─ Nós agradecemos, Abraham - Adora sorriu enquanto apertava a mão do médico ─ Tenho certeza que a Razz vai se sentir mais tranquila em recebê-lo em casa.

─ Ela vai ficar bem, controlem a ingestão de sódio nesses três meses. Isso vai ajudar - O homem sorriu ─ Dica extra. Sem gorduras ruins, mais saladas.

─ Você sabe que eu costumo seguir suas indicações.

─ Estou orgulhoso - Abraham deu de ombros ─ E a propósito, tenho certeza que Razz vai melhorar bem mais rápido em sua presença, senhorita Laurent

Catra se surpreendeu ao ser mencionada.

─ Psicólogos conversam com os médicos responsáveis pelos pacientes - Ele deu de ombros enquanto contextualizava ─ Razz sempre mencionou que sentia sua falta. Fico feliz que esteja de volta, será um diferencial.

─ Fico feliz em poder ajudar - A CEO sorriu e agradeceu o comentário antes de se retirar com Adora

Razz esteve em uma sala após os exames, próximo à recepção, Adora se dirigiu para o balcão e começou a assinar as papeladas finais enquanto Catra caminhou até a ala de repouso.

─ [...] estou dizendo vovó, eu sei que a mamãe está gostando dela, eu posso ver. Não sou bobo, seus olhos parecem estrelas - Catra ouviu Clay dizer animado do lado de dentro

─ Catra é uma boa garota, Clay. Mas é muito ocupada - A voz da mulher soou um pouco triste ─ Ela tem uma vida em outra cidade.

─ Ela pode ter uma vida aqui! - O garotinho insistiu ─ Não é justo, eu nunca deixaria você ou a minha mãe. É como se eu não conseguisse respirar. Não quero ficar sem você ou a mamãe, a Catra também não. Eu sei que ela pensa como eu.

─ Você é gentil, querido. Estou tão orgulhosa de você.

─ Quando eu estiver do tamanho da mamãe eu vou fazer um hospital desse tamanho - Catra sorriu silenciosamente imaginando o menino abrindo seus braços para demonstrar ─ E você não vai mais vir a esse lugar, vovó. Eu mesmo vou cuidar de você

─ É mesmo?

─ Sim! Mas você deve deixar o tio Bow, a tia Glimmer, a tia Lya, a tia Sky, o tio Hawk, a tia Mermista, a Catra, a mamãe, a tia Luz, a tia Amity e o Peter usarem também se ficarem doentes

─ É uma grande lista - A CEO ouviu sua avó gargalhar ─ Eles podem usar com certeza

─ Mesmo? Você promete? - O garotinho perguntou

─ Eu prometo. A vovó pode lidar com isso.

─ Certo, isso parece bom. Eu amo você, vovó

Era impressionante pensar que Adora havia criado aquele garoto sozinha mesmo com todas suas dificuldades. Droga, ele era praticamente seu reflexo.

Clay demonstrou ser leal, gentil, atencioso, amoroso, não havia nada que pudesse torná-lo amargo. Catra estava acostumada com crianças petulantes e desrespeitosas, nunca havia realmente pensado que ter filhos seria uma boa ideia. Por muitos anos Catra pensou em um herdeiro, mas como poderia seguir em frente com o medo de nunca conseguir moldá-lo?

No final, ela viu que crianças absorvem o que vivem. Estarão repletos daquilo que os contorna, Adora não havia moldado aquele garotinho, só ofereceu o que sempre esteve dentro dela.

Por isso eram tão parecidos.

E não havia nada de errado.

Era uma família tão boa quanto aquelas que possuem trinta, ou dez, ou três pessoas.

Era pequena, mas era muito boa.

─ Você não vai entrar? - Adora murmurou atrás dela quando se aproximou vagarosamente, a arrancando de seus pensamentos ─ Ei, desculpe - A loira a segurou pela cintura, puxando-a de volta para perto ─ Eu assustei você? Parecia pensativa.

─ Não é nada.. Apenas, é uma situação de merda - A CEO suspirou ─ Como você se sente?

─ Um pouco aliviada, não é exatamente o que eu estava esperando. Ninguém pede por um diagnóstico desses, mas ela vai sair dessa. Nós vamos cuidar disso - A loira garantiu ─ Obrigada por ter vindo, pareceu menos caótico com você aqui.

Adora murmurou a última parte, encarou o chão antes de olhar a CEO nos olhos.

─ É muito importante que esteja aqui.

─ Você falou sério quando sugeriu que nós… podíamos passar algum tempo juntas?

A engenheira assentiu, colocando algumas mechas de cabelo atrás da orelha da morena

─ Muito sério - Um pequeno sorriso surgiu nos lábios de Catra enquanto recebia a confirmação ─ Quero ter você por perto.

─ Sabe que isso não vai ser exatamente bem aceito entre seus amigos - A empresária falou divertidamente mas havia um fundo de verdade e preocupação naquilo

─ Eles podem acabar comigo se isso der errado - Adora deu de ombros antes de se inclinar um pouco para perto da mulher ─ Eu quero você, Laurent. Apenas… me deixe te mostrar todas as coisas que eu puder, você mesma disse, somos adultas agora. Mas precisa saber que no final vai ter uma decisão a tomar

─ Não faz ideia o que está fazendo comigo, não me importo de deixá-la saber o quão longe eu iria por você.

─ Espero que vá longe o suficiente para ficar desta vez - A loira sorriu ─ Não entenda isso como um ataque… eu só- gostaria que ficasse. Você é importante para mim. Se isso valer de alguma coisa, por favor considere, ok?

A morena assentiu e surpreendeu a maior ao selar seus lábios em um beijo, foi rápido mas não menos intenso. Adora podia sentir como se correntes elétricas estivessem perfurando e atravessando cada uma das veias de seu corpo, a sensação a fez sentir como uma maldita adolescente e a frequência que isso estava acontecendo a preocupa, mas não o bastante para que ela evite gestos como este.

Na verdade, ela estava feliz em se sentir assim, ainda que o seu lado racional adulto estivesse gritando com ela por algumas vezes.

─ Vamos levá-la para casa e então conversamos sobre a nova rotina - Ela se referiu a avó — Este é o plano para hoje.

─ Parece muito justo - Adora concordou ─ Ela vai ficar bem..

─ E nós  também vamos - Catra sorriu ─ Eu garanto.

Loving You is a Losing Game Where stories live. Discover now