désir

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entro no ônibus quase vazio, não esperando ver você sentado no último assento conversando com o seu amigo, com aquela pose fajuta que sempre vai atrair minhas partículas positivas para as suas partículas negativas. pois, os opostos se atraem, certo?

finjo que não. escondo de tudo e de todos essa Incerteza maluca de colar os seus lábios nos meus e sentir toda a sua pressão sobre mim. sigo ali, esperando que essa sensação vertiginosa sobressaia pelos meus poros e que assim eu possa continuar fingindo que eu não te quero.

porque te querer vai além do imaginável beirando ao intocável e toda essa minha inércia me deixa estagnada em uma posição em que eu não deveria estar, e meu bem, eu sei melhor do que ninguém que você não pode me proporcionar nada daquilo que eu anseio mas é tão belo fantasiar contigo que chega a ser cômico. 

minto para todos dizendo que você não é nada para mim além de um rostinho bonito quando na verdade o que eu mais almejo é segurar seu rosto nas minhas mãos, olhar pro fundo dos seus olhos e sussurrar tudo o que vem passado na minha mente quando vejo você. o que eu escondo do mundo quero contar para você. 

e esse sentimento não vai, ele permanece imutável, pode ter aumentado mas nenhum de nós saberemos disso.

espero que um dia o meu desejo se torne perceptível e que assim eu possa me permitir derreter em seus braços.

você desce do ônibus e com você se vão meus pensamentos que giram ao seu redor.

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o comeback só por causa de um machinho que tem atormentado a minha mente. obrigada pela leitura!!

ônibus e blá-blá-blá Où les histoires vivent. Découvrez maintenant