Feliz aniversário, Meg!

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Ela, junto aos demais membros da equipe me auxiliam.

-Dra. Megan, pode ir fazendo a assepsia, por favor? - peço e ela me olha com cara de puro ódio.

-Quer me ensinar a fazer meu trabalho, Dr. Windsor? - diz de modo irônico. Como eu amo a ironia dela... como eu a amo!

-De maneira alguma. Sei que a Srta. é uma excelente profissional. - continua a me fuzilar com o olhar.

A cirurgia correu bem e chegamos ao final. E, como sempre, agradeço a todos. E seguindo o roteiro, convido Harry para sair amanhã, que é o aniversário de Meg.

-Harry, tem alguma coisa para fazer amanhã, depois do expediente?

-Não, por que?

-Se não houver nenhuma intercorrência, que tal um pub amanhã, depois do trabalho?

-Fechado. Só vou avisar a Mariah.

-Certo. -olho em meu relógio e percebo que tenho que ir para casa...

Meg sai pisando duro.

-Vocês ainda precisarão de mim hoje. Porque eu tenho um voo pra hoje ainda. - diz e sinto que ela está com raiva.

-Não, não irei precisar. Não sei os outros. Com licença, pessoal. Boa viagem, Megan!

-Obrigada, Dr. Oliver!

Vejo que está chateada...

Em minha sala, peço à meu irmão que assuma a presidência do hospital, junto à Harry.

Em minha sala, falo com Harry.

-Espero que essa coisa de ser indiferente à Meg, surta efeito. Do contrário, quem vai surtar sou eu, Harry!

(...)

Já em meu jatinho, olho em meu relógio e são quase dez da noite.

Faço contato com um amigo para saber se está tudo certo para minha estadia e se está tudo como pedi. Ele confirma e, sentado na poltrona, aperto meus olhos e tento controlar a ansiedade que me aflige...

Espero que dê tudo certo. Essa é minha última e única cartada!

Pelas minhas contas, Meg já chegou ao seu destino e, em poucos minutos eu também chegarei ao meu.

Saio do aeroporto e um carro já está à minha espera.

Dez e quarenta e cinco.

-Desculpe a inconveniência, mas o senhor poderia ir um pouco mais rápido, por favor? - peço ao motorista, que acata meu pedido.

Cheguei ao meu destino. Vejo que as luzes estão acesas, Meg já chegou. A hora é agora...

Dez e cinquenta e seis.

Desço correndo do carro, pego minhas malas, o presente de Meg e entro.

Ouço os passos de Meg, que vem até a sala. Ela está com os cabelos soltos, molhados e usando o roupão que eu dei à ela... e, em seu rosto, vejo que estava chorando.

-Oliver? - fala, enquanto põe as mãos na boca, surpresa.

Onze horas.

-Oi, Meg! - digo e sinto que minhas mãos suam...

-Como você sabia que eu estaria aqui, se eu não lhe contei...Ah! Claro! Como eu fui burra. Essa viagem foi planejada por você, não é mesmo, Oliver? - as lágrimas escorrem pelo seu rosto, assim como eu.

-Sim, Meg. Fui eu quem armou tudo! - digo, com minha cabeça baixa e com as mãos no bolso.

-Nada de palestra, não é? Cai numa armadilha sua. E eu pensando que passaria meu aniversário em paz...

EntrelaçadosWhere stories live. Discover now