Meu diário, meus demônios, meu dias, minhas tristezas e meus medos. Aqui fica um desabafo que ninguém vai ler, mas eu vou escrever do mesmo jeito, porque já me acostumei ser invisível.
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De uns dias para cá me sinto estranha, cansada e triste, e tanto problema que sinto que o peso me impede de ficar de pé, e as pessoas a minha volta só me olham com desprezo, eu não mereço nada mais que isso.
Dor, vazio, solidão e ingratidão, tudo isso e desvalidado pela pessoa ao meu redor, a que jurou me amar em todas as situações, mas parece que tinha uma cláusula que eu não sabia, ele não me amaria caso eu fosse humana, tudo que eu quero e acabar com tudo, e uma dor que não consigo expressar, uma solidão sem tamanho, um vazio assustador, minha mente chama por um alívio, uma lâmina afiada que vai dar a distração que ela precisa, uma dor apaga a outra, mesmo que momentaneamente.
Mesmo pedindo socorro ninguém ouve, porque eu não posso ser assim, eu não tenho motivos pra me sentir assim, não importa, não posso, não devo, não posso, não importa, não posso, não é válido, não posso, só cala a boca e o que ele diz. Tudo é minha culpa, um nó se forma na minha garganta toda vez que eu sou a culpada, mesmo me esforçando pra não ser, mesmo tentando o máximo, me sinto um lixo, e quando digo, diz que sou patética.
Talvez meu respirar te incomode... Simples assim.
Tudo brilha com força demais, minha mente está tão fodida que sinto vontade de me jogar na frente de um caro, mas ela ainda precisa de mim, então todo dia de manhã, eu prendo meu lado escuro em um quarto aqui dentro, e tento ser apenas luz, mesmo que doa eu tenho que fingir bem, ela não pode suspeitar, não pode perceber, porque a única inocente aqui e ela.
Mas nada impede de durante a noite aquilo fugir, minha visão fica vermelha e a lâmina na cozinha se torna atraente, eu luta, sempre luto, olho para ela e uma forma de ficar no mesmo lugar, não sucumbir, mas tem vezes que e mais difícil, e depois de tudo minha mente só quer desligar, mas eu não posso, não devo, não posso, não importa, não posso, não e viável, não posso, preciso levantar e seguir, sem descanso, pra alguns não e nada, mais pra mim e carregar o mundo, eu desisti de tudo por ela, e mesmo assim, ninguém viu, eu faço de tudo por ela, e mesmo assim ninguém se importa comigo, me sinto invisível para todos menos pra ela, que a cada minuto me chama e procura, e por ela eu continuo, a única que me enxerga, porque eu tenho que continuar, mesmo a lâmina sendo atraente, mesmo a escuridão sendo o caminho mais fácil, eu preciso continuar.
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