorar.